João Lourenço,
uma exoneração a cada dois dias
Bissau,
26 set 18 (ANG) - O chefe de Estado
angolano,João Lourenço exonerou 230 militares e administradores e “mexeu” em
quase 27.000 milhões de dólares, no primeiro ano de mandato.
Segundo
a Lusa, desde 26 de Setembro de 2017, data em que João Lourenço tomou posse
como terceiro Presidente de Angola, que afastou pelo menos 230 governantes,
administradores de empresas públicas e altas chefias militares.
Em média o Presidente de Angola fez uma
exoneração a cada dois dias.
A
agência de notícias portuguesa analisou os decretos presidenciais de exoneração
publicados em Diário da República desde 26 de Setembro de 2017. Quase metade
destas exonerações envolve altas patentes das Forças Armadas ou das forças de
segurança.
As
exonerações mais mediáticas foram as que envolveram elementos do clã Dos
Santos, nomeadamente as filhas e os filhos do ex-presidente de Angola.
Em
Novembro de 2017, Isabel dos Santos foi exonerada do cargo de presidente do
conselho de administração da petrolífera estatal Sonangol.
Depois
afastou da gestão do segundo canal e do canal internacional TPA as empresas
Semba Comunicação e Westside, de Tchizé dos Santos e de José Paulino dos Santos
‘Coreon Dú’. E em Janeiro deste ano, a exoneração de José Filomeno dos Santos
do Fundo Soberano de Angola.
Mexeu
ainda nas administrações das empresas estatais diamantíferas e mineiras –
Endiama, Sodiam e Ferrangol –, das três empresas de comboios do país, das dos
portos nacionais (de Luanda e Lobito),
das
empresas de distribuição de electricidade e água, das cinco empresas públicas
de comunicação social, agências e bancos estatais.
João
Lourenço não perdeu tempo e assinou, igualmente, a exoneração dos homens fortes
de José Eduardo dos Santos: os generais António José Maria, do cargo de chefe
do Serviço de Inteligência e Segurança Militar, e Leopoldino Fragoso do Nascimento,
de consultor do ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança do Presidente
da República. Além de ter exonerado o comandante-geral da Polícia Nacional e o
chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas.
Ao
mesmo tempo o actual chefe de estado angolano promoveu cerca de 400 nomeações.
No espaço de um ano, João Lourenço afastou do poder quase todos os que tinham
sido nomeados pelo seu antecessor, José Eduardo dos Santos.
O
Presidente angolano “mexeu” na gestão de contratos, projectos e fundos
aprovados pelo antecessor, no valor de quase 27.000 milhões de dólares.
Destaque
para o afastamento, em Janeiro deste ano, de José Filomeno dos Santos da gestão
do Fundo Soberano de Angola, que gere activos do Estado de 5.000 milhões de
dólares.
No
final de Maio, ordenou a cessação do contrato de concessão para a execução do
projecto de construção do Porto do Caio, em Cabinda, atribuído à empresa
Caioporto, do empresário suíço-angolano Jean-Claude Bastos de Morais. Uma obra
avaliada em 831 milhões de dólares.
Nova
revogação, por decreto de 28 de Junho, do projecto de construção e concessão,
por 30 anos, do porto da Barra do Dande. Uma obra de 1.500 milhões de dólares,
entregue por José Eduardo dos Santos – uma semana antes de João Lourenço tomar
posse – à empresa Atlantic Ventures, da empresária Isabel dos Santos. ANG/RFI
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