Eritreia e Etiópia assinam Acordo de Paz
Bissau, 18 set 18 (ANG) –
A Eritreia e Etiópia assinaram domingo na Arábia Saudita um acordo de paz na presença do Rei Salman, do príncipe
herdeiro Mohamed Ben Salman e do secretário-geral da ONU António Guterres.
O acordo histórico acontece 20
anos depois do conflito armado que opós os dois paises entre 1998 e 2000, que
causou cerca de 80.000 mortos e 18 anos de guerra fria, e se destina a consolidar a reconciliação e reforçar a
estabilidade na região do Corno de África, mas o seu conteúdo não foi ainda
divulgado.
A Arábia Saudita, mas também
os Emiratos Árabes unidos, que dispõem de uma base militar em Assab na Eritreia
e têm boas relações com a Etiópia, contribuiram para esta reaproximação
histórica.
O presidente
reformador etíope Abiy Ahmed eleito em Abril foi o principal
promotor do acordo de paz assinado em
Jeddah, com o primeiro-ministro
eritreu Isaias Afwerki.
Este "compromisso de
Jeddah" é o culminar de um processo desencadeado em Junho, com a
declaração do presidente etíope de que queria a paz e a 9 de Julho em Asmara, capital da
Eritreia, foi assinada uma declaração comum determinando o fim oficial da guerra e a retoma de relações bilaterais.
Seguiu-se a reabertura das
respectivas embaixadas em Adis Abeba e Asmara, o restabelecimento de ligações
aéreas, relações comerciais e linhas telefónicas entre os dois países, bem como
a reabertura dos postos fronteiriços ocorrida na passada terça-feira.
A Eritreia antiga província da Etiópia tornou-se independente em 1993,
apos 30 anos de luta armada contra o poder etíope e a guerra de dois anos entre os dois países, foi
despoletada em 1998 pela indefinição dos limites fronteiriços,
particularmente em torno da cidade de Badme contestada por ambos e pelo desejo da Etiópia de ter
acesso ao mar.
Em 2000 no final da guerra o
primeiro ministro eritreu Isaias Afwerki e o então presidente etíope Meles
Zenawi assinaram um Acordo de Paz na
Argélia, que nunca foi respeitado.
Em 2002 uma comissão da ONU determinou que Badme ficasse com a
Eritreia, mas a Etiópia não reconheceu esta decisão e
manteve as suas tropas na região, até ao anúncio em Junho pelo presidente etíope Abiy Ahmed de que ía
respeitar o acordo de 2000 e a decisão da ONU de 2002.
ANG/RFI
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