“Amílcar
Cabral construiu sua própria teoria para libertar o país de jugo colonial”, diz
Paulo Gomes
Bissau, 17 set 18 (ANG) – O ex-candidato as últimas
eleições presidências e quadro sénior do Banco Mundial destacou no sábado que o
fundador das nacionalidades guineense e cabo-verdiana, contrariamente à outros
líderes, construiu a sua teoria para o movimento de libertação.
Paulo Gomes que falava como convidado especial
da diáspora na 1ªConferência do Partido da Unidade Nacional (PUN),disse que o
objectivo de Amílcar não era só de libertar o país, mas também realizar o seu
desenvolvimento, pelo que construiu uma teoria com certos princípios que,
segundo ele, os jovens não devem deixar que uma pessoa só se aproprie desses
feitos.
“Esses princípios são honestidade, vergonha,
luta contra malandrices e expulsão de qualquer pensamento tribal . Foi com esses valores que Amílcar Cabral conseguiu
fazer a luta armada porque afastou completamente tendências étnicas, ao contrario do que vimos
e ouvimos nestes últimos anos onde certos políticos usam a linguagem étnica
para obter interesses e ganhos políticos”, disse.
Para Gomes, um dos objectivos fundamentais para
as próximas eleições é o combate à narrativa étnica e tribal.
Salientou que mesmo muito antes de Cabral ,os africanos
já tinham os seus princípios, referindo a carta do historiador maliano durante a
vigência daquele grande império africano em 1236, mesmo antes da chegada dos
colonialistas à costa africana , e que continha artigos ou regras morais de
convivência numa sociedade.
“Ninguém nasce bandido ou ladrão, mas o sistema
de um país pode transformar pessoas em malfeitores. Por isso, deve-se criar um
sistema que vai impedir as pessoas de roubarem o Estado ou seja enquanto as
pessoas não pagarem pelo que fizeram neste país, vamos partir do princípio de
que roubar coisas comuns é normal”, sustentou.
Paulo Gomes disse que a luta dos guineenses depois
das próximas eleições deve se fazer através de uma mistura inteligente de
cultura e boas políticas públicas, lembrando que a Guiné-Bissau, momentos após
a independência, prestou favores à muitos países africanos e que hoje está onde
está.
Referiu que “para se chegar ao poder é fácil, mas
exercê-lo é difícil”, salientando
que não é o seu domínio assegurar um partido político, mas os que conseguirem devem educar os seus
militantes e simpatizantes para exercerem a missão de Estado.
Paulo Gomes sugeriu que os melhores sejam escolhidos para organizar a Nação Guineense.
ANG/MSC//SG
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