Moon Jae-in discursa perante norte-coreanos e pede fim a 70 anos de hostilidade
Bissau, 21 set 18 (ANG) –
O Presidente da Coreia do Sul discursou na quarta-feira para uma multidão
norte-coreana, propondo à Coreia do Norte que ambos os países acabem com sete
décadas de hostilidade e construam um futuro de paz e prosperidade.
Moon Jae-in, o líder norte-coreano, Kim Jong Un, e as
respectivas mulheres marcaram presença num espectáculo coreográfico que este
ano recebeu o título de “O País Glorioso”, num estádio em Pyongyang, na noite
de quarta-feira, onde milhares de artistas actuaram perante cerca de 150 mil
espectadores.
“Nós vivemos juntos por cinco mil anos e vivemos em separação
por 70 anos. Proponho agora que eliminemos completamente a hostilidade dos
últimos 70 anos e dêmos um grande passo em direcção à paz”.
Os historiadores dizem que o cronograma de cinco mil anos da
História coreana é uma reivindicação infundada que se tornou parte da narrativa
oficial da Coreia do Sul depois de ser inserida nos livros escolares durante o
Governo do antigo ditador Chun Doo-hwan.
O líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o presidente da Coreia do
Sul, Moon Jae-in, assinaram na quarta-feira uma declaração conjunta, que poderá
ser importante para o futuro diálogo sobre a desnuclearização da península,
entre Pyongyang e Washington.
Durante a cimeira quarta-feira encerrada, os ministros da Defesa
das duas coreias, que tecnicamente continuam em guerra, assinaram ainda um
histórico acordo militar, que reduz a possibilidade de se produzirem choques
fronteiriços entre os respectivos exércitos.
De acordo com o documento, os dois países vão suspender – a
partir do dia 01 de Novembro – as respectivas manobras junto à fronteira
terrestre e eliminar 11 postos militares de fronteira até ao final do ano.
As duas Coreias vão estabelecer também uma zona de restrição
aérea junto à linha de divisão e determinar uma zona junto à fronteira marítima
em que vão ser proibidas manobras navais.
O mesmo documento refere que o acordo assinado prevê o alívio da
tensão militar entre os dois países.
Na declaração conjunta assinada por Moon e Kim, Pyongyang compromete-se
a tomar medidas para o encerramento da central norte-coreana de Yongbyon,
considerada como o “epicentro” do programa nuclear, tal como ficou decidido na
Cimeira de Singapura, mas colocou condições aos Estados Unidos, exigindo
“medidas proporcionais aos EUA.
A declaração conjunta prevê também aumentar as trocas
transfronteiriças no sentido do desenvolvimento económico comum e, em concreto,
o empreendimento de ligações ferroviárias e rodoviárias antes do final do ano.
Por último, foi decidido promover reuniões de famílias separadas
pela guerra (1950-1953), através de ligações vídeo e a abertura de um gabinete
na cidade fronteiriça norte-coreana para que os civis dos dois países possam
localizar familiares.
ANG/Inforpress/Lusa
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