sexta-feira, 7 de setembro de 2018

Angola

                 Fim de José Eduardo dos Santos na vida política activa
Bissau, 7 set 18 (ANG) - O MPLA-PSD, no poder, em Angola, realiza sábado o seu sexto congresso extraordinário, durante o qual o seu presidente, José Eduardo dos Santos deve transferir o poder ao vice-presidente, João Lourenço, que desde Setembro do ano passado está na chefia do Estado.
Partidos da oposição reconhecem o empenho na conquista da paz, mas criticam a sua governação, marcada pelo enriquecimento ilícito e corrupção.
A poucos dias do fim da vida política activa do presidente, José Eduardo dos Santos, que dirigiu Angola durante quase 39 anos, há vozes divergentes entre altas figuras da política e sociedade civil, sobre o fim da bicefalia.
Lindo Bernardo Tito, um dos vice-presidentes da Coligação, CASA-CE, disse que "José Eduardo dos Santos deixa um país em reconciliação, mas muito endividado e ainda encontramos alguns laivos de intolerância política".
Já para o secretário do PRS, Rui Malopa, o ex-presidente José Eduardo dos Santos, sai da política activa deixando um país desequilibrado, mas ele esteve à frente do "processo de paz que os Angolanos conquistaram", o único sentimento que os angolanos podem se lembrar nesta fase da trajectória politíca.
Por seu lado, Alcides Sakala, porta-voz da UNITA, principal partido da oposição disse que "a realização de um congresso é sempre um momento importante na história de um partido político".
"Mas, sublinha que, o Presidente JES, chega assim ao fim do seu longo mandato sem glória pelo facto de ter sido o mentor do nepotismo, da impunidade, da institucionalização da corrupção, da má gestão e da intolerância politica."
Pelo contrário, Dino Matross, secretário para as Relações internacionais do MPLA, realçou os êxitos de 39 anos de liderança partidária de JES, uma liderança marcada também por falhas de boa fé, confiando em "pessoas que o enganaram".
Enfim, Luzia Inglês, secretária-geral da OMA, organização das mulheres do MPLA, defendeu também o ex-Presidente, José Eduardo dos Santos, que algumas vezes, foi enganado por alguns dos seus colaboradores.
"Ele não podia governar sozinho. Havia um executivo. Ele foi confiando (nas pessoas), mas nem sempre a confiança que teve nesta ou naquela pessoa surtiu os efeitos desejados", lamentou, Luzia Inglês. ANG/RFI


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