África do Sul/Cyril Ramaphosa vai depor em tribunal sobre esquema de subornos
Bissau, 26 Mar 21 (ANG) - A comissão anti-corrupção sul-africana, nomeada pelo governo para investigar suspeitas de um esquema de subornos,
ocorrido entre 2014 e 2018, durante o mandato de Jacob Zuma, enviou ao Supremo Tribunal da África do Sul, um requerimento no qual reclama uma pena de prisão de dois anos, para o ex-presidente por este ter recusado testemunhar diante do painel de investigadores.
Zuma que foi demitido em 2018,
devido ao citado escândalo, depôs uma única vez em 2019, e em seguida decidiu
não comparecer diante da comissão anti-corrupção, alegando uma perseguição
política. Convocado no dia 28 de Janeiro de 2021, Jacob Zuma, ignorou a
ordem de comparência.
O jurista da comissão
anti-corrupção, Tembeka Ngcukaitobi afirmou no dia 25 de Março, que
a decisão tomada por Zuma de não respeitar a ordem do tribunal, é deliberada e
cínica,assim como constitui um atentado ao Estado de Direito.
No início de 2021, Jacob Zuma
comparou o tribunal à uma instituição judicial do antigoregime de apartheid .
Na sua qualidade de vice-presidente de
Zuma durante o período em que ocorreu o escândalo, o actual chefe de Estado
sul-africano, Cyril Ramaphosa, deverá depor diante da comissão de investigação
de 22 a 29 de Abril.
Acusado de permitir o esquema de
subornos,no qual estariam envolvidos os imãos Gupta, dois empresários indianos,
Jacob Zuma foi obrigado a apresentar a sua demissão em 2018.
Segundo a comissão anti-corrupção,
o escândalo favoreceu os irmãos Gupta ,que beneficiaram de
lucrativos contratos públicos e, alegadamente, tiveram a possibilidade de
escolher ministros,com o objectivo de proteger os seus interesses empresariais.
Quando Jacob Zuma foi obrigado a
demitir-se em 2018, o Congresso Nacional Africano (ANC),
partido no poder, registava, no seu seio, fortes fissuras e estava
dividido entre os lealistas fiéis à Zuma e os partidários de Cyril Ramaphosa,
que viria a sucedê-lo na presidência.
Apoiantes do ex-presidente Zuma,
manifestaram a seu favor, no dia 25 de Março, diante do tribunal. ANG/RFI
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