Covid-19/OMS África espera terceira vaga dentro de semanas e apela a vacinação
Bissau, 19 Mar 21 (ANG)
– A directora regional da OMS para África afirmou hoje que é previsível uma
terceira vaga de covid-19 em vários países nas próximas semanas e encorajou os
Estados a continuarem as suas campanhas de vacinação, sem pausas.
Matshidiso Moeti falava
durante a sessão de informação online da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre
a pandemia de covid-19 em África, hoje marcada pelas dúvidas sobre a vacina da
AstraZeneca, suspensa em vários países após casos de reacções adversas graves,
e sobre a qual o regulador europeu vai hoje pronunciar-se.
“Em relação à suspensão
preventiva da vacina da AstraZeneca em alguns países da Europa, a Agência
Europeia de Medicamentos (EMA) está hoje reunida e esperamos uma recomendação”,
disse, recordando que a OMS está a fornecer aos países toda a informação
disponível.
“É natural que os países
estejam preocupados”, afirmou, referindo que ainda esta noite enviou para todos
os países a informação adicional mais actualizada.
Ainda assim, Moeti
encorajou os países a continuarem com as suas campanhas de vacinação e a não
fazerem pausas.
“Estamos numa corrida
contra o tempo. Quanto mais pessoas estiverem protegidas, menor a probabilidade
de mutações que produzam variantes mais perigosas do vírus, pondo em perigo o
mundo inteiro”, disse.
A directora regional da
OMS para África referiu que é esperada uma terceira vaga nas próximas semanas,
tendo em conta que “os governos estão a aliviar as restrições e há cansaço da
população em aderir a medidas de saúde pública”.
Para Matshidiso Moeti,
“a vacinação é o caminho mais rápido para a recuperação social e económica
desta pandemia”.
E recordou que, através
da Covax, iniciativa fundada pela OMS para garantir uma vacinação equitativa
contra a covid-19, foram entregues mais de 16 milhões de doses a 27 países
africanos.
Só no Gana, especificou,
mais de 420.000 pessoas foram vacinadas em apenas duas semanas, o que abrange
mais de 60% da população na zona da capital, Accra, que “tem sido fortemente
afectada pelo surto”.
“A solidariedade
internacional continua a ser vital, incluindo a partilha de doses de vacina por
países ricos que têm fornecimentos excedentários”, acrescentou.
Neste encontro virtual,
o presidente da African Vaccine Manufacturing Initiative, William Kwabena
Ampofo, defendeu o incremento da produção de vacinas em África, mas não apenas
como resposta à pandemia de covid-19 e sim para garantir uma resposta a outros
surtos que atinjam o continente.
Para este especialista
em virologia na Universidade do Gana, a covid-19 pode ser “uma oportunidade”
para a reorientação das prioridades nesta área, incrementando a produção das
vacinas em centros na região africana.
William Kwabena Ampofo
reconhece que é necessário investimento e o emprego de pessoal e identificou a
criação de um comité para a produção de vacinas no Gana como “um importante
passo para o continente começar a produzir vacinas”.
A covid-19 infectou
4.062.388 pessoas nos 55 Estados-membros do Centro de Controlo e Prevenção de
Doenças da União Africana (África CDC), causando 108.659 mortes. Recuperaram
3.649.317 infectados.
O primeiro caso de
covid-19 em África surgiu no Egipto, em 14 de Fevereiro de 2020, e a Nigéria
foi o primeiro país da África subsaariana a registar casos de infecção, em 28
de Fevereiro.
A pandemia de covid-19
provocou, pelo menos, 2.671.720 mortos no mundo, resultantes de mais de 120,6 milhões
de casos de infecção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detectado no final de Dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.ANG/Inforpress/Lusa
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