Caju/ ANAG preocupada com atraso na fixação do preço base da castanha
Bissau,23 Mar 21 (ANG) - O Presidente da Associação de
Agricultores da Guiné-Bissau (ANAG), Jaime Boles Gomes manifestou se preocupado
com o atraso na fixação do preço base da compra da castanha de cajú por
quilograma da parte do executivo.
Sob proposta da
Agência Nacional de Caju(ANCA) o governo apresentou em finais de Fevereiro aos
intervenientes da fileira de caju uma proposta de fixação do preço de 375
francos cfa para cada quilograma de castanha.
Ainda não se conhece
os resultados das discussões sobre essa proposta no sentido de se adoptar o
preço definitivo da castanha por quilograma.
No ano passado, o
preço de referência da castanha foi de 350 Francos CFA, depois se registou o
aumento do preço aos poucos até chegar aos 550 Francos CFA, já no final da
campanha.
O processo de
exportação da castanha ainda está em curso no Porto de Bissau e, de acordo com as informações apuradas do
ministério do Comércio, já se exportou mais de 155 mil toneladas da castanha de caju
e a perspetiva do governo era chegar à exportação de 180 mil toneladas.
Para a campanha de comercialização da castanha de
cajú do ano em curso, Jaime Boles admite que haverá mais rendimentos devido a
grande produção da castanha em consequência do aumento de pomares de cajú.
Questionado se mesmo
com a pandemia de Covid-19 é possível ter um preço de cajú aceitável, o
presidente da ANAG assegurou que, se os agricultores conseguirem estocar bem a
castanha, para assim evitar vendê-la nos pomares ainda molhada, para não
comprometer a sua qualidade, é possível sim ter bom preço de caju.
Jaime Boles Gomes
exortou os seus associados para acautelarem nesse momento, porque algumas
pessoas circulam com produtos fora de prazo e arroz não apropriado para o consumo
humano.
Para Jaime Boles Gomes as pessoas que cultivam na
Guiné-Bissau não são agricultores mas sim camponeses.
“Agricultores têm
outro nível e trabalham profissionalmente, enquanto conhecedores da matéria,
tanto o solo, as plantas e o espaçamento e tratamento para que as plantas
possam ser produtivas e rentáveis, produzindo em grande escala para fins
comerciais e industriais, esse sim são agricultores”.
Jaime Gomes disse que
para chegar esse nível, é preciso ter uma parceira forte e capaz de ajudar na
formação dos agricultores para aumentar conhecimentos, para mudar o sistema
agrícola guineense, enquanto fator fundamental para alavancar o país.
“Se queremos o
desenvolvimento, devemos apostar sério na agricultura, através de um bolo
orçamental elevado no ministério de agricultura, não aquilo que estamos a
assistir, nos últimos tempos, nessa área fundamental e chave para arranque da
Guiné-Bissau. Também é um sector que pode absorver jovens, criando assim
mercado de emprego, através da cooperativa Inter profissionais. Portanto é
fundamental apostar nesse sector”, sustentou.
ANG/O Democrata
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