Níger/Presidente Bazoum declara que
não há diálogo possível com jihadistas
Bissau, 30 Mar 21 (ANG) - O Presidente do Níger, Mohamed Bazoum reagiu sobre o terrorismo que afecta o seu país e considerou que os jihadistas sendo
estrangeiros, não existe a possibilidade de discussão.Em entrevista à
RFI e França 24, Bazoum sublinhou que os terroristas que fazem incursões no seu
país, não somente não são nigerinos, como até a data não puseram em causa a
governação dos dirigentes do Níger.
Eleito presidente da República do Níger
no dia 21 de Março, Mohamed Bazoum, reagiu pela primeira vez acerca
do terrorismo que tem assolado o seu país e outros Estados do Sahel,
nomeadamente o Mali.
Bazoum, não excluiu a possibilidade de uma
retirada parcial das forças francesas envolvidas na operação Barkhane, mas
solicitou a França , que mantenha no Sahel o seu dispositivo aéreo.
O chefe de Estado nigerino, destacou
também o facto de que, entre 2016 e 2017, tentou negociar uma trégua com os
grupos jihadistas, que ele afirma serem chefiados por indivíduos do Magrebe
(África do Norte) , mas que foi obrigado a renunciar perante a intransigência
dos terroristas.
Mohamed Bazoum sublinhou na sua
entrevista exclusiva à RFI e à France 24 que, nos grupos jihadistas que
têm efectuado incursões no Níger não existem nigerinos e que, não há uma
comparação possível entre a situação do seu país e o Mali, onde, segundo
ele, os terroristas operam a partir do território nacional.
“Existem situações muito diferentes. No Mali
e no Níger, como comparar não é ponderar , nós não podermos
considerar qualquer tipo de diálogo, na medida em
que não há um único chefe jihadista nigerino.
Não existe nenhuma base jihadista no nosso território,
assim como nunca ouvimos a mínima declaração por parte de um
protagonista importante, que faça alusão ao Níger , no que toca à
governação deste país, e que coloque seja qual for o problema.
Nós não temos nigerinos, não temos parceiros nigerinos. Nós temos
pessoas do Magrebe que lideram o grupo IGS, e que levam a cabo o
jihad, a guerra , principalmente no Mali, em todo caso, segundo eles, que fazem
incursões no Níger. Nós não podemos discutir com indivíduos que não são
nigerinos .
E como não há nigerinos com os quais nós podemos dialogar, então para
nós, o problema não se coloca. Por conseguinte não devemos comparar a nossa
situação com a do Mali”, disse Mohamed Bazoum.
O Presidente Bazoum acrescentou que os últimos
ataques jihadistas de que foi alvo o Níger e durante o qual morreram mais
de uma centena de habitantes, designadamente próximo de Tilia, na região
de Tahoua, nada tem a ver com os resultados eleitorais que culminaram com
a sua vitória, mas sim com o facto de que os jihadistas querem obrigar as
populações do referido distrito, que já pagam um imposto, chamado
de zakat, a
apoiar o terrorismo contra o Estado nigerino.
De acordo com o Presidente nigerino, a
prioridade é evitar que o terrorismo jihadista se transforme num conflito
intercomunitário.
Mohamed Bazoum acusou os jihadistas do
Estado Islamico no Grande Magrebe (EIGS) de fazer incursões no seu país e de
atacar principalmente o Mali.
Referindo-se à retirada parcial das tropas
francesas da operação Barkhane, em vigor no Sahel, Bazoum considerou que dado o
modo e o conceito operacionais, a medida terá antes de tudo um impacto
simbólico e político. "Para nós o importante é a manutenção das forças
aéreas francesas ", realçou o Presidente Mohamed Bazoum.
Bazoum declarou também que, no capítulo interno, a educação, em particular a das mulheres,será uma prioridade do seu mandato. ANG/RFI
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