quinta-feira, 18 de março de 2021

Indústria/Presidente do Sindicato de Base da Guinave EP responsabiliza  a empresa Arezki pela “morte” dos Estaleiros Navais

Bissau,18 Mar 21(ANG) – O Presidente do Sindicato de Base da Guinave EP, responsabiliza a empresa Arezki, que venceu o concurso para privatização da Guinave, pela “degradação e morte” dos Estaleiros Navais da Guiné-Bissau.

Em declarações aos jornalistas à margem da visita que o titular da pasta do Comércio e Indústria efectuou quarta-feira aquela unidade fabril, Raul Correia explicou que, na altura em que  a empresa Arezki assumiu a gestão dos Estaleiros Navais, após ter vencido o concurso da sua privatização, todas as maquinarias ali existentes funcionavam plenamente.

“Todos os equipamentos de que dispunha os Estaleiros, dentre os quais, a carpintaria, oficinas mecânicas, de moldura de ferros, produção de diferentes peças metalomecânicas, bobinagem de dínamos de motores, fábrica de oxigénio entre outros estavam em funcionamento”, salientou aquele técnico.

Informou que, na altura a Guinave EP, tinha pouco mais de duzentos trabalhadores e quando a Arezki assumiu a sua gestão,  poucos anos depois  anunciou a  falência da empresa tendo indemnizado e despedido quase a totalidade dos trabalhadores.

“Temos informações de que a empresa Arezki procedeu a desmontagem a transferência para o Senegal das melhores maquinarias dos Estaleiros Navais, dentre as quais, os turnos de dobragem de ferros e grupo de geradores de corrente eléctrica”, revelou.

A Areski, segundo o seu administrador, Adnan Osman assumiu a gestão dos Estaleiros Navais, mediante um concurso ganho em 2002 e que em conformidade com o Caderno de Encargo, celebrou o contrato de compra e venda e pagou  550 mil dólares ao Governo da Guiné-Bissau, em 26 de Agosto de 2002.

Adnan Osman alegou que o caderno de encargo previa que o Estado da Guiné-Bissau concedesse  a Arezki o prédio onde funciona actualmente o Instituto Marítimo Portuário que é pertença da Guinave EP, e ainda realizasse  a dragagem dos Portos de Bissau, como condições fundamentais para Arezki fazer investimentos na empresa, o que não aconteceu até a data presente.

“A Arezki tinha programado, de acordo com o contrato de aquisição, proceder o reabilitação dos Estaleiros Navais de Bissau e de Cumeré, no valor de nove milhões de dólares, se forem cumpridas as condições anteriormente acordadas com o Governo”, acrescentou.

Osman sublinhou que, volvidos cerca de três anos, confrontaram-se com a avaria de muitos equipamentos existentes na Guinave EP, o que lhes impossibilitou de continuar  os trabalhos de reparação de navios e limitando-se a produção de gelo e oxigénio.

“Tendo em conta que, a maioria dos trabalhadores só possuía capacidades técnicas para fazer reparações de navios e como  Arezki não podia suportá-la devido a situação financeira difícil,  procedeu-se o despedimento mediante a indemnização do grosso número do  pessoal”, afirmou Adnan Osman.ANG/ÂC//SG

 

Sem comentários:

Enviar um comentário