Covid-19/ “Segunda vaga é mais virulenta, mais grave e difícil de
combater”, diz Margda Robalo
Bissau,26 Mar 21(ANG) - A
segunda vaga da pandemia provocada pelo novo coronavírus na Guiné-Bissau é mais
virulenta, mais grave e está difícil de combater devido à greve no setor da
saúde, disse quinta-feira a Alta comissária para a covid-19, Magda Robalo.
"Estamos neste momento
a viver a nossa segunda vaga que está a ser difícil de combater porque esta
segunda vaga decorre numa greve no setor de saúde, que tem implicações no
número de amostras que são colhidas e testadas, mas o pouco que vamos tendo
indica que a segunda vaga continua muito forte", afirmou Magda Robalo.
A alta comissária falava no
final de um encontro com o Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, que
quinta-feira promulgou o decreto do Governo, que prolonga por mais 30 dias o
estado de calamidade no país.
"Temos um aumento
importante de casos internados, nós nunca tivemos, mesmo no auge da primeira
vaga, tantas pessoas internadas com enfermarias cheias de casos de covid-19.
Está acelerada", salientou a médica guineense.
Magda Robalo referiu também
o número de mortes que tem estado a aumentar, e confirma que na quarta-feira
morreram cinco pessoas no país devido à doença.
"Isto é um sinal de que
a pandemia está mais virulenta, está mais grave e nós precisamos de ter uma
maior atenção às medidas de prevenção", disse.
Os dados divulgados
quinta-feira pelo Alto Comissariado para a Covid-19 indicam que há um total
acumulado de 3.607 casos e 61 vítimas mortais.
O Governo da Guiné-Bissau
decidiu prolongar o estado de calamidade no país, que hoje terminava, por mais
30 dias, até 24 de abril, mas decidiu permitir a retoma do campeonato nacional
de futebol, sem público no estádios, e o exercício coletivo de liberdade
religiosa nas igrejas, mesquitas e outros locais de culto com metade da lotação
prevista.
Sobre aquela decisão, Magda
Robalo admitiu que há um "certo cansaço" das pessoas, mas explicou
que trabalhou com as confissões religiosas um plano de contingência, que vai
permitir, por exemplo, no caso da igreja católica reduzir o número de pessoas
presentes nas missas e aumentar o número de missas realizadas por dia.
"Estamos a trabalhar
com outras confissões religiosas a mesma prática", sublinhou.
A alta comissária disse
também que em 02 de abril vai começar a vacinar o grupo alvo prioritário, dos
técnicos de saúde, e que no dia seguinte fará o lançamento oficial da campanha
de vacinação.
A Guiné-Bissau confirmou
oficialmente em 25 de março de 2020 os primeiros dois casos de covid-19 no
país.
A pandemia de covid-19 provocou,
pelo menos, 2.745.337 mortos no mundo, resultantes de mais de 124,8 milhões de
casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por
um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro
da China.ANG/LUSA
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