Finanças/Antigos combatentes recusam pagar novos impostos
Bissau,24 Mar 21(ANG) - Os antigos combatentes recusaram terça-feira receber a pensão de reforma e acusaram o Governo de "brincadeira de mau gosto" por lhes estar a cobrar impostos sobre uma pensão de cerca de 40 mil francos CFA.
Centenas de membros da
associação dos veteranos de guerra da independência da Guiné-Bissau
comparecerem diante da Secretaria de Estado dos Combatentes da Liberdade da
Pátria, em Bissau, e nas delegações regionais, para exigir que o Governo volte
atrás com a cobrança de alguns impostos.
Houve momentos de alguma
tensão, com alguns dos veteranos a ameaçar "usar outros métodos, se for
necessário".
Domingos Tambá, da
Associação dos Filhos de Combatentes de Liberdade da Pátria, disse ter dado
orientações aos seus associados para não receberem o dinheiro correspondente à
pensão do mês de março, após os descontos realizados pelo Governo, nomeadamente
imposto profissional, selo e taxa de eletricidade.
"Um reformado ou
pensionista do Estado não tem nada que pagar o imposto profissional, imposto de
selo ou imposto de eletricidade", observou Domingos Tambá.
O dirigente afirmou que a
maioria dos veteranos de guerra aufere pouco mais de 40 mil francos CFA.
Com os descontos, "com
que dinheiro vão viver?", questionou.
"Quando esta gente
estava a trabalhar para o Estado guineense a geração atual ainda nem
sequer nasceu. Agora cabe à atual
geração descontar para a próxima geração", notou Domingos Tambá.
Fonte da Secretaria de
Estado dos Combatentes da Liberdade da Pátria disse à Lusa que o titular da
pasta, Augusto Nhaga, já contactou o Ministério das Finanças para "tentar
resolver a situação a bem".
O presidente da associação
defendeu que a situação "vem justificar" aquilo que é a sua avaliação
sobre a forma como o problema dos veteranos da luta pela independência tem sido
tratado na Guiné-Bissau.
"Sempre dissemos que as
pessoas estão a brincar com os combatentes da liberdade da pátria. Para nós,
filhos dos combatentes, é um insulto para os nossos pais", disse Domingos
Tambá.ANG/Lusa
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