Covid-19/China rejeita termos da OMS para aprofundar as origens do coronavírus
Bissau, 22 Jul 21(ANG) – A China disse hoje que a
segunda fase da investigação sob
re a origem da covid-19 é “inaceitável”, depois
de a Organização Mundial da Saúde (OMS) não ter descartado a teoria de uma fuga
a partir de um laboratório.
“É impossível aceitarmos
este plano para detetar a origem do vírus”, disse, numa conferência de imprensa
convocada para abordar a origem da covid-19.
Zeng disse que ficou
“bastante surpreso” com o pedido da OMS para aprofundar as origens da pandemia
e, especificamente, a teoria de que o vírus pode ter saído de um laboratório
chinês.
O director da OMS,
Tedros Adhanom Ghebreyesus, reconheceu, na semana passada, que foi “prematuro”
descartar uma possível ligação entre a pandemia e uma fuga do novo coronavírus
a partir do Instituto de Virologia de Wuhan.
Zeng disse que o
laboratório da cidade de Wuhan não tem vírus que possam infectar humanos
diretamente e apontou que a China esclareceu isso repetidamente e não aceita o
plano da OMS.
A investigação sobre a
origem do vírus tornou-se uma questão diplomática que contribuiu para
deteriorar as relações entre a China e os Estados Unidos e muitos dos seus
aliados.
Os EUA e outros países
dizem que a China não foi transparente nas primeiras semanas da pandemia.
Pequim acusa os críticos de politizar uma questão que deveria ser deixada para
os cientistas.
Os primeiros casos de
covid-19 foram diagnosticados em Wuhan, no final de 2019. O instituto de
virologia da cidade é um dos principais laboratórios da China que armazena e
estuda coronavírus.
Zeng observou que uma
equipa de especialistas internacionais coordenada pela OMS que visitou o
laboratório no início deste ano concluiu que um vazamento era altamente
improvável.
A maioria dos
especialistas acredita que o vírus provavelmente passou para o ser humano a
partir de animais. O debate, altamente politizado, questiona se uma fuga do
laboratório é assim tão improvável que mereça ser descartado como
possibilidade.
Tedros disse esperar por
uma melhor cooperação e acesso aos dados da China, acrescentando que obter
acesso a dados brutos foi um desafio para a equipa internacional de
especialistas que viajou à China este ano para investigar a causa do surto.
“Eu também fui técnico
de laboratório, sou imunologista e trabalhei em laboratório, e acidentes de
laboratório acontecem”, descreveu.
Também o ministro da
Saúde da Alemanha, Jens Spahn, pediu às autoridades chinesas que permitissem o
prosseguimento da investigação sobre as origens do vírus.
Zeng afirmou que as
informações de que funcionários e alunos de pós-graduação do Instituto de
Virologia de Wuhan ficaram doentes com o vírus e podem tê-lo transmitido a outras
pessoas não são verdadeiros.
A China “sempre apoiou o
rastreamento científico de vírus” e deseja que isso se estenda a vários países
e regiões em todo o mundo, defendeu. “No entanto, somos contra a politização do
trabalho de investigação”, acrescentou.
A segunda fase deve
basear-se nas conclusões da primeira fase, após “ampla discussão e consulta
pelos Estados membros”, disse Zeng.
A China tem procurado
frequentemente desviar as acusações de que a pandemia se originou em Wuhan e
foi potencializada por erros burocráticos iniciais e uma tentativa de
encobrimento.
Porta-vozes do governo
pediram até uma investigação para apurar se o coronavírus pode ter sido
produzido num laboratório militar dos EUA, uma teoria que não é amplamente
aceite pela comunidade científica.
A país asiático
praticamente extinguiu o vírus dentro do seu território, através de medidas
restritas de confinamento.
A pandemia de covid-19
provocou pelo menos 4.119.920 mortos em todo o mundo, entre mais de 191,3
milhões de casos de infecção pelo novo coronavírus, segundo o balanço mais
recente da agência France-Presse.
A doença respiratória é
provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detectado no final de 2019 em Wuhan,
cidade do centro da China, e actualmente com variantes identificadas em países
como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil e Peru. ANG/Inforpress/Lusa
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