Política/Domingos Simões Pereira considera de “cobardia” as restrições de liberdades dos cidadãos
Bissau,23 Jul 21(ANG) - O líder do Partido Africano da
Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira, denunciou
hoje o que considerou ser uma ordem "cobarde" de restrição das
liberdades fundamentais dos cidadãos.
Domingos Simões Pereira foi hoje proibido de viajar para
Portugal no voo da Euroatlântico por "ordens superiores".
"Quero aqui à frente do departamento de migração do
aeroporto denunciar esta situação grosseira de restrição das liberdades
fundamentais de um cidadão", afirmou o líder do PAIGC, em declarações aos
jornalistas no aeroporto, onde se deslocou para saber das razões pelas quais foi impedido de viajar.
Segundo Domingos Simões Pereira, o departamento de
migração não apresentou qualquer documento e evoca a "existência de uma
ordem superior" que o impede de viajar, sem qualquer explicação sobre os
"fundamentos legais".
"É absolutamente ilegal a cobardia das pessoas que o
fazem. Pelo menos que me enfrentem e digam, nós estamos a restringir a tua
liberdade porque temos força para o fazer e porque o decidimos fazer", disse
Simões Pereira.
"Mas são tão cobardes, que ficam nos seus espaços
fingindo que estão ocupados com os seus dossiês tão importantes, dão ordens que
não têm qualquer fundamentação legal e jurídica e o departamento da migração
comunica que são ordens superiores que me impedem de viajar", sublinhou.
O líder do PAIGC afirmou também aos jornalistas que vai
apresentar queixa e responsabilizar "não só quem executa, mas também quem
manda executar".
Segundo Domingos Simões Pereira, "o mundo vai saber
o tipo de regime que se quer instalar neste país", salientando que "o
regime é arbitrário e ditatorial, mas amador".
"Vamos ser livres, se tivermos a coragem de ser
livres. A mim ninguém me dá ordens que não correspondem à lei, porque isto é
absolutamente arbitrário", disse, falando para os cidadãos guineenses.
"Enquanto não tivermos essa capacidade, essa
determinação, de dizer que ninguém pode restringir as nossas liberdades, vamos continuar
a ser tratados como cordeiros, a mim ninguém me trata como cordeiro", disse.
Contactada pela imprensa, a secretaria de Estado da Ordem
Pública disse não ter conhecimento, remetendo declarações para mais tarde.
O empresário guineense Veríssimo Nancassa, próximo do
PAIGC, também foi impedido de viajar em junho por "ordens superiores".
Na sequência do impedimento de viagem do empresário, a
imprensa guineense noticiou a existência de uma lista de pessoas impedidas de
viajar.
Na altura, as autoridades guineenses, nomeadamente o
Ministério do Interior, disseram desconhecer totalmente a existência de
qualquer lista.ANG/Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário