Presidenciais
em São Tomé/ PCD exige
recontagem dos votos
Bissau, 22 Jul
21 (ANG) - O Partido da Convergência Democrática (PCD) exige que seja feita uma
nova contagem dos votos relativos à primeira volta das presidenciais
são-tomenses que se realizaram dia 18 de julho de 2021.
O apelo foi feito pelo director de campanha do
PCD, João Costa Alegre.
João Costa Alegre, cujo partido ficou em
terceiro lugar, disse ter havido uma "fraude massiva" durante
a primeira volta das presidenciais são-tomenses.
"Continuamos a insistir que deve haver efectivamente a recontagem
de votos. Sobretudo, no nosso caso, estamos a exigir que haja recontagem
de votos nas mesas onde nós não estávamos representados. E (...) não é uma
reclamação que só a candidatura de Delfim Neves está a fazer. Outras
candidaturas também começam a tentar saber, ter ideias, sobre resultados.
Portanto, eles querem saber como os dados da Comissão Nacional Eleitoral
aparecem. É nesse sentido que nós continuamos a reafirmar que não vamos baixar
os braços até que seja esclarecido onde estão guardados os 4497 votos que
nós estamos a discutir que sejam para nós, mas esses 4000 votos até podem não
ser para a candidatura de Delfim Neves. Mas são votos que têm de nos dizer
onde param" , acrescenta Carlos Alegre.
Por seu turno, Carlos Vila Nova, da Acção
Democrática Independente, o candidato mais votado na primeira volta das
eleições são-tomenses, pede explicações devido ao facto de, na sua opinião, a
contagem dos votos ter sido anormalmente demorada.
"Vamos continuar a reagir. Vamos continuar a trabalhar no sentido
(de a Comissão Eleitoral esclarecer) o povo são-tomense (sobre) o que se
passou. Qual a sua intenção e o porquê da interrupção, e só 24 horas depois
fazerem esse anúncio (que) o povo espera. O povo está a sentir-se roubado. Nós,
na nossa candidatura, também tudo faremos para respeitar o povo e para que as
eleições não manchem, de maneira nenhuma, o amadurecimento democrático que São
Tomé tem vivido. Nós (reclamamos, pedindo) explicações em relação ao que
aconteceu . Isso já entrou. E agora (...) vamos, como os juristas e os mandatários,
em termos legais, com os mecanismo que a lei nos confere - eu não saberei
dizer, de momento, que mecanismos - (interpor) também (uma)
reclamação ou recurso para o esclarecimento cabal desta situação",
disse Vila Nova.
A segunda volta das eleições presidenciais
são-tomenses irá realizar-se no próximo dia 8 de agosto, como foi anunciado
pela Comissão Eleitoral Nacional.
Os procedimentos e anúncios da Comissão
Eleitoral Nacional (CEN) têm sido, entretanto, contestados.
O Observatório de Transparência de São
Tomé publicou um manifesto onde pede também esclarecimentos à CEN sobre o
paradeiro dos mais de 4 mil votos.
Segundo a RFI, Oscar Baía, membro do
Observatório de Transparência de São Tomé e Príncipe, explicou que foi
anunciado um determinado número de votantes, mas, se forem somados os votos de
todos os candidatos, ficam a faltar mais de 4 mil e quatrocentos votos.
Oscar Baía afirma que esses votos podiam
ter influenciado os resultados da primeira volta. Diz que não dariam
maioria absoluta a Carlos Vila Nova, mas poderiam ter alterado o resultado dos
candidatos que ficaram em segundo e terceiro lugar.
O Observatório de Transparência de São Tomé e Príncipe emitiu por isso um manifesto onde pede à Comissão Eleitoral Nacional que esclareça a população sobre o paradeiro desses votos.ANG/RFI
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