CPLP/Líderes comprometem-se com medidas para fazer face à emergência climática
Bissau, 20 Jul 21 (ANG) – Os líderes
da CPLP comprometeram-se a acelerar
a
aplicação de medidas para a acção climática, nomeadamente as que foram
aprovadas pelas Nações Unidas, como o fortalecimento de modelos económicos
sustentáveis e de eficiência energética.
O compromisso foi assumido pelos chefes de Estado e de Governo da Comunidade
dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), na recente XIII cimeira da comunidade, em
Luanda, na qual aprovaram a Resolução sobre a Emergência Climática na CPLP, que
reconhece “a importância de uma resposta urgente e global ao desafio das
alterações climáticas”.
Entre as medidas estão “a
diversificação e o fortalecimento de modelos económicos sustentáveis,
reforçando a transição para sistemas alimentares e agrícolas e empregos
sustentáveis, bem como a aceleração da transformação e da eficiência
energética, incluindo transportes de baixo carbono e, ainda, a promoção de
padrões de produção e de consumo sustentáveis”.
Na resolução recomenda-se ainda “a
adopção de estratégias nacionais de médio e longo prazo para a acção
climática”, que promovam “o aumento da resiliência climática e da capacidade
adaptativa das populações” e a “criação de infra-estruturas sociais e
económicas que promovam modelos de desenvolvimento para alcançar o objectivo da
neutralidade carbónica global até 2050”.
Os países-membros da CPLP comprometem-se
assim a acelerar a aplicação das decisões tomadas na Convenção-Quadro das
Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, no Acordo de Paris, na Convenção das
Nações Unidas para o Combate à Desertificação ou na Assembleia das Nações
Unidas para o Ambiente, incluindo-as nos seus ordenamentos jurídicos.
Neste sentido, os líderes da CPLP
afirmam a importância de “uma resposta urgente e global ao desafio das
alterações climáticas”, apoiando “com determinação e ambição” a aplicação do
Acordo de Paris, e apelam para “uma mudança de rumo a nível mundial para que se
limite a subida de temperatura média global a 1,5ºC em relação a níveis
pré-industriais”.
Comprometem-se também a “acelerar e
tornar mais efectiva a cooperação entre os Estados-membros” da CPLP para
reforçar as capacidades de cada país no “desenvolvimento de estratégias
nacionais e acções de adaptação e mitigação” das alterações climáticas.
Os chefes de Estado e de Governo
reafirmam “a urgente necessidade de reduzir as emissões de gases com efeito de
estufa, provocadas sobretudo pelo consumo de combustíveis fósseis em países
desenvolvidos”.
Segundo a resolução, uma participação
concertada dos países da CPLP nas reuniões multilaterais que antecedem a
Conferência dos Oceanos das Nações Unidas, a realizar em Lisboa, em Junho de
2022, é uma oportunidade “para o reforço dos compromissos políticos ambientais”
e “para assegurar uma recuperação económica pós-pandemia justa, inclusiva e
sustentável”.
Os chefes de Estado e de Governo
lusófonos recomendaram ainda a aplicação dos princípios definidos na Parceria
CPLP por um Mar sem Lixo, reiterando a sua preocupação com os graves impactos
económicos e ambientais do lixo marinho e apelaram a uma tomada de posição
conjunta da organização a apresentar na 5.ª Reunião da Assembleia das Nações
Unidas para o Ambiente (UNIA), em Fevereiro de 2022, em Nairobi, no Quénia.
Na resolução refere-se que os Países
Menos Avançados e os Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento da CPLP
“estão entre os países com maior exposição e vulnerabilidade às crises
climática e ambiental”, o que torna ainda mais urgente o cumprimento da Agenda
2030 para o Desenvolvimento Sustentável e da Agenda Africana de Desenvolvimento
2063.
Integram a CPLP Angola, Brasil, Cabo
Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e
Príncipe e Timor-Leste.
ANG/Inforpress/Lusa
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