ONU/Alterações climáticas e conflitos são causa e consequência de pobreza e fome
Bissau, 27 Jul 21(ANG) – O secretário-geral da
Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres disse hoje que as
alterações climáticas e os conflitos são causa e consequência de pobreza e da
desigualdade de rendimentos e preços da alimentação.
A reunião foi convocada
para preparar uma cimeira da ONU sobre sistemas de alimentação, que vai
decorrer em Nova Iorque, em Setembro.
No início deste mês, um
relatório da ONU salientava que havia mais 161 milhões de pessoas a passar fome
do que em 2019, com muito deste agravamento a resultar da pandemia do novo coronavírus.
“Pobreza, desigualdade
de rendimentos e o elevado custo da alimentação continuam a manter as dietas
saudáveis fora de alcance de três mil milhões de pessoas”, disse Guterres. “As
alterações climáticas e os conflitos são ambos consequências e causas desta
catástrofe”.
O Fundo Internacional
para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA) apelou aos decisores políticos que
“resolvam as falhas dos sistemas de alimentação”, que deixam centenas de
milhões de pessoas pobres e com fome. O FIDA é uma agência da ONU destinada a
ajudar a agricultura de pequena escala.
O FIAD considerou que os
sistemas alimentares têm de “mudar radicalmente” para garantir acesso a comida
saudável, onde a produção alimentar “protege o ambiente e a biodiversidade e
onde as pessoas que produzem a comida são pagas decentemente pelo seu
trabalho”.
Em 2020, pelo menos 811
milhões de pessoas passaram fome, segundo aquele relatório da ONU.
Guterres adiantou que os
trabalhos preparatórios, em Roma, vão ajudar a definir o tom para a acção
durante esta década e para uma “recuperação equitativa e sustentável” da
pandemia do novo coronavírus.
Estes esforços têm
implicações financeiras. O economista-chefe da Organização da Agricultura e
Alimentação (FAO, na sigla em Inglês) estimou que a remoção de 100 milhões de
pessoas do estado de subalimentação crónica exigiria 14 mil milhões de dólares
(cerca de 12 mil milhões de euros) todos os anos, até 2030, e cerca do triplo
para conseguir o objectivo da ONU de fome zero até 2030. ANG/Inforpress/Lusa
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