CPLP/”Acordo sobre mobilidade é
“porta que se abre”, diz Ribeiro Teles
Bissau, 14 Jul
21 (ANG) - O secretário executivo cessante da CPLP, Francisco Ribeiro Telles,
considera que o acordo sobre a mobilidade “é uma porta que se abre” na
organização, mas admite que a sua operacionalização vai ser “um desafio”.
O embaixador
sublinha que a CPLP vai, ainda, ganhar uma “nova dimensão económica e
empresarial”.
Quanto à
promessa, por cumprir, de abolição da pena de morte na Guiné Equatorial, “os
progressos” vão ser avaliados, mas uma presidência rotativa de Malabo não
vai ser para já.
Luanda acolhe, a 17 de Julho, a XIII
Conferência de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa (CPLP).
Os trabalhos preparatórios
decorrem ao longo desta semana, com a reunião dos pontos focais da
cooperação, encontros do comité de concertação permanente, a reunião do
Conselho de Ministros e eventos em torno da segurança alimentar e da
cooperação económica e empresarial.
Em entrevista à RFI, sobre o balanço do
seu mandato, Francisco Ribeiro Telles afirmou que o seu trabalho “está muito ligado
ao balanço da presidência cabo-verdiana por ter coincidido no tempo e no espaço” e
que é um balanço que “está na agenda da própria cimeira” que
vai aprovar, nomeadamente, a proposta sobre a mobilidade dos cidadãos
lusófonos.
“É um balanço
que está na agenda da própria cimeira. Ao fim de contas, é o acordo sobre a
mobilidade que é uma porta que se abre para facilitar a circulação dos cidadãos
dos Estados-membros no espaço da CPLP, visa uma maior circulação, uma maior
liberdade de movimentos de determinadas categorias de cidadãos numa primeira
fase no espaço da CPLP”, afirmou.
O diplomata português admitiu, no entanto,
que a operacionalização do acordo “vai ser um desafio” para a próxima
presidência angolana da CPLP porque é “uma organização que tem descontinuidade
geográfica e que está presente nos quatro continentes”.
“É um acordo gradual e flexível, não é de uma implementação imediata.
Também é de uma CPLP a várias velocidades. Há países que se sentem confortáveis
em avançar já, há países – por via até do seu ordenamento jurídico – que têm
maiores resistências, mas isso não impede que três ou quatro países se possam
juntar e acordar uma maior liberdade de circulação, mas é de facto um grande
desafio”, afirmou.
O embaixador salientou, ainda, que na
próxima presidência rotativa da CPLP, que vai ser assegurada por Angola, a
organização vai ganhar uma “nova
dimensão económica e empresarial”.
“Vai-se discutir, pela primeira vez, de uma forma consistente, uma nova
dimensão da CPLP que é a dimensão económica e empresarial, o próprio programa
de Angola vai nesse sentido, também é uma novidade a CPLP vir chamar a si essa
nova dimensão”, explicou. ANG/RFI
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