Hidrocarbonetos/Governo retira quatro licenças de prospeção do
petróleo
Bissau,15 Mar 22(ANG) - O Governo retirou quatro licenças de prospeção do petróleo por alegados incumprimentos de termos do contrato de conceção das mesmas por parte de duas empresas estrangeiras, disse à Lusa fonte do regulador guineense de hidrocarbonetos.
De acordo com a fonte da
Petroguin, as licenças em causa tinham sido concedidas às empresas ADA Business
AG e Loyalty, ambas com registo da Guiné Equatorial .
A lei estabelece que a
licença de prospeção de petróleo na Guiné-Bissau só é concedida à empresa que a
vai executar em consórcio com a Petroguin, esclareceu a fonte, adiantando que a
estatal guineense "acabou por perceber que as duas empresas não têm
capacidade necessária".
A Petroguin aponta como
incumprimentos da parte da ADA Business AG, que detinha as licenças "Cabra
Matu" e "Friantamba", todas no onshore (zona continental), a
alegada mudança da designação da companhia para ADA Energy, sem o seu
conhecimento, ausência de reuniões diretiva e técnica e ainda o não pagamento
do chamado bónus de assinatura de contrato de prospeção.
A mesma fonte da estatal
guineense de hidrocarbonetos explicou à Lusa que a lei determina que a
companhia deve reunir as comissões diretiva e técnica para projetar ações a
empreender, o que, disse, nunca ocorreu, volvidos cerca de 12 meses.
O prazo máximo destas duas
reuniões nunca pode ultrapassar 45 dias após a conceção efetiva da licença de
prospeção, precisou a fonte.
O chamado bónus de
assinatura deve ser pago ao Estado da Guiné-Bissau até 15 dias após a concessão
de licença, o que não foi o caso, indicou ainda a fonte da Petroguin.
A ADA Business teria
procedido à mudança da designação da empresa para ADA Energy, sem previamente
ter informado à Petroguin, e ainda fez "um anúncio bombástico" em
como celebrou um contrato com uma companhia dos Emirados Árabes Unidos para
explorar três mil milhões de baris de petróleo na Guiné-Bissau.
"Esta informação falsa
pesou ainda mais na decisão do Governo" em retirar as licenças à ADA
Business AG, sublinhou a fonte da Petroguin.
A outra empresa a quem o
Governo da Guiné-Bissau retirou também duas licenças é a Loyalty, que detinha
autorização para fazer prospeção no bloco 3 da zona marítima, a licença Raia e
o bloco 2 no onshore, a licença Lifanti.
A Loyalty também perdeu as
licenças pelos mesmos incumprimentos cometidos pela ADA Business AG, referiu a
fonte da Petroguin.
A decisão do Governo
guineense, tomada na reunião do Conselho de Ministros na passada quinta-feira,
"com caráter irreversível", vai agora ser promulgada pelo Presidente
do país, Umaro Sissoco Embaló, e publicada no Boletim Oficial.
Antes, o ministro dos
Recursos Naturais e o primeiro-ministro terão de assinar as propostas de
decretos de extinção formal das quatro licenças, os quais serão autenticados
pelo chefe de Estado para se considerar, finalmente, que as quatro licenças
estão livres para novas aquisições.ANG/Lusa
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