terça-feira, 31 de maio de 2022


Agricultura
/Meteolorologia recomenda aos  camponeses boa gestão da água das chuvas

Bissau, 31 Mai 22 (ANG) – O Diretor do Serviço da Rede de Observação  Meteorológica, do Instituto Nacional da Meteorológia da Guiné-Bissau (INM), alerta aos camponeses para fazerem boa gestão da água das chuvas, preparando bem os diques.

 Chermo Luís Mendes falava esta terça, em entrevista à ANG sobre  as previsões pluviométricas  para próximos meses de Junho, Julho e Agosto.

Disse que pelas previsões meteorológica feitas, 2022 será um ano húmido e de  muita chuva, em comparação com ano anterior (2021), em  que não choveu muito.

"Os camponeses devem estar preparados, porque se dissermos que este ano vai chover muito, não significa que esperamos ter boa produção. É preciso fazer uma gestão da água que cai nas bolanhas, sobretudo para fazer diques de proteção seguros e bombas de grenagem para, em caso de excesso, regular a quantidade desejada da água. Caso contrário, vão dizer que choveu muito, mas não temos rendimento”, disse.

Aquele responsável alertou também sobre as consequências da abundância   da água das chuvas, que são as pragas que destroem a agricultura, e que devem ser bem controladas.

Por outro lado, Cherno Mendes chama a atenção à população em geral no sentido de manterem sempre fechadas as portas e as janelas cada vez que chove e se faça ventos fortes.

"É preciso também cuidar com as nossas crianças porque temos muitos valetas de escoamento de água nos bairros”, acrescentou Mendes.ANG/MI/ÂC//SG

Guerra na Ucrânia/Dois maiores hospitais do país à beira de rotura de medicamentos essenciais

Bissau, 31 Mai 22(ANG) – O Hospital Militar Sino Guineense está a deparar-se com a escassez de medicamentos essenciais para atender os pacientes e o hospital Simão Mendes pode vir a ter o mesmo problema.

A situação foi confirmada esta terça-feira  à ANG, pela responsável da Logística Médica e do Património do Hospital Militar Sino Guineense, Napn Fonseca.

Disse que tal situação se deve a guerra na Ucrânia, cujas consequências estão a provocar o aumento dos preços de medicamentos praticado pelos fornecedores.

 “Os nossos fornecedores de medicamentos, alegam a falta de combustíveis para o funcionamento das fábricas de medicamentos e o seu elevado custo de transporte via marítima para a Guiné-Bissau”, disse.

Segundo aquela responsável, o principal fornecedor de medicamentos ao Hospital Militar, ao preço mais acessível, é a Central de Comercialização de Medicamentos(CECOMES), que atualmente enfrenta problemas de falta de medicamentos.

“Adquirimos ainda os medicamentos através das Farmácias Aliance Pharma, a Sónia e a Saluspharma”, acrescentou.

Napn Fonseca indicou que, como alternativa para evitar a rotura de medicamentos, pretendem fazer contratos mensais com os fornecedores, de forma a passarem a abastecer o Hospital com frequência e mediante a rotura de stock.

“Pedimos igualmente ao Governo no sentido de apoiar o Hospital Militar em contratos com as empresas fornecedoras de medicamentos, tendo em conta que atualmente esta unidade hospitalar não beneficia de nenhuma ajuda de custo, porque funciona graças aos seus esforços internos”, frisou.

Por sua vez, o administrador do Hospital Nacional Simão Mendes reiterou que a crise é universal, mas que  aquela instituição sanitária, com apoio do seu Comité de Gestão e através da Agência Espanhola de Ajuda para o Desenvolvimento(AIDA), ainda não se depara com grandes dificuldades de medicamentos.

Vito José Henriques admitiu que a rotura de abastecimento em medicamentos pode vir a ocorrer, se a situação continuar tal como está.

 “Neste momento o Hospital Simão Mendes está com um estoque razoável de medicamentos, graças aos apoios da AIDA”, afirmou.

Perguntado sobre as alternativas, na eventualidade de houver escassez de medicamentos , Vito José Henriques disse que, a alternativa vai passar pela estocagem de uma quantidade suficiente de medicamentos.

Disse  que os medicamentos essenciais de que o Hospital precisa são, entre outros, os de primeiro socorro, acrescentando que, por se estar já na época das chuvas, já se preveniu para não se entrar em aflições durante esse período. ANG/ÂC//SG

 


Justiça
/ “ Primeiro passo para combate a corrpução é a educação cívica dos cidadãos”,diz Juscelino De-Gaulle

Bissau 31 Maio 22 (ANG) – O Magistrado do Ministério Público, Juscelino De-Gaulle Pereira defendeu hoje que o primeiro método para combater a corrupção passa por uma educação cívica dos cidadãos, para fazé-los interiorizar que o bem comum é de todos e não pode ser sequestrado por um grupo de pessoas.

Jusscelino  Pereira proferiu estas afirmações depois de ter apresentado o Plano Estratégico de Combate à Corrupção denominado “Ministério Público Olho do Cidadão”.

O magistradlo disse que a percepção internacional da posição da Guiné-Bissau em relação ao índice de corrupção é melindrosa e que,por isso, o Ministério Público tem que reagir, enquando representante do interesse público.

“Por isso mesmo é que  decidimos, esta vez, elaborar este Plano que é ainda um projecto que vai contar com a contibuição de toda a gente uma vez que estes dois instrumentos fornecem actividades e planificação para o combate à corrupção “,frisou.

O igualmente Coordenador do Gabinete da Luta Contra Corrupção e dos Assuntos Económicos, do Ministério Público considerou a posição  número 21 que o país ocupa na classificação dos países em relação à corrupção, demonstra que a Guiné-Bissau está muito perto dos piores classificados em termos de corrupção, com uma diferença de 3 pontos dos considerados piores, ou seja, há qualquer momento pode passar para o último lugar .

De Gaulle Pereira garantiu que, apesar das vicissitudes do país em que muitas das vezes os documentos acabam por ser guardados na gaveta, desta vez é para valer, dando exemplo da  lei eleitoral que obriga os partidos políticos a prestarem contas 30 dias após as eleições.

“Doravante, os partidos que não prestam contas, não podem participar nas futuras eleições”, disse.

Assegurou  que, desta vez, o Ministério Público vai abrir os olhos porque é aqui que tudo começa. “Onde é que os partidos conseguem o dinheiro com que fazem as campanhas eleitorias? Devem prestar contas e a população deve saber da proveniência destes meios. “,vincou. ANG/MSC/ÂC//SG

 

 

     NATO/Presidente turco reitera oposição à entrada da Suécia e Finlândia

Bissau, 31 Mai 22 (ANG) - O Presidente da Turquia Recep Tayyip Erdogan reiterou a sua oposição à entrada da Suécia e  Finlândia na NATO e acusou ambos   os países de “apoiarem o terrorismo” ao darem asilo a militantes do PKK que Ancara considera como terroristas.

A Turquia também lamenta o embargo dos países escandinavos ao fornecimento de armas a Ancara, implementado em 2019 após a intervenção turca na Síria.

O presidente turco Recep Tayyip Erdogan afirmou, este fim-de-semana, que “enquanto for o presidente da Turquia, não se vai dizer sim à entrada na NATO de países que apoiam os terroristas”.

Erdogan voltou a subir a parada e confirmou que “não está satisfeito” com a resposta da Suécia e da Finlândia às exigências turcas, e que, portanto, o veto turco à entrada destes dois países na NATO mantém-se, por agora.

O chefe de Estado turco disse que “infelizmente” as negociações - que decorreram em Ancara, na semana passada - entre a delegação turca e as delegações da Suécia e da Finlândia “não atingiram o nível desejado”.  Recep Tayyip Erdogan sublinhou que “há terroristas que ainda se passeiam livremente pelas ruas de Estocolmo, protegidos pela própria polícia sueca”.

O Presidente turco referia-se a algumas manifestações de organizações curdas que protestavam contra as exigências turcas e também teria ficado irado com uma entrevista que Salih Muslim, líder do PYD - o braço político das milícias curdas sírias do YPG, que Ancara diz serem um grupo terrorista - deu à televisão estatal sueca SVT na semana passada.

A Turquia diz que o PYD e o YPG são uma extensão do PKK, o Partido dos Trabalhadores do Curdistão, um grupo separatista curdo, considerado uma organização terrorista pela NATO, pela UE e por Washington, e que luta há 40 anos contra o estado turco.

Salih Muslim é considerado um líder terrorista pelas autoridades turcas, que exigem a sua extradição. Nessa entrevista, o político curdo sírio diz que confia no estado de direito na Suécia e que este país não poderá responder positivamente a algumas das exigências turcas. Na mesma entrevista, Salih Muslim recusou responder se o YPG era de facto afiliado ao PKK, mas durante a transmissão foram mostradas imagens, captadas em diversos locais, onde se via fotografias de Abdullah Ocalan, o líder histórico do PKK.

Ancara questiona o momento desta entrevista, enquanto os editores suecos defendem a liberdade de expressão e de informação.

Os países escandinavos já fizeram saber que estariam prontos a levantar o embargo da venda de armas à Turquia, que decretaram em 2019 depois da última intervenção turca no norte da Síria. No entanto, será mais difícil haver acordo nas exigências de extraditar indivíduos e acabar com o apoio político ou militar a grupos que Ancara aponta como terroristas, já que o Governo da Suécia indicou que, ao contrário do que a Turquia diz, nunca enviou armas ou apoio financeiro para organizações curdas sírias.

Entretanto, o Presidente turco reiterou também a vontade de intervir uma vez mais no norte da Síria para criar mais uma zona tampão de 30 quilómetros.

O objectivo é impedir aquilo que Ancara diz ser ataques terroristas cada vez mais frequentes contra o seu território.

A nova operação, que foi validada pelo conselho de segurança nacional na semana passada, incidiria precisamente sobre o território controlado pelas milícias do YPG, que foram o principal aliado da coligação internacional na luta contra o Daesh. Nessa zona, há ainda tropas americanas – que apoiaram militarmente o YPG, e russas. ANG/RFI

 


Justiça
/Ministério Público lança Plano Estratégico contra corrupção denominado”Olho de Cidadão”

Bissau, 31 Mai 22 (ANG)O Ministério Público procedeu hoje ao lançamento do Plano Estratégico de Combate à Corrupção denominado de, “Ministério Público-Olho do Cidadão”,.

Falando no acto, o Procurador-Geral da República, Bacari Biai disse que a corrupção tem sido um “cancro” na sociedade guineense e que nas últimas décadas houve um aumento esponencial desse fenómeno na sociedade em geral e em especial nas instituições públicas.

“Nenhuma sociedade é isenta da corrupção tendo líderes corruptos e vice-versa”, salientou.

Aquele responsável disse que, por isso, o combate à este mal deve ser encarrado como um dever de todos e diz que será necessãrio tomadas de medidas, em diferentes áreas, nomeadamente na justiça, politica, nos orgaõs administrativos de controle,na educação pública obrigatória, participação activa da sociedade civil e nas  entidades religiosas.

Para Biai, deixar o Ministério Público isolado na implementação do Plano Estratégico de combate a corrupção não mudará as coisas.

Disse que na execução do Plano, a sua instituição vai precisar da colaboração dos mais altos titulares dos órgãos públicos uma vez que combater o flagelo em causa exige uma liderança forte.

Salientou que um sistema corrupto e endémico como é o caso da Guiné-Bissau dificilmente é alterado, de baixo para cima,  com apoio e relação com os parceiros dos organismos internacionais e corpos diplomáticos.

Segundo Biai,  essa ideia só poderá ser eficiente se o Governo, por decisão política, acabar com o que chamou de sequestro orçamental na área judicial em geral e em especial no Ministério Público.

Afirmou que os recursos que deviam servir para áreas da saúde ,segurança educação ,infra-estruturas são desviados por uma pequena parcela de cidadãos, e que o pouco que resta torna insufiente para investimentos voltados a necessidade da maioria,deixando o cidadão com a dúvida sobre a capacidade do Estado , enquanto  promotor do desenvolvimento e justiça social.

Em representação do Chefe do Governo, a ministra da Justiça cessante sublinhou que o evento é de particular importância para o sector e para todo o país, atendendo os desáfios globais de combate ao crime e em particular a corrupção.

Alexandrina Silva disse que o plano foi lançado  numa altura em que as prioridades nacionais constantes em todas as estratégias da governação se encontram viradas para a prevenção e combate à corrupção.

 “A corrupção é um entrave grave ao investimento, ao crescimento económico e estimula a probreza, fomenta a instabilidade política, social, institucional e o ordenamento penal guineense”, disse. ANG/MSC/ÂC//SG

 

 

 


          Bruxelas
/Alcançado acordo político para embargo ao petróleo russo

Bissau, 31 Mai 22 (ANG) – Os líderes europeus alcançaram um acordo político para embargar o petróleo russo  que  prevê cortar o petróleo que chega via marítima, mas isentar temporariamente o oleoduto que fornece petróleo russo à Hungria, República Checa e Eslováquia.

O embargo deverá assim abranger, até ao final do ano, 90% do petróleo russo exportado para a União Europeia.

Após o acordo, o presidente do Conselho, Charles Michel, disse que o objetivo desta medida é parar a máquina de guerra russa e o financiamento da sua capacidade militar.

O embargo ao petróleo é a principal medida do sexto pacote de sanções da União Europeia à Rússia, por causa da invasão da Ucrânia.

 Outras medidas incluem a suspensão do Sberbank - maior banco comercial da Rússia - do sistema internacional de pagamentos SWIFT. E a inclusão de acusados de crimes de guerra em Bucha na lista de indivíduos sujeitos a sanções europeias.

Hoje no segundo dia dos trabalhos, os dirigentes europeus encontram-se  com o líder da União Africana, Macky Sall, na tentativa de coordenar iniciativas para reduzir a insegurança alimentar global, provocada pela guerra na Ucrânia. ANG/RFI

 

Literatura/ “ Um dia a escrita servirá de exemplo para mudar erros cometidos no país”, diz escritor Samba Bari

Bissau, 31 Mai 22 (ANG) – O escritor guineense Samba Bari disse acreditar que um dia a escrita servirá de  exemplo para compreender e mudar os erros que foram cometidos  na Guiné-Bissau.

Samba Bari  falava hoje em conferência de imprensa , na vêspera de apresentação do se
u terceiro  livro intitulado “ Reflexo da Carta Secreta- o Caso 12 de Abril”,  um livro que âncora a história do golpe de Estado levado a cabo em 2012.

Disse que, para além de contribuir na construção da história do país, através das suas obras litérarias, está a convidar a sociedade guineense para  se refletir sobre os  factos narrados e pensar na forma de mudar a historia.

“ Nem toda a história contada por mim  nos livros vai agradar à todos, mas escrevo as verdade dos factos dos acontecimentos ocorridos no país”, afirmou o escritor.

Trata-se da terceira  obra literária  do escritor: o primeiro livro  foi “ A Batalha dos Vivos”, lançado em agosto de 2016, que aborda o  comportamento da sociedade guineense, as contraversias politicas e as lutas contínuas que as pessoas devem fazer para alcançar o desenvolvimento,  e o segudo “ A Guerra de Bissau”, um livro em que o autor fixa em memória, o conflito politico militar, a guerra civil, de 7 de junho de 1998,  apresentado em novembro de 2018

Disse estar orgulhoso,  porque cada um dos livros já publicados vem com o titulo próprio e todas  as obras abordaram os factos ocorridos no país, factos que muitas vezes  não são agradáveis de revelar pelos impactos que deixam na sociedade, pelos hábitos que implantaram nas pessoas e sobretudo pela desconfiança, cada mais maior e permanente, e as dificuldades da convivência entre as chefias e líderes.

“Com sabor ou desabor, assim foi no primeiro livro que publiquei e assim será neste terceiro livro”, afirmou Samba Bari.

Disse estar tranquilo pelo trabalho literário que está a fazer ao nivel da escrita, por estar a contribuir na formação e informação da geração presente e futura, na obtenção de conhecimentos dos factos, nomes e as datas de todos os acontecimentos abordados nos seus livros.

“Costuma-se dizer que todo o cidadão deve participar na construção da história do seu país, isto é verdade,  mas também não é menos verdade que para cada cidadão poder participar activamente na construção da história, antes é preciso que cada geração  tenha conhecimento e explicações corretos do que aconteceu e como aconteceram”, frisou.

Segundo o escritor, escrita e os acontecimentos merecerão, um dia, uma atenção especial e serão um exemplo para retificar muitos dos erros  cometidos hoje.

“Quero garantir que  o meu esforço não está cessante e vai continuar incessante em não redicularizar, nem ficar quieto, calado e distante, semplesmente a lamentar”, assegurou. ANG/LPG/ÂC//SG 

      Guiné-Conacry/ONU pede restabelecimento do direito de manifestação

Bissau, 31 Mai 22 (ANG) - A Organização das Nações Unidas pediu na segunda-feira à junta militar no poder na Guiné a "restauração do direito de manifestação", após a proibição de manifestações políticas que passou a ser aplicada em 13 de Maio.

"Encorajamos as autoridades de transição a garantir a protecção real e séria do espaço público, inclusive garantindo a liberdade de expressão, associação e reunião pacífica", lê-se num comunicado do Alto Comissariado para os Direitos Humanos das Nações Unidas, divulgado em Genebra.

As medidas anunciadas pela junta militar "violam as normas de direitos humanos e representam um retrocesso no caminho para o fortalecimento da democracia e do respeito pela lei", insiste o Alto Comissariado.

"Também estamos preocupados com outras medidas tomadas pelas autoridades de transição", acrescentou o órgão da ONU, citando a demolição de propriedades privadas em Conacri, Siquiri e Nzerekore.

Segundo as autoridades, tratava-se de recuperar terrenos públicos, mas o Alto Comissariado sublinhou que ainda estão em curso recursos aos tribunais.

Em 13 de Maio, o órgão dirigente da junta militar, que derrubou o Presidente Alpha Condé em Setembro de 2021, proclamou a proibição, "até aos períodos da campanha eleitoral" de qualquer manifestação na via pública "de natureza que comprometa a tranquilidade social e a correta execução das atividades" previstas no cronograma de transição.

No dia anterior, o Conselho Nacional de Transição (CNT), órgão legislativo criado pela junta, havia fixado a duração da transição em três anos antes do retorno dos civis ao poder.

Em Setembro, após o golpe contra o Presidente Condé, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) "insistiu que a transição fosse muito curta" e que as eleições fossem organizadas num prazo não superior a "seis meses".

A CEDEAO suspendeu a Guiné após o golpe de 05 de Setembro e impôs sanções após a recusa da junta em cumprir as suas exigências.ANG/Angop

 

 

Desporto-futebol/ Sporting Clube da Guiné-Bissau reassume o cumando da Guinees Liga

Bissau, 31 Mai 22 (ANG) – O Sporting Clube da Guiné-Bissau reassumiu a liderança da Guinees-Liga ao beneficiar da derrota do Sport Bissau e Benfca, por uma bola a zero, frente ao Cupelum FC.

O Sporting Clube da Guiné-Bissau que há  duas jornadas não vencia, regressa a vitória assumindo de novo, o comando da Guinees Liga, com três pontos de vantagem sobre o rival directo SB e Benfica.

Eis os resultados que as restantes partidas da 22ª jornada produziram:

Sporting Clube da Guiné-Bissau-2/Os Balantas de Mansoa-0, Sporting Clube de Bafatá-0/FC de Pelundo-0, FC de Canchungo-2/Massaf de Cacine-0, FC de Cuntum-0/AR.Nhacra-0, AC Bissorã-2/FC Sonaco-1, Binar FC-1/Flamengo de Pefine-0, UDIB-2/Portos de Bissau-2.

Tabela classificativa da 22ª jornada:

1º -SC.Guiné-Bissau-46 pts                                                9º-FC.Pelundo-28 pts

2º -SB.Benfica-42 pts                                                            10º-SC.Bafatá-25 pts

3º -FC. Canchungo-42 pts                                                   11º-Flam.Pefine-23 pts

4º -FC.Sonaco-37 pts                                                            12º-Portos-23 pts

5º -FC.Cuntum-36 pts                                                           13º-Mas.Cacine-20 pts

6º -AC.Bissorã-31pts                                                             14º-AR.Nhacra-20 pts

7º -UDIB-31 pts                                                                      15º-Binar FC-19 pts

8º -Bal.Mansoa-29 pts                                                           16º-Cupelum FC-19 pts

 

Para à 23ª jornada estão previstos os seguintes encontros:Flam.Pefine/FC.Sonaco, Portos de Bissau/FC.Cuntum, SC.Bafatá/Sport Bissau e Benfica, FC.Pelundo/CF.Os Balantas de Mansoa, Cupelum FC/FC.Canchungo, Arados de Nhacra/Sporting Clube da Guiné-Bissau, Atletico de Bissorã/Binar FC, Massaf de Cacine/UDIB.ANG/LLA/ÂC//SG

segunda-feira, 30 de maio de 2022

           
         São Tomé e Príncipe
/Morreu Evaristo Carvalho, ex-Presidente

Bissau, 30 Mai 22 (ANG) - Evaristo Carvalho, ex-Presidente da República de São Tomé e Príncipe, morreu na noite de sábado aos 80 anos de idade, vítima de doença prolongada.

O antigo chefe de Estado de São Tomé e Príncipe, no poder entre 2016 e 2021, era um histórico da política são-tomense, tendo sido primeiro-ministro em governos de iniciativa presidencial, assim como Presidente da Assembleia Nacional, ministro e deputado.

Reagindo ao seu falecimento, o seu sucessor, o actual Presidente, Carlos Vila Nova, expressou o seu sentimento de pesar, considerando que “é um momento de dor”. No mesmo sentido, o governo são-tomense decretou cinco dias de luto nacional para “prestar tributo ao antigo Presidente Evaristo Carvalho.

“Evaristo do Espírito Santo Carvalho foi figura ímpar do panorama político e da administração pública de São Tomé e Príncipe durante toda a sua vida e será sempre lembrado como homem íntegro, de diálogo e amigo do seu povo, tendo se revelado durante toda a sua vida como grande figura do Estado e nacionalista”, declarou em nome do governo o secretário o secretário de Estado da Comunicação Social.

O partido de que era membro Evaristo Carvalho, a Acção Democrática Independente (ADI, oposição) saudou hoje a memória do ex-Presidente são-tomense, descrevendo-o como dirigente ponderado, dialogante e defensor intransigente do Estado Direito Democrático.

Manifestamos todo o nosso reconhecimento àquele que foi um dos mais altos dirigentes do nosso partido o ADI, saudamos a memória de um Presidente da República defensor intransigente do Estado de Direito Democrático, ponderado e dialogante, que soube tudo fazer para preservar a estabilidade política e contribuir assim para o desenvolvimento harmonioso da nossa nação”, lê-se numa nota da ADI enviada à imprensa.

O antigo Presidente da República Fradique de Menezes (2002-2011) que trabalhou com Evaristo Carvalho, disse que o seu desaparecimento físico representa uma grande perda para o país. "Convivemos, convivi algum tempo Evaristo Carvalho. Achei-o alguém muito interessante, muito inteligente do ponto de vista administrativo. Achei-o alguém de diálogo, calmo, alguém que compreendia muito bem tudo o que se podia passar no exercício de Presidente da República naquela altura", recordou Fradique de Menezes.

O seu também antecessor Miguel Trovoada que foi Presidente entre 1991 e 2001, recorda Evaristo Carvalho como um amigo e uma figura incontornável da História recente de São Tomé e Príncipe.

Refira-se ainda que neste sábado à noite, o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, apresentou as suas condolências ao povo são-tomense.

O Presidente da República apresenta as mais sinceras condolências ao povo de São Tomé e Príncipe e ao seu Presidente Carlos Vila Nova, pelo falecimento do antigo Presidente Evaristo Carvalho, que sempre teve excelentes relações com Portugal, antes e durante o seu mandato”, lê-se numa mensagem divulgada no ‘site’ oficial da Presidência da República Portuguesa.

Evaristo Carvalho era técnico de agricultura e começou por ser um quadro do partido único - Movimento para a Libertação de São Tomé e Príncipe - Partido Social Democrata (MLSTP-PSD) - após a independência e até à década de 1990.

Foi chefe de gabinete de Miguel Trovoada quando este foi Presidente da República, tendo aderido ao Ação Democrática Independente. ANG/RFI

 

Acra/Praia, Bissau e São Tomé querem recorrer a plano alimentar de emergência do BAD

Bissau, 30  Mai 22(ANG) – Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe tencionam recorrer ao mecanismo de 1,5 mil milhões de dólares anunciado pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) para aumentar a produção agrícola de África e combater a crise alimentar.

“Já estamos a trabalhar com a nossa equipa cabo-verdiana, mas também do BAD e vamos rapidamente apresentar um projeto para podermos aumentar a capacidade de produção alimentar em Cabo Verde”, disse o ministro das Finanças cabo-verdiano, Olavo Correia, em declarações à Lusa em Acra, à margem dos encontros anuais do banco africano.

O homólogo são-tomense, Engrácio Graça, disse que também São Tomé e Príncipe já está a trabalhar no sentido de aproveitar a iniciativa do BAD e o ministro guineense, João Fadiá, manifestou a intenção de fazer o mesmo.

“Temos neste momento projetos na área da agricultura, para produção do arroz, com o BAD que não chegam. Neste momento, as avaliações que temos é que não é suficiente, queremos ampliá-lo. Portanto, vamos tentar obter mais fundos sobre esse projeto para podemos ampliar a produção do arroz”, afirmou Fadiá.

Anunciado na semana passada, o Plano Africano de Produção Alimentar de Emergência, promovido pelo BAD e pela Comissão da União Africana, no valor de 1,5 mil milhões de dólares (1,4 mil milhões de euros) irá beneficiar 20 milhões de agricultores com sementes e fertilizantes, bem como outros insumos agrícolas para produzir 38 milhões de toneladas de alimentos, no valor de 12 mil milhões de dólares (11,2 mil milhões de euros).

Isto incluirá 11 milhões de toneladas de trigo, 18 milhões de toneladas de milho, seis milhões de toneladas de arroz e 2,5 milhões de toneladas de soja.

Em entrevista à Lusa durante os encontros, a vice-presidente do BAD para a agricultura e o desenvolvimento humano e social, Beth Dunford, disse que todos os países africanos são elegíveis para recorrer ao mecanismo, e o BAD está já a aceitar pedidos de Governos.

“O mecanismo acaba de ser lançado e estamos a trabalhar nele neste momento (…). Estamos a lançá-lo muito, muito rapidamente, usando métodos de desembolso muito rápidos para levar essa assistência aos governos que realmente precisam dele agora”, afirmou.

Num encontro com jornalistas durante os encontros anuais, o presidente do BAD, Akinwumi Adesina, mostrou-se confiante de que este mecanismo permitirá evitar uma crise alimentar e defendeu que África deve apostar numa agricultura moderna e tecnológica.

No mesmo sentido, o ministro das Finanças cabo-verdiano defendeu para Cabo Verde “uma agricultura empresarial, que aposte no rendimento e não uma economia de subsistência, que continue nas malhas da pobreza”.

“Nós temos de reformar a agricultura introduzir novas tecnologias e uma nova visão empresarial para que a agricultura seja um sector produtivo e rentável e garanta melhores confições para aqueles que vivem no campo e do campo”, afirmou ANG/Inforpress/Lusa

 


Diáspora guineense
/Presidente da República promete abertura do Consulado em Malabo para atender necessidades dos emigrantes

Bissau, 30 Mai 22 (ANG) – O Presidente da República  prometeu a abertura de um Consulado, em Malabo (Guiné Equatorial) para facilitar a aquisição de documentos aos emigrantes guineenses daquele país.

A promessa foi feita por  Umaro Sissoco Embalo, durante um encontro  com a comunidade guineense em Malabo, à margem da Cimeira extraordinário da União Africana, e em resposta ao  pedido dos cidadãos nacionais que vivem naquele país.

Nesse encontro, o Chefe de Estado pediu aos guineenses à se diligenciarem para ter  toda a documentação necessária para evitar eventuais problemas com as autoridades de Malabo, apesar de terem Estatuto especial, no quadro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.

Sissoco Embaló entregou, na ocasião, à 68 emigrantes, os seus respectivos passaportes.

O Chefe de Estado recomendou a comunidade guineense ali residente para adoptarem uma conduta exemplar ou seja para  não se envolverem em maus actos que possam pôr em causa a imagem dos emigrantes e consequentemente do país.

Para sustentar o seu pedido, Sissoco Embaló, lembrou-lhes que, há 10 anos, enquanto conselheiro do ex Presidente Burquinabe,  Blaise Campaoré visitou à Guiné-Equatorial. Disse que nessa visita o  Presidente Teodoro Nguema Obiang manifestou a sua satisfação relativamente ao bom comportamento dos burquinabés, por isso deseja que o mesmo aconteça em relação a comunidade guineense.

O Presidente da República disse que vai dar instruções para seja acelerada a implementação dos acordos já assinados entre os dois países.

Relativamente a outros problemas apresentados pelos emigrantes, o Presidente  disse que os dois médicos guineenses emigrantes em Malabo serão, em principio, os respresentantes das autoridades da Guiné-Bissau naquele país, e com competência para  resolver os problemas com que se deparam os guineenses junto das autoridades locais, até a nomeação de um novo  consul honorário na Guiné-Equatorial.

Garantiu ainda que vai continuar com a sua luta de combate à corrupção e promoção de uma gestão transparente da coisa pública, “porque  ninguém tem o direito de se apropriar do que nos pertence a todos”.

“Nem eu tenho direito de tomar o que não me pertence, mas cada pessoa  pertence há um país e deve ter orgulho deste país, ou seja  um bom filho da terra não fala mal do seu país. Posso não ser boa pessoa e governo também, mas a terra não. Infelizmente, há  guineenses que falam mal do seu  próprio país”, referiu.

O Presidente da República pediu a colaboração dos imigrantes para a construção do país.

Por sua vez, o porta voz da comunidade guineense em Malabo, Ciro Embaló agradeceu a ministra de Negócios Estrangeiros pela emissão e entrega dos passaportes.

Dciro Embaló ainda agradeceu ao Governo e Presidente da Republica pela intervenção que fizeram junto das autoridades locais para permitir a libertação dos guineenses que estavam detidos por falta de documentação.

A comunidade guineense em Malabo pediu  a  instalação de uma representação consular com capacidade de emitir documentos guineenses.

Segundo Ciro Embaló  todos os cidadãos nacionais que vivem em Malabo circulam com documentos da Republica de São Tomé e Príncipe.

 Em nome dos emigrantes guineense na Guiné Equatorial, disse que não só condenaram a tentativa de golpe de Estado de 01 de Fevereiro, como  também exigem que os seus actores sejam julgados, “porque até então,nenhum dos supostos envolvidos no caso foi levado à justiça.ANG/LPG/ÂC//SG

 


Nigéria/Eleições/ Oposição escolhe ex-vice-presidente como candidato às presidenciais

Bissau, 30 Mai 22 (ANG) - A oposição nigeriana indicou o ex-vice-presidente nigeriano Atiku Abubakar como candidato às eleições presidenciais marcadas para Fevereiro de 2023, com o partido no poder a adiar as suas primárias por uma semana.

"Hoje estamos a fazer história, uma história que acreditamos trará mudanças fundamentais", disse Abubakar aos seus apoiantes reunidos na capital, Abuja, onde a votação foi realizada.

Abubakar, de 75 anos, um muçulmano do norte do país, foi escolhido nas primárias do Partido Democrático do Povo (PDP) e tentará pela sexta vez ser eleito presidente do país mais populoso de África.

O Congresso dos Progressistas (APC), partido no poder, vai realizar as suas primárias entre 6 e 8 de Junho, para escolher um candidato a suceder ao presidente Muhammadu Buhari, que anunciou que não concorrerá novamente, após completar dois mandatos.

A Nigéria, com 215 milhões de habitantes e dividido quase em partes iguais entre o norte, predominantemente muçulmano, e o sul, maioritariamente cristão, é um dos países mais religiosos do mundo.

Na tentativa de conciliar um país onde vivem cerca de 250 grupos étnicos, uma regra tácita prevê a rotação da presidência, a cada dois mandatos, entre candidatos do norte e do sul.

No entanto, Abubakar, ex-chefe das alfândegas e vice-presidente entre 1999 e 2007, é do norte, assim como o presidente Buhari, ao contrário da maioria dos principais candidatos do APC, partido no poder, que são do sul.

No APC, o ex-governador de Lagos Bola Tinubu e o actual vice-presidente Yemi Osinbajo são os dois principais candidatos, enfrentando ainda Rotimi Amaechi, que renunciou recentemente ao cargo de ministro dos Transportes no governo de Buhari.

Buhari não apoiou até ao momento nenhum candidato e alguns analistas acreditam que o actual presidente esteja à procura de um candidato de consenso para manter as facções do APC unidas antes das eleições gerais de Fevereiro de 2023.

A segurança será uma questão importante, pois há mais de 10 anos que o nordeste da Nigéria tem sido afectado por uma insurreição extremista. Bandos armados têm também levado a cabo frequentes ataques e raptos no noroeste do país.

Desde que regressou ao governo civil em 1999, a Nigéria realizou seis eleições nacionais.

A maior economia da África, enfraquecida pelo impacto da pandemia de covid-19, está a sofrer as consequências da guerra na Ucrânia, que elevou os preços dos combustíveis e alimentos em todo o continente.

Pelo menos 31 pessoas morreram no sábado durante um evento de distribuição de ajuda alimentar numa igreja na cidade de Port Harcourt, no sul da Nigéria. ANG/Angop

 



Integração no Governo
/“A finalidade do PAIGC é trabalhar para o povo da Guiné-Bissau”, diz Manuel dos Santos

Bissau, 30 Mai 22 (ANG) – O dirigente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) que deverá encabeçar a delegação negocial do mesmo partido para o governo de iniciativa presidencial disse que a finalidade do seu partido é trabalhar para o Povo da Guiné-Bissau, e se têm que fazer algumas cedências para o efeito as farão.

Manuel dos Santos vulgo Manecas, fez estas declarações em entrevista a DW África , sobre se o partido não teme que possa suscitar críticas, nomeadamente de alguma incoerência, uma vez que o PAIGC tem-se pautado por uma posição bastante crítica relativamente ao Presidente guineense e está em permanente rota de colisão com Sissoco, ao integrar agora um governo de iniciativa presidencial.

Dos Santos acrescentou  que o líder do mesmo partido quando saiu do encontro com Sissoco Embaló disse claramente que os interesses do país estão acima da necessidade que ele tem de preservar a sua imagem e da eventual “falta de coerência” de que podem ser acusados.

Perguntado sobre a sua impressão após o encontro com o Presidente da República, respondeu que saíram com uma impressão de que há uma mudança por parte do Presidente e há uma certa distensão no clima, e diz pensar que, é bom para poderem chegar a um entendimento que viabilize a próxima legislatura e que ponha o país em melhores circunstâncias.

O veterano da luta defendeu a presença razoável no governo, no qual vai tomar decisões importantes sobre os problemas que houve recentemente, sobre a Comissão Nacional de Eleições (CNE), o recenseamento eleitoral e todo o processo eleitoral.

Sustentou que, caso vieram a integrar ao referido governo, as prioridades do partido são de querer dar uma contribuição para melhorar a situação geral do país, tendo em conta a experiência que tem, e preparar para a próxima legislatura, nomeadamente, atualizar o recenseamento de eleitores, mudar a direcção da CNE e todo o staff e realizar as próprias eleições.

Manecas dos Santos disse também que a prticipação do seu partido no governo de iniciativa presidencial se deve ao fim da Xª Legislatura e para isso devem preparar para a XIª.

“Isso envolve recenseamentos eleitorais, eleições e uma CNE que hoje não existe. Portanto, achamos que o PAIGC não pode estar ausente desta preparação das próximas eleições, e  pode dar uma contribuição positiva no melhoramento da situação geral da populações aqui no país”, disse.

Sublinhou que vão negociar a entrada, e em princípio, a delegação negociqal vai ser chefiada por ele e que vai sentar com os representantes do governo para ver qual será a distribuição dos pelouros do Estado que vão caber ou não ao partido libertador. ANG/DMG/ÂC//SG

    África/Novas sementes permitem cultivar mesmo em situação de seca

Bissau, 30 Mai 22 (ANG) - O novo plano de emergência do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) para evitar uma crise alimentar em África, de 1,5 mil milhões de dólares, vai distribuir novas tecnologias que permitem cultivar mesmo em situação de seca, disse uma vice-presidente da instituição, Beth Dunford.

"Muito do que estas tecnologias fazem é realmente ajudar em tempo de seca", disse Beth Dunford, vice-presidente do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) para a agricultura e o desenvolvimento humano e social, em entrevista à Lusa à margem dos encontros anuais do BAD, em Acra, no Ghana.

O BAD anunciou na semana passada um Plano Africano de Produção Alimentar de Emergência, no valor de 1,5 mil milhões de dólares (1,4 mil milhões de euros) que irá beneficiar 20 milhões de agricultores com sementes e fertilizantes, bem como outros insumos agrícolas para produzir 38 milhões de toneladas de alimentos, no valor de 12 mil milhões de dólares (11,2 mil milhões de euros).

Isto incluirá 11 milhões de toneladas de trigo, 18 milhões de toneladas de milho, seis milhões de toneladas de arroz e 2,5 milhões de toneladas de soja.

À Lusa, Beth Dunford lembrou que a guerra na Ucrânia deixou no continente africano um "nível inaceitável de insegurança alimentar, que está a aumentar".

"Milhões de africanos vão para a cama com fome todas as noites" e isso acontece em parte porque a guerra "expôs a vulnerabilidade do continente africano a importações muito caras para suprir necessidades muito básicas", disse.

Os preços dos principais produtos básicos subiram de 20 a 50%, o que obviamente atinge mais os mais pobres, enquanto os fertilizantes subiram de 200 a 300%, recordou.

A banqueira disse que esta não é a primeira vez que África enfrenta uma crise alimentar e, embora possa parecer mais grave porque o continente ainda estava a recuperar da pandemia, a crise actual tem uma particularidade: surge num momento em que se investiu muito em agricultura e há tecnologias que não existiam antes.

"Estou a falar de sementes adaptadas ao clima que não existiam. Estas tecnologias existem mesmo, mas não estão a chegar aos agricultores em escala", disse Dunford, explicando que o programa Tecnologias para a Transformação Agrícola de África (TTAA) está a trabalhar para mudar essa situação.

Questionada sobre se este plano ajudará em situações de seca severa como a que afecta actualmente o sul de Angola, o Corno de África ou o sul de Madagáscar, Dunford disse: "Já vimos estas tecnologias em tempo de seca. Há uma redução de produção devido à seca, mas não tão severa. As perdas não são tão grandes".

E exemplificou com o caso da Etiópia, onde trigo tolerante ao calor, uma tecnologia que não existia há 10 ou 15 anos, permite aos agricultores plantar em zonas onde não conseguiam, por serem demasiado quentes, e mesmo assim aumentarem drasticamente as suas colheitas.

A Etiópia, que estava dependente da importação de trigo na ordem de 1,6 milhões de toneladas por ano, têm agora 600 mil hectares de trigo e conseguem colher três a quatro toneladas de trigo por hectare quando antes só colhiam 1,5.

"Mais importante, este ano a Etiópia não teve de importar trigo (...) e espera exportar no próximo ano. É este tipo de sucesso e transformação que queremos escalar para todo o continente", afirmou.

Com recurso ao plano de 1,5 mil milhões de dólares, o BAD espera produzir 38 milhões de toneladas de alimentos, afirmou Dunford, quando a guerra na Ucrânia deixou um fosse de 30 milhões.

A banqueira acrescentou que todos os países africanos são elegíveis para recorrer ao mecanismo, e o BAD está já a aceitar pedidos de Governos.

"O mecanismo acaba de ser lançado e estamos a trabalhar nele neste momento (...). Estamos a lançá-lo muito, muito rapidamente, usando métodos de desembolso muito rápidos para levar essa assistência aos governos que realmente precisam dele agora", afirmou.

Embora não produza resultados imediatos, para isso existem as organizações humanitárias que dão assistência alimentar, o mecanismo vai produzi-los ao longo das próximas quatro épocas agrícolas.

"Não será no prazo imediato, mas no curto e no médio prazo, lançando as bases para o longo prazo", disse.

O objectivo, sublinhou, é "lançar as bases para essa transformação da agricultura" que o BAD procura em África.

A agricultura é uma das apostas do BAD, cujo presidente, Akinwumi Adesina, acredita que o continente tem potencial para se tornar a solução para a crise alimentar global.

O responsável defende uma agricultura moderna, com tecnologia apropriada, produtividade e enquadrada com as infra-estruturas necessárias, rodoviárias, de energia, de irrigação, logísticas.

"Chegou o tempo de África, não só produzir comida, mas também processar comida. Embalar comida. África deve ter padrões de qualidade nos alimentos que produz e deve exportar. Quando falamos de agricultura, não falamos de agricultura para manter a pobreza, mas sim para criar riqueza para África", concluiu.ANG/Angop