Moldávia/Europa reúnida para reforçar a união contra a Rússia
Bissau, 01 Jun 23 (ANG) - A
Moldávia acolhe nesta quinta-feira, dia 1 de Junho, a segunda reunião oficial
da Comunidade Política Europeia, tida como “altamente simbólica e estratégica”,
convocada pelo presidente francês, Emmanuel Macron, e na qual participam 47
chefes de Estado.
O intuito é de consolidar a unidade da família
europeia e enviar uma forte mensagem para Vladimir Putin.
O Castelo de Mimi, situado no pequeno vilarejo de Bulboaca – na
Moldávia, foi meticulosamente escolhido para acolher a segunda reunião oficial
da Comunidade Política Europeia. Contando com pouco mais de cinco mil habitantes,
este lugar é altamente estratégico. Situada entre a capital moldava, Chisinau,
e a região separatista pró-russa da Transnístria que conta com a presença de
tropas russas, Bulboaca está na rota para Odessa, cidade ucraniana que é alvo
constante de bombardeamentos russos.
Este evento ocorre poucas horas após os ataques mortíferos na
capital ucraniana, Kiev, e contará com uma forte orientação política e
securitária marcada por encontros importantes.
O presidente francês Emmanuel Macron deve se encontrar com os
dirigentes do Kosovo e da Sérvia, cujos países sucumbem dia após dia a um eminente
confronto militar. A questão do conflito entre a Arménia e o
Azerbaijão também
será objecto de discussões entre os representantes de ambos os Estados, mas na
presença do presidente do Conselho Europeu, da França e da Alemanha. A União
Europeia espera assim que se registem progressos no sentido a se alcançar um
acordo de paz.
Os atritos entre a Sérvia e o Kosovo não param de aumentar,
nomeadamente no norte do país. Face às constantes denúncias de violações por
ambas as partes, o boicote às eleições municipais que resultaram na eleição de
presidentes de câmara albaneses com uma taxa de participação inferior a 3,5%. A
sua tomada de posse na semana passada pelo governo kosovar desencadeou. Por
outro lado a escalada retórica entre a Arménia e o Azerbaijão não dá sinais de
um possível entendimento entre ambas as partes quanto à questão da região de
Nagorno-Karabakh, de maioria arménia.
Para além dos representantes da União Europeia e da Ucrânia também
estiveram os líderes da Arménia, Azerbaijão, Bósnia e Herzegovina, Geórgia,
Kosovo e Sérvia, entre outros, todos eles no centro das atenções da diplomacia
russa. O recém-eleito presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, não é esperado
no evento.
“Não é fácil vir à Moldávia”, disse o líder
ucraniano, Volodymyr Zelensky durante a cerimónia de abertura ao lado da
mandatária moldava, Maia Sandu. Zelensky foi o primeiro a chegar ao destino
após a sua passagem pela região de Odessa no dia anterior, a poucos quilómetros
do destacamento russo na Transnístria.
"A Ucrânia mantém a Moldávia segura hoje e estamos
muito, muito gratos por isso", disse a líder moldava a
Zelensky. Maia Sandu, que dirige um dos países mais pobres do continente, aproveitou
para pedir investimentos na Moldávia. “Por favor, acreditem nas nossas democracias e no futuro da nossa UE. Esta
é a vossa contribuição para a estabilidade e a paz no continente", acrescentou.
O país é historicamente dividido entre o paradigma oriental e
ocidental, mas decidiu seguir o destino de convergir para a União Europeia,
sendo assim um dos países com potencial de integrar a organização regional.
Zelensky reafirmou a vontade que a Ucrânia tem de lutar até ao
fim. "Até à nossa vitória. Quando vencermos, a guerra terminará ou eles
[russos] podem sair do nosso território para o seu território independente", prosseguiu. O presidente
ucraniano também insistiu na adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte
(NATO), salientando que “as garantias de segurança são
muito importantes, não só para a Ucrânia, mas também para todos os países
vizinhos, devido à Rússia e à sua agressão na Ucrânia e à potencial agressão
noutras partes da Europa".
ANG/RFI
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