Níger/Sanções financeiras da CEDEAO “vão fazer mal ao país”
Bissau, 31 Jul 23 (ANG) - O primeiro-ministro do Níger
afirmou que as sanções financeiras decretadas domingo, 30 de Julho, pela CEDEAO
“vão fazer mal ao país”.
Em entrevista à RFI, Ouhoumoudou Mahamadou, sublinhou, porém, estar confiante com a mediação do Presidente do Chade, Mahamat Idriss Déby Itno.
Durante uma entrevista concedida à RFI, o
primeiro-ministro Ouhoumoudou Mahamadou, mostrou-se preocupado com o
impacto das sanções financeiras decretadas pela Comunidade Económica dos
Estados da África Ocidental-CEDEAO.
Reunida em cimeira extraordinária, presidida pelo Chefe de Estado
da Nigéria Bola Tinubu, a CEDEAO pediu este domingo "a libertação
imediata"
do Presidente Mohamed
Bazoum e o
"regresso completo à ordem constitucional na
República do Níger”.
O chefe de executivo nigerino admitiu que o país vive
actualmente “uma situação económica frágil” e
as consequências das sanções financeiras podem ser desastrosas.
A organização regional admitiu ainda que se os pedidos não "forem
satisfeitos no prazo de uma semana", a CEDEAO "tomará todas as medidas necessárias" e
"estas medidas podem incluir o uso da força", de acordo com as resoluções.
Ouhoumoudou Mahamadou mostra-se confiante com o posicionamento da
CEDEAO e espera que os golpistas reponham a ordem constitucional no país,
libertem o Presidente, deixando-o assumir "as
responsabilidades e os compromissos que fez diante do povo nigeriano".
O primeiro-ministro do Níger disse ainda que o
Presidente Mohamed Bazoum- sequestrado pela guarda presidencial há quatro
dias- se encontra bem de saúde. Questionado sobre a mediação
do Presidente do Chade, Mahamat Idriss Déby Itno, cujo país não
integra a CEDEAO, o responsável político reconheceu que se trata de “um actor externo” que
pode, de forma neutra, representar as partes, reconciliá-las, tendo em conta os
interesses do país.
Esta segunda-feira, os soldados nigerinos, que derrubaram o
Presidente eleito Mohamed Bazoum, acusaram a França de "querer intervir militarmente", um dia depois
da cimeira da CEDEAO ameaçar usar da "força".
A pressão sobre os golpistas para que restabeleçam a “ordem constitucional” é cada vez mais forte, vinda dos
parceiros ocidentais e africanos do Níger, país que luta contra os ataques de
grupos jihadistas. A Rússia também já veio condenar o golpe de Estado, instando
os golpistas a reporem a normalidade constitucional no país.ANG/RFI
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