Portugal/Desenvolvimento de infra-estruturas em África é "absolutamente primordial" - PR do Ghana
Bissau, 21 Jul 23 (ANG)
- O Presidente do Ghana, Nana Addo Dankwa Akufo-Addo, disse quarta-feira em
Carcavelos, arredores de Lisboa, que o desenvolvimento de infra-estruturas em
África é “absolutamente primordial”.
"A ausência de
infra-estruturas é uma das desvantagens mais graves que as economias africanas
enfrentam para crescer. Temos de ser capazes, nesta geração, de lidar com estas
questões das estradas, dos caminhos-de-ferro, das ligações, porque sem isso vai
ser muito difícil criar as condições para as empresas crescerem. Portanto,
longe de ser de alguma forma irrelevante, é fundamental para o desenvolvimento
da economia africana", afirmou, intervindo na cerimónia de encerramento do
Eurafrican Forum, no "Diálogo entre Presidentes", em que participou
também o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa.
O Chefe de Estado do
Ghana também se referiu à onda migratória africana em direcção à Europa.
"Obviamente, há uma
questão importante que continua a ser um ponto de contacto muito importante
entre nós, que é o processo de migração, em que ainda muitos, muitos jovens
africanos, porque não vêem oportunidades para si próprios no continente,
insistem em tentar migrar para a Europa. E, claro, isso faz parte do que agora
se está a tornar parte da política interna da Europa", vincou.
Segundo Akufo-Addo,
"muitos dos governos populistas, dos movimentos que surgiram na Europa em
resposta directa a esta pressão que a migração está a exercer sobre os europeus
é compreensível (...) mas é evidente que a migração, por si só, vai diminuir
quando as oportunidades forem criadas".
"E penso que é para
aí que todas as forças progressistas do continente (africano) estão a voltar a
sua atenção, para garantir que criamos essas oportunidades para o nosso próprio
povo, para que as energias dos jovens sejam dedicadas ao desenvolvimento dos
nossos países e do nosso continente. Vai ser difícil. Construir o sucesso e a
prosperidade nunca foi fácil em nenhuma parte do mundo, e também não será fácil
na nossa parte do mundo, especialmente quando temos de lidar com algumas
condições prévias que são absolutamente críticas", adiantou.
Um grande desafio é a
questão da segurança e estabilidade na África Ocidental, nomeando a ameaça
representada pelo fundamentalismo islâmico.
"É uma luta que
temos de ganhar. Não podemos permitir que eles tomem conta dos nossos Estados e
isso não é porque alguém seja anti-muçulmano, mas porque somos antiterroristas.
Não podemos permitir que Estados terroristas proliferem na nossa parte do
mundo. Foram expulsos do Médio Oriente, do Afeganistão e foram parar à Líbia e
quando Mohammar Kadhafi foi derrubado, tiveram de partir e muitos deles
atravessaram o (deserto do) Saara e refugiaram-se no Mali e a partir daí têm
vindo a estender a sua influência, tal como ela é, para leste, na África Ocidental",
frisou.
Trata-se de "um
grande desafio" porque, "sem segurança, sem estabilidade, será
obviamente difícil criar as condições para um rápido crescimento
económico", admitiu.
"Portanto, esse é um grande desafio que teremos de ultrapassar. E estamos determinados em ultrapassá-lo", frisou. ANG/Angop
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