Migração ilegal/Mais de 1.300 pessoas resgatadas desde
domingo no Mediterrâneo
Bissau, 24 jul 23 (ANG) –
Mais de 1.300 migrantes foram resgatados entre domingo e hoje na rota do
Mediterrâneo Central, junto às costas italianas, divulgou hoje a imprensa
internacional.
O navio humanitário da organização não-governamental (ONG) Open Arms resgatou na madrugada de hoje 38 pessoas que estavam numa embarcação nesta rota, anunciou a estrutura espanhola, citada pela agência de notícias EFE.
Através das redes sociais, a
ONG espanhola acrescentou que vai prosseguir com as operações de resgate e
salvamento “para que ninguém fique à deriva” no mar.
O navio da Open Arms saiu do
porto de Brindisi, na Apúlia, sul de Itália, poucos dias após desembarcar 299
migrantes resgatados em seis operações em apenas 24 horas.
Segundo a EFE, as chegadas
de migrantes continuam sem parar em Itália, sobretudo na ilha de Lampedusa, a
mais próxima da costa italiana no Mar Mediterrâneo.
Entre a noite de domingo e a
madrugada de hoje, foram resgatados 324 migrantes que estavam em nove
embarcações, que foram posteriormente levados para o porto da ilha italiana de
Lampedusa por barcos de patrulha da guarda costeira.
Durante o dia de domingo,
foram feitos 23 desembarques, envolvendo um total de 940 pessoas procedentes
dos Camarões, Guiné, Serra Leoa, Gâmbia, Benim, Togo, Nigéria, Senegal, Tunísia
e Costa do Marfim.
Segundo os resgatados, oito
das nove embarcações saíram da Tunísia - sete de Sfax e uma de Mahdia - e uma
outra de Sabratah, na Líbia.
A Itália organizou no
domingo um encontro em que participaram chefes de Estado e de Governo da
Tunísia, Emirados Árabes Unidos, Mauritânia, Líbia, Chipre, Líbia, Etiópia,
Egito, Malta, Jordânia, Nigéria, Argélia e Líbano para debater a luta contra o
tráfico de seres humanos e a imigração irregular.
Após o encontro, entre os
poucos compromissos pontuais citados pela primeira-ministra italiana, Giorgia
Meloni, está um protocolo firmado com os Emirados Árabes Unidos, que vai
envolver um investimento de 100 milhões de euros para iniciativas de promoção
ao desenvolvimento. Não foram fornecidos muitos detalhes sobre o pacto.
O executivo italiano irá
também, através da sua agência de crédito, garantir projetos no valor “de mais
de 25.000 milhões de euros naquela zona”.
De acordo com os últimos
dados do Ministério do Interior italiano, relativos até 21 de julho deste ano,
83.439 migrantes chegaram às costas italianas, um aumento expressivo face aos
33.972 registados no mesmo período do ano passado.
Itália, a par da Grécia,
Espanha ou Malta, é um dos países da “linha da frente” ao nível das chegadas de
migrantes irregulares à Europa.
O país está integrado na
chamada rota do Mediterrâneo Central, encarada como uma das mais mortais, que
sai da Tunísia, Argélia e da Líbia em direção ao território italiano, em
particular à ilha de Lampedusa, e a Malta.ANG/Lusa
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