China Popular/Governo pede aos EUA que sejam
“racionais” e “pragmáticos” para melhorar relações
Bissau, 14 Jul 23 (ANG) – O chefe da
diplomacia chinesa, Wang Yi, pediu hoje ao secretário de Estado
norte-americano, Antony Blinken, que Washington atue de forma “racional” e
“pragmática”, para melhorar as relações com Pequim.
Ambos
estão em Jacarta a participar num encontro entre os ministros dos Negócios
Estrangeiros da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), que reúne 10
países, e parceiros externos.
O
diretor do Gabinete da Comissão para as Relações Externas do Partido Comunista
da China exortou os Estados Unidos a não interferirem nos assuntos internos da
China, numa referência a Taiwan, e a deixarem de atacar a China nas áreas de
economia, comércio ou tecnologia, através da imposição de “sanções ilegais”.
Em
comunicado, Wang Yi explicou que a reunião foi realizada a pedido dos EUA e que
ambos os lados concordaram que foi honesta, pragmática e construtiva.
Entre
as principais questões de atrito, destaca-se a ilha autónoma de Taiwan, que a
China reivindica como parte do seu território, a ser reunificada, através da força,
caso seja necessário.
Os
EUA são o principal aliado e fornecedor de armamento de Taiwan.
A
China aumentou a escala e frequência dos exercícios militares próximo de Taiwan
e assumiu maior assertividade nas suas reivindicações territoriais no Mar do
Sul da China, enquanto os Estados Unidos colocaram barreiras ao acesso de
Pequim a ‘chips’ semicondutores, componentes essenciais no fabrico de alta
tecnologia.
A
reunião aconteceu dois dias depois de a Microsoft ter denunciado um ataque a
partir de um computador alegadamente localizado na China contra a
correspondência eletrónica de várias agências estatais dos EUA.
As
negociações em Jacarta acontecem quase um mês depois de Blinken se ter
deslocado a Pequim, a primeira visita do principal diplomata dos EUA em quase
cinco anos.
Blinken
reuniu-se com o Presidente chinês, Xi Jinping, com o chefe da diplomacia
chinesa, Wang Yi, e com o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Qin Gang.
A
secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, também esteve em Pequim, na semana
passada, visando melhorar as relações.
A
guerra na Ucrânia, a crise no Myanmar (antiga Birmânia), a ameaça nuclear da
Coreia do Norte e as disputas territoriais pela soberania do Mar do Sul da
China, entre Pequim e vários países vizinhos, são algumas das questões que
estão a ser debatidas na reunião da ASEAN, que termina hoje.
Wang
e Blinken, bem como os altos representantes estrangeiros da União Europeia e de
países como a Rússia, Índia, Japão, Coreia do Sul e Austrália, entre outros,
participam também em reuniões multilaterais.
Fundada
em 1967, a ASEAN é composta pelas Filipinas, Brunei, Camboja, Indonésia, Laos,
Malásia, Singapura, Tailândia, Vietname e Myanmar e estabeleceu já um roteiro para
a inclusão de Timor-Leste. ANG/Lusa
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