Rússia/Putin avisa que um ataque contra
a Bielorrússia será um ataque à Rússia
Bissau, 21 Jul 23 (ANG) – O Presidente russo,
Vladimir Putin, avisou hoje a Polónia que um ataque à vizinha Bielorrússia
significará uma agressão à Rússia, depois de Varsóvia ter anunciado o envio de
unidades militares para a fronteira com aquele país.
"Desencadear
uma agressão contra a Bielorrússia equivalerá a uma agressão contra a Federação
Russa. Responderemos a isso com todos os meios à nossa disposição",
prometeu Putin durante uma reunião do Conselho de Segurança.
Varsóvia
decidiu reforçar a segurança no seu flanco oriental com duas unidades militares
depois de mercenários do Grupo Wagner terem começado esta semana a patrulhar
fronteira Bielorrússia-Polónia.
Na
intervenção de hoje, o líder russo descreveu como um "jogo muito
perigoso" os alegados planos da Polónia e da Lituânia de criar um
agrupamento de forças regulares cujo objetivo seria ocupar o oeste da Ucrânia.
"A
perspetiva é clara. Se as unidades polacas entrarem, por exemplo, em Lviv ou
noutros territórios ucranianos, vão ficar lá. Para sempre", sublinhou
Putin, que acusou o Governo polaco de querer formar "uma espécie de coligação
e interferir diretamente no conflito na Ucrânia", para recapturar o que
consideram "territórios históricos" no oeste da Ucrânia.
"E
é sabido que eles também anseiam por territórios bielorrussos",
acrescentou o líder russo, que acusou governantes de países do leste europeu de
fazerem da “russofobia” um instrumento de política interna.
Como
media de prevenção, Putin anunciou que instruiu Serguei Narishkin, chefe do
Serviço de Espionagem Estrangeira (SVR), que também participou da reunião, a
monitorizar de perto os desenvolvimentos na região.
Putin
defendeu que a entrega de armas ocidentais a Kiev, para ajudar na sua
contraofensiva, não teve quaisquer resultados.
"Os
recursos colossais que foram injetados no regime de Kiev não estão a ajudar,
nem as entregas de armas ocidentais, tanques, artilharia e mísseis",
explicou o Presidente russo perante os conselheiros, numa reunião que foi
transmitida pela televisão.
Para
Putin, os aliados ocidentais de Kiev estão "claramente desapontados"
com a contraofensiva ucraniana, que começou em 04 de junho, dizendo que esse
esforço de guerra já matou milhares de soldados ucranianos.
Putin
disse ainda que os arsenais da NATO começam a ficar esgotados, argumentando que
a indústria de produção de armamento ocidental não permite abastecer
rapidamente as linhas da frente do combate.
A
ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do
ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança
mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). ANG/Lusa
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