Bangui/Chegada de centenas de
mercenários do Grupo Wagner
Bissau, 17 Jul 23 (ANG) - Várias centenas de
"experientes" combatentes do grupo de mercenários russo Wagner
chegaram à República Centro-Africana para "garantir a segurança"
antes do referendo de 30 de Julho, anunciou domingo um grupo ligado àquela
formação paramilitar, citado pela Reuters.
“Um outro avião chegou a
Bangui com instrutores para trabalhar na República Centro-Africana (RCA). A
rotação prevista prossegue. Várias centenas de profissionais experientes
da companhia Wagner juntam-se à equipa que trabalha no país", declarou a
Comunidade de Oficiais para a Segurança Internacional (COSI) na rede social
Telegram.
"Os instrutores
russos continuarão a ajudar os militares das Forças Armadas Centro-Africanas e
as forças da ordem da RCA a garantir a segurança durante a preparação do
referendo constitucional previsto para 30 de Julho", lê-se no comunicado.
Juntamente com o
comunicado, a COSI publicou uma fotografia que mostra pelo menos trinta pessoas
mascaradas e com uniforme militar em fila, no que parece ser uma pista de
aterragem de um aeroporto.
Segundo os Estados
Unidos, a COSI é uma empresa de fachada do grupo Wagner na República
Centro-Africana. É dirigida por um russo, Alexandre Ivanov, que se encontra sob
sanções americanas desde Janeiro.
Num comunicado de
imprensa publicado no domingo, o COSI declarou que os seus instrutores estavam
a treinar as forças de segurança centro-africanas há "mais de cinco
anos" e que tinham assim ajudado a "melhorar o nível geral de
segurança" no país.
No início de Julho,
várias fontes estrangeiras afirmaram que um número desconhecido de mercenários
do Wagner estava a deixar a República Centro-Africana, uma afirmação firmemente
negada pelo governo do país africano.
O estatuto da empresa
paramilitar privada e a continuação das suas operações são incertos desde o seu
motim abortado na Rússia, a 23 e 24 de Junho.
Mas as suas intervenções
no estrangeiro, nomeadamente na Síria e em vários países africanos (Sudão,
República Centro-Africana, Mali), não foram até agora publicamente postas em
causa.
Logo que foi anunciado o
fim do motim, Bangui declarou que as actividades de Wagner
"continuariam". ANG/Angop
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