Política/líder
da Coligação PAI-Terra Ranka pede atores
políticos a concentrar no essencial e não nas “batalhas”
Bissau,27 jul 23 (ANG) – O líder da Coligação PAI-Terra Ranka pediu, no final da tarde da quarta-feira, aos atores políticos a concentraram-se no essencial não nas “batalhas”, pois elas se fazem durante as campanhas eleitorais.
Domingos Simões Pereira que falava à imprensa depois da assinatura de um acordo de incidência parlamentar e governativa entre a Coligação PAI-Terra Ranka com o Partido da Renovação Social(PRS), válido por um período de quatro anos, caso não for denunciado por uma das partes assinantes.
“Mas, com publicação
da vontade soberano do povo guineense é chegado ao momento de construir o país,
deixando de lado as ambições pessoais”, aconselhou Domingos Simões Pereira.
Lembrou, neste
particular, que as batalhas fazem-se durante as campanhas eleitorais e que uma
vez feita o pronunciamento soberano do povo guineense é chegado ao momento de
construir o país, fazer reformas necessárias, colocar de lado as ambições
pessoais e particulares e priorizar aquilo que une os guineenses.
Para o líder da
Coligação PAI-Terra Ranka, a assinatura do acordo não é sinónimo da
celebração das vitórias, mas sim um comprometimento com o futuro, pensar
no povo e dia-à- dia a melhorar a sua condição de vida.
Disse que, com a
proclamação dos resultados, a Coligação PAI-Terra Ranka criou uma comissão de
diálogo que endereçou correspondências a todos os partidos com assento no
próximo parlamento.
Informou que, alguns
destes contatos estão a resultar em acordos concretos e específicos, outros
eventualmente poderão não chegar, mas só pode dizer alguma coisa, quando
resultar ou não resultar num acordo.
Questionado sobre a presença do líder do
Partido dos Trabalhadores Guineenses (PTG), Botche Candé, acompanhado
de Fatumata Djau Baldé, dirigente do Partido, no hotel, momentos antes da assinatura do acordo de incidência
parlamentar e governativa com PRS, disse que o PTG, como um dos partidos com assento
parlamentar também foi incluído nas notas de contato.
“O que vai resultar
não posso dizer, por não saber”, salientou.
Por sua vez, o Presidente
do Partido da Renovação Social (PRS), Fernando Dias, justificou a assinatura do
acordo com a necessidade de garantir estabilidade política no país e de criar
as condições para o combate à fome que está a fustigar a população guineense,
assim como o respeito pelo sentido de voto do povo guineense à Coligação PAI-Terra Ranka.
Neste sentido, Dias
manifestou a determinação do PRS em poder dar à sua contribuição para o bem
estar do povo, esperando que haja o cumprimento do acordo hoje
rubricado entre as partes.
O líder dos renovadores reconheceu
algum erros que é normal que o PRS cometeu no passado, mas
a tendência é evoluir. Por isso, disse esperar que o povo volte
a confiar no partido, porque aquela formação política conta hoje com uma liderança jovem que tem uma nova
forma de fazer política.
“O acordo de
incidência parlamentar serve para juntar forças por forma realizar reformas
estruturais “inadiáveis”, de modo a tirar “definitivamente” o país da situação
em que se encontra”, salientou.
Informou que, as
reformas visadas no acordo incluem a Revisão Constitucional, a
reestruturação e a dignificação do setor judiciário, a modernização
da administração pública, a luta contra a corrupção, a promoção das
autarquias locais, a promoção de políticas públicas voltadas para o crescimento
económico e a redução da pobreza, a valorização dos recursos humanos com ênfase
na educação de qualidade e na saúde de qualidade, na proteção civil e social e
a preservação do meio ambiente.
No que concerne ao
parlamento, as partes comprometeram-se em alinhar e concertar
posições e sempre que possível o sentido de voto no Parlamento em
matérias primordiais, tais como o Programa do governo, o Orçamento Geral do
Estado, assim como votar favoravelmente a moção de confiança ao Governo.
No documento, no âmbito
governativa, as partes decidem formar um Governo de Inclusão liderado pela
Plataforma Aliança Inclusiva, fixar o número de membros do Governo para cada
partido em função da proporção de mandatos no Parlamento.
No que se refere à ética política, as partes
comprometem-se no documento evitar ataques entre si durante toda a
legislatura, enveredando pela via do diálogo e da mediação para a resolução de
quaisquer diferendos que possa surgir.
“Repartir de forma
equilibrada as pastas na administração pública, respeitando os critérios de
competência e de equilíbrio de género. Adotar o programa
eleitoral PAI-Terra Ranka, como base do programa de governação e
nomear governadores e administradores em função do peso eleitoral
relativo de cada partes nas respetivas áreas” lê-se no
documento.
A coligação PAI-Terra
Ranka e o PRS entendem que há contínua fragmentação do espaço político
nacional, com sérios riscos para a estabilidade governativa.
Por isso, é necessário dar garantias a uma solução governativa de longo prazo
que preserve a paz social e a estabilidade política, que promova o
desenvolvimento do país.
Os novos deputados
eleitos no escrutínio de 04 de junho foram hoje investidos.
A Coligação PAI
–Terra Ranka, conta com 54 mandatos, Movimento para Alternância Democrática (MADEM-G15) 29 mandatos, Partido da Renovação Social (PRS) 12 mandatos, Partido dos Trabalhadores
Guineenses (PTG) 6 mandatos e Assembleia do Povo Unido(APU-PDGB) com 1 mandatos.ANG/LPG/ÂC
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