Caso 1 de Dezembro/CPLP admite enviar missão a Bissau devido à crise política
Bissau,15 Dez 23(ANG) - O
Presidente são-tomense admite que a CPLP poderá enviar uma missão à Guiné-Bissau
para "ajudar a resolver" a crise política. Carlos Vila Nova apela ao
diálogo entre os órgãos de soberania no país.
"O momento não é apenas de conselho. O momento é de colaboração". Foi com estas palavras que o Presidente são-tomense, Carlos Vila Nova, respondeu à DW quando foi questionado esta quinta-feira de manhã (14.12) sobre a crise política na Guiné-Bissau.
"Os nossos países
fizeram a opção de viver em democracia, a Guiné-Bissau também. E em democracia
há instrumentos próprios que nos ajudam a ultrapassar as diferenças. Eu nem
chamo [a isso] de conflito", comentou o chefe de Estado são-tomense, que
detém por dois anos a presidência rotativa da Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa (CPLP), no final de uma visita à sede da organização lusófona, em
Lisboa.
Umaro Sissoco Embaló, chefe
de Estado guineense, decidiu dissolver o Parlamento a
4 de dezembro e criou um governo de iniciativa presidencial, denunciando uma
alegada tentativa de golpe de Estado para o derrubar. A situação gerou uma nova
crise política em Bissau.
Mas Vila Nova lembrou que,
"em democracia, o poder é partilhado". E recordou um comunicado
recentemente emitido pela presidência da CPLP, em que pediu estabilidade
política e institucional, sendo necessário para isso "o respeito pelos
princípios do Estado de Direito democrático e da separação de poderes".
O presidente em exercício da
organização lusófona admite que a situação política na
Guiné-Bissau suscita "alguma preocupação". Mas "a
democracia tem instrumentos" para resolver estes problemas, frisou.
"E daqui, não é um
conselho, mas um apelo: que as autoridades, os representantes dos órgãos se
consertem, conversem, que encontrarão a melhor solução para a Guiné-Bissau e
para o seu povo."
Carlos Vila Nova assegurou
aos jornalistas que a CPLP vai continuar a trabalhar para ajudar a Guiné-Bissau
a ultrapassar esta crise e que não põe de parte a possibilidade de enviar uma
missão da organização com esse objetivo.
"Se chegarmos à
conclusão que esta é uma forma de ajudar a resolver o mais rapidamente o
problema, optaremos por ela", admitiu.
Apesar de dizer que existem
ainda outras soluções para a situação em Bissau, o Presidente são-tomense não
adiantou mais pormenores sobre essas outras vias.
Vila Nova foi recebido, esta
quinta-feira, em sessão solene pelos embaixadores representados no Conselho de
Concertação Permanente da CPLP, na qualidade de presidente em exercício da
organização.
O Presidente são-tomense
acabou por enaltecer as conquistas já alcançadas. "Foram muitas. Destaco
nos últimos anos a mobilidade [com
a presidência de Cabo Verde]. Destaco a necessidade e a compreensão que tivemos
de relançar o eixo económico [durante o mandato de Angola] e agora com o
enfoque para a juventude [na presidência de São Tomé e Príncipe], que é a maior
franja em todos os nossos países", referiu.
O presidente em exercício da
CPLP promete trabalhar no sentido de fortalecer a organização em vários eixos
perante os desafios que reconhece serem determinantes para melhorar a vida dos
cidadãos.
São Tomé e Príncipe assumiu
a presidência da CPLP em agosto deste ano, devendo este mandato encerrar em
2025, com uma aposta na temática da "Juventude e Sustentabilidade".ANG/DW
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