Migração/Mundo assinala o Dia
Internacional dos Migrantes
Bissau,18 Dez 23(ANG) - O Secretário-Geral da Nações Unidas, em
mensagem por ocasião do dia internacional de migrantes, alertou para o aumento
das deslocações forçadas, provocadas por conflitos, insegurança e pelos efeitos
das alterações climáticas.
António Guterres sublinha a
necessidade urgente de uma gestão segura das migrações, assente na
solidariedade e no respeito pelos direitos humanos.
Para o secretário-geral das
Nações Unidas, a migração é um “facto
da vida e uma força para o bem”, que promove a troca de conhecimento e ideias,
contribui para o crescimento económico, e permite que milhões de pessoas
procurem oportunidades e melhorem suas vidas.
Na mensagem divulgada, esta
segunda-feira, Guterres lembra que
a migração mal governada causa
sofrimento e faz com que muitas pessoas fiquem expostas a
exploração, abuso e até mesmo à morte. Recorda o "Pacto
Global para uma Migração Segura, Ordenada e Regular”, adotado
há cinco anos pela comunidade internacional, e diz que as medidas
continuam “a ser
a exceção e não a norma”.
O Dia Internacional dos Migrantes é
uma data para lembrar a situação das pessoas que não vivem no país onde
nasceram. Atualmente, são cerca de 280 milhões. O número representa menos de 4%
da população mundial, uma percentagem que se mantém desde a década de 1960.
Embora o número de migrantes
africanos tenha aumentado nos últimos anos, há mais migrantes europeus. "A África representa 16% da população
mundial, mas 14% dos migrantes. Se considerarmos a Europa, esta representa 10% da população mundial, mas
quase 24% da migração internacional", salienta
Flore Gubert, diretora de investigação
do Institut de Recherche pour le Développement e
diretora adjunta do instituto Convergences Migrations.
O movimento de pessoas entre países africanos é
uma característica que define a migração no continente. "Se observarmos 100 africanos que saem
do seu país a partir da África Ocidental, 70 deles ficarão em África e, entre
eles, a grande maioria escolherá um país da sub-região. Destes, 15 irão para a
Europa e seis para a América do Norte", destaca
Flore Gubert.
Mais de 80% dos migrantes
africanos são motivados por razões económicas. Quanto aos migrantes africanos
ilegais, são sobretudo pessoas que entraram com um visto mas não conseguiram
renová-lo.
A percentagem de migrantes
africanos que se dirigem para a Europa em barcos sem condições é muito baixa.
Mas o número de vítimas continua elevado, com mais de 27.000 mortos ou
desaparecidos no mar nos últimos dez anos.ANG/RFI
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