Rússia/Navalny diz que está bem após ter sido localizado em penitenciária no
Ártico russo
Bissau, 26 dez 23 (ANG) – O
opositor russo Alexei Navalny, detido numa colónia penitenciária no Ártico
russo após ter permanecido com destino desconhecido durante quase três semanas,
disse hoje que “está bem”.
Numa mensagem publicada no X
(ex-Twitter), Alexei Navalny afirma que a viagem foi “cansativa”, mas garante
que “está bem”.
"Não se preocupem
comigo. Estou bem. Estou aliviado por finalmente estar aqui", disse.
Alexei Navalny, ativista
anticorrupção, oposicionista e crítico do Presidente russo, Vladimir Putin, foi
detido em 2021 e posteriormente condenado a uma pena de 19 anos de prisão.
Na segunda-feira, os
apoiantes do líder oposicionista russo informaram na rede social X que Alexei
Navalny está preso na colónia penitenciária perto da cordilheira dos Urais, no
Ártico, depois de quase três semanas sem qualquer contacto com o mundo
exterior.
"Encontrámos Navalny.
Está na colónia prisional número 3 na cidade de Kharp", disse Kira Iarmych
no X (antigo Twitter), indicando que Navalny "está bem" e que o seu
advogado o visitou.
Kharp, uma pequena cidade
com uma população de cerca de 5.000 habitantes, situa-se em Yamalo-Nenetsia,
uma região remota do norte da Rússia, a norte do Círculo Polar Ártico, e
alberga várias colónias penitenciárias.
Acusado de extremismo,
segundo a sentença do tribunal, Navalny deve cumprir a sua pena numa colónia de
"regime especial", uma categoria de estabelecimentos onde as
condições de detenção são as mais duras e que são normalmente reservadas a
presos a cumprir pena de prisão perpétua e aos detidos mais perigosos.
Uma das colónias de
"regime especial" situa-se precisamente em Kharp, a colónia número
18, ou "Coruja Polar".
Os serviços penitenciários
russos admitiram, em 15 de dezembro, que Navalny tinha sido transferido da
cadeia de Vladimir, onde cumpria pena desde junho de 2022, mas não precisaram o
seu novo destino.
Os advogados do opositor,
sentenciado a 30 anos de prisão, não tinham contacto com o seu cliente desde 05
de dezembro e os seus colaboradores lançaram a campanha mundial "Onde está
Navalny?".
Em 07 de dezembro, Navalny
apelou da cadeia ao voto contra Putin nas eleições de 17 de março próximo.
No sábado, o secretário de
Estado norte-americano, Antony Blinken, manifestou-se preocupado com a falta de
informação sobre o paradeiro de Alexei Navalny e exigiu ao Kremlin que o
opositor russo fosse libertado o quanto antes.
Na mesma mensagem, Blinken
exigiu a "libertação imediata" do opositor russo e que o Governo do
Presidente Vladimir Putin deixe de "reprimir as vozes independentes na
Rússia".ANG/Lusa
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