Migração/UE
chega a acordo sobre reforma da Política de Migração e Asilo
Bissau,21 Dez 23(ANG) - Paulo Rangel, eurodeputado
português do Partido Popular Europeu, disse que a reforma da Política de
Asilo e Migração da União Europeia é uma "passo muito importante" e
destacou os instrumentos que vão permitir aos Estados membros, e não aos
traficantes, decidir quem entra no bloco.
Em declarações à RFI, depois
de vários anos de negociações, o Parlamento Europeu e os Estados-membros
chegaram a um acordo sobre a reforma da Política de Asilo e Migração do bloco.
"Alcançámos um acordo
político nos cinco pontos do novo Pacto sobre Migração e Asilo da UE",
escreveu na rede social X a presidência semestral espanhola da União
Europeia (UE).
A presidente da Comissão
Europeia destacou um acordo "histórico" e as Nações Unidas saudaram
um "avanço positivo".
A reforma prevê controlos
mais rigorosos na chegada de migrantes ao bloco e centros perto das fronteiras
externas para expulsar de maneira mais rápida quem não têm direito a asilo.
Para ajudar os países mediterrâneos, como Itália, Espanha e Grécia, a reforma
estabelece um sistema de solidariedade obrigatória em caso de forte pressão.
Isto significa que os outros Estados-membros devem ajudar, recebendo alguns
requerentes de asilo - uma medida conhecida como recolocação.
O acordo político anunciado
nesta quarta-feira ainda precisa ser aprovado formalmente pelo Conselho Europeu
e pelo Parlamento Europeu. O objetivo é que os textos sejam aprovados antes das
eleições europeias, marcadas para Junho de 2024.
A União Europeia regista
atualmente um aumento nas chegadas de migrantes sem documentos e de pedidos de asilo.
Nos 11 primeiros meses de 2023, a agência Frontex relatou mais de
355.000 passagens pelas fronteiras externas do bloco, o que representa um
aumento de 17% em termos anuais.
O chefe do Governo espanhol
elogiou um "acordo fundamental" para o país, que permitirá
"melhorar" a gestão das fronteiras, e "conduzir de forma mais
humana e coordenada os fluxos migratórios".
O ministro italiano do
Interior, Matteo Piantedosi, disse que seu país sente que está "menos
sozinho".
Para o primeiro-ministro
grego, Kyriakos Mitsotakis, o acordo é uma "resposta
importante" aos esforços de Atenas por uma política migratória
"estrita, mas justa".
Por seu lado, a
Hungria, que está contra o mecanismo de solidariedade, afirmou que rejeita o
acordo "nos termos mais fortes"
A reforma também recebeu
críticas das organizações de defesa dos direitos humanos. Nesta quarta-feira,
15 Organizações Não Governamentais, incluindo a Sea-Watch e a
SOS Humanity, envolvidas em missões de resgate de migrantes no
Mediterrâneo, declararam que "não há uma única vida que será salva com
esta reforma. Para as organizações, o acordo representa um
"fracasso histórico e uma homenagem aos partidos da direita
europeia".
Em declarações à RFI, Paulo
Rangel, eurodeputado português do Partido Popular Europeu, disse que
a reforma da Política de Asilo e Migração da União Europeia é uma
"passo muito importante" e destaca os instrumentos que vão permitir
aos Estados membros, e não aos traficantes, decidir quem entra no bloco.
"É
evidente que não é uma varinha mágica, mas passámos a ter regras uniformes para
os 27 Estados, o que me parece algo muito relevante, e regras que são bastante
equilibradas".ANG/RFI
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