Hong Kong/ Seis meses de prisão para sindicalista por esconder telefone e computador
Bissau, 21 dez 23 (ANG) - Uma pioneira do movimento pró-democracia de Hong Kong foi hoje condenada a seis meses de prisão por ter escondido um telefone e um computador portátil pouco antes de uma busca policial à casa da irmã.
Os dispositivos eletrónicos
que a sindicalista Marilyn Tang, de 63 anos, escondeu dos investigadores não
tinham sido adulterados e não continham "nenhuma prova
incriminatória" contra a irmã, disse o tribunal, que considerou, no
entanto, a natureza da infração "grave", "tornando
inevitável" uma pena de prisão.
Esta condenação ocorreu
depois do início, na segunda-feira, do julgamento em Hong Kong do magnata dos
'media' Jimmy Lai, figura local bem conhecida na defesa das liberdades cívicas.
Lai enfrenta uma pena de
prisão perpétua por "conluio com forças estrangeiras" que ameaçam a
"segurança nacional", no âmbito da respetiva lei, imposta por Pequim
em 2020, em resposta aos grandes protestos antigovernamentais no ano anterior,
na região semiautónoma chinesa.
Suspeitas semelhantes pairam
também sobre Elizabeth Tang, irmã de Marilyn, que foi detida em março mas ainda
não acusada. Elizabeth Tang é também uma figura de proa da democracia em Hong
Kong.
Elizabeth e o marido, Lee
Cheuk-yan, fizeram campanha pelos direitos dos trabalhadores e pela democracia
em Hong Kong durante quatro décadas e foram cofundadores da Confederação dos
Sindicatos de Hong Kong.
Lee Cheuk-yan foi um dos
organizadores da vigília anual à luz de velas realizada durante mais de 30 anos
em Hong Kong em memória das vítimas da repressão na praça Tiananmen, em Pequim,
em 1989.
A vigília está proibida
desde 2020 e Lee Cheuk-yan, que está em prisão preventiva desde 2021 por várias
acusações, pode também ser condenado a prisão perpétua.
Os tribunais de Hong Kong
recusaram esta manhã (hora local) um pedido de libertação sob fiança de Chow
Hang-tung, outra ativista das liberdades cívicas em prisão preventiva desde
2021, acusada nomeadamente de "incitar à subversão" ao abrigo da Lei
de Segurança Nacional.
O julgamento neste caso
deverá ter lugar no segundo semestre de 2024, de acordo com um calendário
provisório entretanto divulgado pelos tribunais.ANG/Lusa
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