Guerra Medio Oriente/Sánchez quer reconhecimento de Estado
palestiniano por Espanha na atual legislatura
Bissau, 20 dez 23 (ANG) - O
primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, defendeu hoje o reconhecimento do
Estado palestiniano pelo parlamento e pelo Governo de Espanha durante a atual
legislatura no país, que arrancou este ano.
"Penso que em algum
momento da legislatura teremos de abordar o reconhecimento do Estado
palestiniano por parte das Cortes Gerais e do Governo de Espanha", disse
Sánchez na primeira intervenção no plenário do parlamento espanhol, em Madrid,
desde que foi reeleito primeiro-ministro, no mês passado.
O também líder do partido
socialista espanhol voltou a pedir à União Europeia (UE) para falar "com
claridade e unidade" sobre a situação em Israel e na Palestina, exigindo o
cumprimento do direito internacional, sobretudo, o direito internacional humanitário
por parte de Telavive na operação militar no território palestiniano na Faixa
de Gaza com que respondeu a um ataque do grupo terrorista Hamas em 07 de
outubro.
Sánchez disse que a Europa
deve também "contribuir ativamente para a procura de uma solução definitiva
e integral" do conflito no Médio Oriente, "proporcionando uma
perspetiva de paz séria, credível, que dê conteúdo à solução dos dois
estados", o que "implica reconhecer a existência do Estado
palestiniano, que conviva em paz e segurança com o Estado de Israel".
"Os europeus devem
falar alto e claro, com uma só voz, porque seres humanos estão a sofrer, há
meninos e meninas que estão a sofrer, a perder a vida. Não podemos ficar depois
de defender o reconhecimento do estado palestiniano por Espanha nesta legislatura.
Sánchez já tinha admitido,
em 24 de novembro, a possibilidade de Espanha reconhecer o Estado palestiniano
unilateralmente, à margem da UE e de outros Estados-membros do bloco
comunitário.
"É algo que vale a
pena, que se reveste de importância suficiente e que a União Europeia tem de
fazer de forma conjunta. Mas se não for assim, Espanha tomará as suas próprias
decisões", afirmou, numa conferência de imprensa ao lado do
primeiro-ministro da Bélgica, Alexander de Croo, em Rafah, na fronteira entre o
Egito e a Faixa de Gaza.
Espanha e Bélgica são os
países que têm a atual e a próxima presidência semestral do Conselho da União
Europeia (UE).
Na intervenção que fez hoje
no parlamento espanhol, Sánchez sublinhou que Espanha e a UE condenam, como o
fizeram desde o primeiro momento, os "repugnantes assassinatos do
Hamas" em 07 de outubro, em Israel, e pedem a "libertação imediata e
incondicional dos reféns" por parte do grupo islamita, que controla a
Faixa de Gaza.
Espanha e a UE apoiam também
a luta contra o terrorismo no Médio Oriente e reconhecem o direito de qualquer
país a defender-se e a existir, "mas com a mesma convicção e com os mesmos
valores", devem exigir "que pare a morte de civis em Gaza" e
entrada de ajuda humanitária urgente no território palestiniano.
Após o ataque do Hamas em 07
de outubro, com mais de 1.200 mortos e acima de 240 sequestrados, Israel
declarou guerra ao movimento palestiniano e lançou uma ofensiva militar por
terra, mar e ar no enclave.
A operação já provocou mais
de 19.600 mortos, na maioria civis, e 52.500 feridos segundo o Ministério da
Saúde da Faixa de Gaza, controlado pelo Hamas, e cerca de 1,9 milhões de
deslocados, de acordo com a ONU.ANG/Lusa
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