Senegal/
Sonko apresenta candidatura às presidenciais
Bissau, 27 Dez 23(ANG) - O
opositor senegalês Ousmane Sonko, que está preso, apresentou a sua candidatura
às eleições presidenciais junto do Conselho Constitucional, apesar da recusa da
administração em fornecer-lhe os documentos necessários.
"Posso confirmar que
Ousmane Sonko e Bassirou Diomaye Faye apresentaram os seus dossiers de
candidatura ao Conselho Constitucional",
disse à AFP Ousseynou Ly, aquele responsável do departamento de comunicação do
partido de Sonko, o Patriotas do Senegal para o Trabalho, a Ética e a
Fraternidade (Pastef).
Ousmane Sonko, figura
central de um conflito com o Estado que dura há mais de dois anos e que levou a
vários episódios de violência, tem, de acordo com a lei eleitoral senegalesa,
até às 24:00 de hoje, 26 de dezembro, para apresentar a sua candidatura e
recolher patrocínios.
Bassirou Diomaye Faye,
também detido, é o plano B do Pastef - que as autoridades senegalesas
anunciaram que tinha sido dissolvido no final de julho - para as eleições
presidenciais de 25 de fevereiro de 2024.
Na semana passada, o
representante de Sonko foi
impedido de recolher os documentos necessários para a candidatura do opositor
junto da Direção-Geral das Eleições (DGE).
Os seus advogados anunciaram
então a intenção do político apresentar a candidatura, dizendo que tinham
"confiança no sistema judicial", em face a um Estado que, segundo
eles, estava a tentar "mantê-lo fora" das eleições.
"Estamos certos de que
a candidatura será apresentada e validada. O Conselho Constitucional é
um órgão judicial e não político", afirmou um dos seus advogados, Saïd
Larifou, numa conferência de imprensa em Paris, na passada sexta-feira.
Sonko foi condenado à
revelia em 01 de junho último a dois anos de prisão por abusos de uma menor num
julgamento a que se recusou comparecer por considerar uma cabala política para
o impedir de concorrer às próximas presidenciais.
O político da oposição, de
49 anos, que está detido desde o final de julho por outras acusações, entre as
quais o apelo à insurreição, a associação criminosa a um projeto terrorista e
atentado contra a segurança do Estado, denuncia estes e outros casos em que foi
implicado como sendo uma conspiração para o afastar das eleições.
Em meados de dezembro, um
juiz em Dacar deu
nova vida à sua candidatura ao ordenar a sua reinscrição nos cadernos
eleitorais, confirmando uma decisão proferida em outubro pelo tribunal de
Ziguinchor (província no sul do país com fronteira com a Guiné-Bissau) que
tinha sido anulada pelo Supremo Tribunal.
A antiga primeira-ministra
Aminata Touré, que chegou a ser próxima do atual presidente Macky Sal – a
terminar o segundo mandato e impedido de concorrer -, mas que depois se juntou
à oposição, também anunciou a sua candidatura na segunda-feira.
Na semana passada, o partido
no poder no Senegal, a Aliança para a República (APR), nomeou o atual
primeiro-ministro, Amadou Ba, como candidato às presidenciais.
Ba, 62 anos,
primeiro-ministro desde setembro de 2022, parte para a corrida como o candidato
favorito. Antes de ser nomeado para o atual cargo, ocupou as pastas dos
Negócios Estrangeiros e da Economia, o que levou Sall a enaltecer em várias
ocasiões a sua experiência em cargos de responsabilidade no país africano.
O Conselho Constitucional
deverá anunciar a lista dos candidatos presidenciais em 20 de janeiro de 2024.ANG/DW
Sem comentários:
Enviar um comentário