Guerra Médio Oriente/ONU denuncia ataque israelita contra comboio de ajuda em Gaza
Bissau, 29 dez 23 (ANG) – A
Agência da ONU de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) acusou hoje o
exército israelita de ter disparado contra um dos seus comboios de ajuda na
Faixa de Gaza, sem que tenham sido registad
as vítimas.
“Os soldados israelitas
dispararam contra um comboio de ajuda humanitária quando este regressava do
norte de Gaza, utilizando uma rota designada pelo exército israelita”, disse o
diretor da UNRWA em Gaza, Thomas White, nas redes sociais.
Segundo White, o chefe da
caravana internacional e a equipa não ficaram feridos, mas um veículo ficou
danificado.
“Os trabalhadores
humanitários nunca devem ser um alvo”, acrescentou, citado pela agência
francesa AFP.
Uma fonte da UNRWA disse à
AFP que o incidente ocorreu na tarde de quinta-feira.
Questionado pela agência de
notícias francesa, o exército israelita disse que estava a verificar a
informação.
O chefe das operações
humanitárias da ONU, Martin Griffiths, também criticou duramente as condições
em que a ajuda está a ser entregue em Gaza.
“Comboios são alvo de fogo.
Atrasos nos pontos de passagem”, escreveu nas redes sociais.
Griffiths condenou o facto
de os trabalhadores humanitários estarem “eles próprios a ser deslocados e
mortos”.
Denunciou também que a
população traumatizada e exausta estava amontoada num “pedaço de terra cada vez
mais pequeno”.
“Três níveis de inspeções
antes de os camiões poderem entrar. Confusão e longas filas de espera. Uma
lista cada vez mais longa de produtos rejeitados”, lamentou.
Griffiths afirmou que “a
situação é impossível para a população de Gaza e para aqueles que a ajudam”.
A Faixa de Gaza tem estado
sob intensos ataques de Israel desde 07 de outubro, quando o grupo islamita
palestiniano Hamas lançou um ataque sem precedentes em solo israelita.
O ataque causou 1.200 mortos
e os comandos do Hamas fizeram mais de duas centenas de reféns, alguns dos
quais foram entretanto trocados por palestinianos detidos em Israel, segundas
as autoridades.
A ofensiva contra Gaza
provocou mais de 21 mil mortos, segundo números divulgados pelas estruturas de
saúde do Hamas, que controla o pequeno enclave palestiniano desde 2007.
Além das vítimas mortais e
de milhares de feridos, os constantes bombardeamentos provocaram um elevado
nível de destruição no território de 2,3 milhões de habitantes, a maioria dos
quais foi obrigada a deslocar-se para sul de Gaza.
A pouca ajuda humanitária tem entrado em Gaza através da fronteira de Rafah, com o Egito, a única passagem que não é controlada por Israel, mas sujeita a acordos com as autoridades israelitas.ANG/Lusa
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