Regiões/Confrontos entre alunos e polícias no liceu
de Mansoa causam cinco feridos graves
Bissau, 30 Jan 24 (ANG) – O liceu Quemo Mané, em Mansoa, região de Oio, norte do país, viveu, segunda-feira, momentos de confrontos entre a polícia e alunos que se manifestavam contra o novo diretor indicado pelo Governo, e houve cinco feridos graves.
A informação foi dada à Lusa, em Bissau, num contacto telefónico com o administrador setorial (a mais alta autoridade do Estado) de Mansoa, Fernando Yalá, testemunha ocular dos confrontos.
“Fui
informado que os alunos estavam a protestar no liceu, desloquei-me ao local e
eu mesmo vi-me envolvido na situação. Os alunos estavam a atirar pedras e
garrafas contra a escola”, disse Yalá.
Os
confrontos começaram quando se estava a proceder à passagem de dossiers entre o
anterior e o novo diretor do liceu Quemo Mané, indigitado pelo Ministério da
Educação guineense.
O
novo diretor do liceu de Mansoa é Adulai Djá, um político que já esteve naquele
setor como administrador.
Uma
fonte da associação de alunos do liceu Quemo Mané, que pediu para não ser
identificada, disse à Lusa que “Adulai Dja não tem condições, nem morais, nem
académicas para ser diretor”.
De
acordo com o administrador Fernando Yalá, os alunos atiraram pedras e garrafas
e ainda queimaram pneus dentro das instalações do liceu, interrompendo a
cerimónia de transferência de dossiers.
“O
novo diretor teve que se barricar no liceu durante mais de duas horas até ser
resgatado pelas forças de segurança”, contou Yalá.
Na
tentativa de retirar Abulai Djá do liceu, dois alunos e três
agentes policiais ficaram feridos, por terem sido atingidos por pedras,
acrescentou o administrador, indicando que se encontram em tratamento médico no
hospital de Mansoa.
Uma
equipa da Polícia de Intervenção Rápida (PIR) saiu de Bissau
e encontra-se em Mansoa, onde, relataram os populares, atirou granadas de
gás lacrimogéneo nas imediações do liceu Quemo Mané.
Os
mesmos relatos indicam que o diretor que estava a ser substituído, Lassana
Sanhá, terá sido detido e levado para Bissau.
O
liceu Quemo Mané destaca-se na Guiné-Bissau por ser o primeiro estabelecimento
do ensino público onde foi iniciada a autogestão, iniciativa que consiste no
pagamento do funcionamento da escola por parte dos pais e encarregados de
educação dos alunos.
O
objetivo é garantir o pagamento de professores, indicados pelo Ministério da
Educação, para que não haja a adesão dos mesmos às greves recorrentes no sistema público de
ensino.
Entretanto,
de acordo com a rádio CFM, os
alunos do Liceu de Háfia, arredores de Bissau, também se manifestaram hoje contra
a substituição do Diretor da escola, na pessoa de Mamadu Lamine Mango.
De
acordo com a CFM, os agentes da
polícia, desta vez, não tiveram uma atitude repressiva.
Os alunos estão a exigir uma escola de
qualidade que dizem ser possível através
de uma boa administração. ANG/Lusa/CFM
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