Transparency International / "Maioria dos países fez poucos ou nenhuns progressos"
Bissau, 31 Jan 24 (ANG) - A
organização Transparency International, tal como todos os anos, publicou
o seu relatório sobre a luta anti-corrupção a nível mundial.
Segundo este
índice em que foram classificados 180 países de acordo com a percepção do nível
de corrupção vigente nas suas respectivas estruturas públicas numa escala de
zero (forte corrupção) a 100 (sem corrupção), a Dinamarca (90) lidera pelo 6°
ano consecutivo o ranking dos países menos corruptos, seguida pela Finlândia e
a Nova Zelândia.
Nesta classificação, a Somália (11), a
Venezuela (13), a Síria (13), o Sudão do Sul (13) e o Iémen (16), todos eles
afetados por guerras ou crises prolongadas, ocupam os derradeiros lugares.
Classificada em 20º lugar, a França obteve
uma pontuação de 71 no Índice de Percepção da Corrupção de 2023, sensivelmente
a mesma classificação que em 2013. Apesar de "esta pontuação ter evoluído
ligeiramente durante esta década, oscilando entre 69 e 72/100, esta estagnação
de dez anos está relacionada com a comunicação governamental que não atribui
qualquer prioridade à política de luta contra a corrupção" considera
a Transparency International.
No caso de Portugal, a ONG que classifica o
país em 34ª posição com 61 pontos, observa que está abaixo do valor médio da
sua região (65 pontos) e refere que Portugal é "um dos países da Europa em
que se registam falhas ao nível da integridade na política».
Neste âmbito, a Transparency International destaca «a necessidade de serem
reforçadas as regras relativas aos conflitos de interesses, às normas éticas e
à transparência no exercício de funções públicas e nas atividades
de lobbying" em Portugal.
No continente africano,
a Tranparency International destaca que existem relatos de
corrupção, extorsão e interferência política nos sistemas judiciais em países
como a Nigéria (25), no Burundi (20) e na República Democrática do Congo (22)
e, neste sentido, "apela
aos governos para que deem aos sistemas judiciais a independência, os recursos
e a transparência necessários para punir eficazmente todos os crimes de
corrupção e garantir o equilíbrio entre as instâncias no poder".
A ONG observa que alguns países melhoraram
o seu desempenho, nomeadamente Angola, que este ano alcançou 33 pontos,
fixando-se no 121° lugar, o que marca uma melhoria de 14 pontos desde 2019. Uma
evolução que, segundo o relatório, tem a ver com a adopção de medidas de luta
contra a corrupção que aplicou “de
forma consistente” para recuperar bens roubados e
responsabilizar os alegados autores desses atos.
Segundo
a Transparency International, "à excepção de Portugal e de Cabo Verde (que recolhe
64 pontos), que é agora o país com a pontuação mais alta dentro
desta Comunidade,(…) todos os países da CPLP têm uma pontuação inferior a
50, correspondendo a nações com sérios problemas de corrupção".
Entre os países da África lusófona, a ONG refere nomeadamente que a Guiné-Bissau, com 22 pontos, é o 160º país mais corrupto entre os 180 países analisados. ANG/RFI
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