Turismo/”Hotel “DAKOSTA Eco Retreat” no Arquipélago dos Bijagós promove a cultura e gastronomia local
Bissau,29 Jan 24(ANG) – O
empresário guineense Adelino da Kosta, proprietário de um dos maiores
emprendimentos hoteleiros nas Ilhas Bijagós denominado “DAKOSTA Eco Retreat”, defende
que aquele empreendimento contribui na sensiblização e promoção da
cultura e gastronomia local.
Em entrevista exclusiva
concedida hoje à ANG, Adelino da Kosta
disse que, aquele empreendimento hoteleiro oferece aos turistas que ali
frequentam refeições tipicamente locais.
Disse que praticam o modelo de turismo que passa por dar
aos clientes o que não existe nos seus países de origem, ou melhor fazer-lhes
viver a África e as suas ricas tradições.
“A título de exemplo, se um
africano visitar hotéis na China, é-lhe oferecido a gastronomia local e a
mesma coisa acontece em Itália e noutros países europeis. Nós aqui no DAKOSTA
Eco Retreat decidimos fazer a mesma coisa, para promover os produtos africanos em particular os da
Guiné-Bissau”, afirmou.
Segundo Adelino da Costa, os
quartos do hotel do DAKosta Eco Retreat estão
decorados com peças e estatuetas tradicionais, não só da etnia bijagós como de
outras etnias do país, o que divulga as
potencialidades culturais do país.
“Um turista estrangeiro não deve
visitar o nosso hotel e ser lhe exibido
vídeos com conteúdos produzidos na Europa, não. Se for assim não vale a pena receber os turistas porque não
vão levar nada em contrapartida”, salientou.
Perguntado sobre como foi
parar ao sector turístico no país, ele que foi boxista, Adelino da Kosta revelou
que aquando do seu regresso ao país, em 2005,
percorreu as diferentes ilhas para se inteirar das suas potencialidades.
Disse que na companhia da
família deixou a Guiné-Bissau em 1988, tendo se emigrado para Portugal em busca de melhores condições
de vida.
Disse que, na altura tinha
apenas 9 anos e quando chegaram a Portugal habitavam no bairro das Marianas, em
Carcavelos onde trabalhava na Construção Civil.
Adelino da Kosta disse que
de Portugal emigrou para os Estados Unidos de América onde prossegiu as suas atividades
de boxe.
“Na altura para qualquer
praticante desta modalidade nos EUA, a primeira coisa a fazer é ingressar no
maior Ginásio de Boxe, denominado de Broklin , aliás por onde passa todos os
campeões do mundo, porque se quizer testar a sua capacidade tem que ir onde
estão os melhores”, frisou.
“Fui campeão desta competição e passei para a fase seguinte que é a
eliminatória para os Jogos Olímpicos 2004, onde fui eliminado na quarta
posição”, contou Adelino da Kosta.
Adiantou que, depois de
deixar de competir, iniciou a fase de formação dos lutadores em técnicas de dar
socos e pontapés, tendo em conta que na altua só existiam lutadores da modalidade de “Jijuds”, ou seja
deitar os adversários no chão, através de apertos nas gargantas, mãos e pés.
Informou que, por isso,
precisavam de um formador com conhecimentos de técnicas de combate em termos de
socos e pontapés, acrescentando que, foi daí que começou a treiná-los nos ginásios
onde tinha muitos clientes.
“Então notei que podia
aproveitar os clientes de boxe que tinha nos Estados Unidos, que normalmente
passavam as suas férias e outros retiros de repouso no Vietnam, Cambodja,
Filipinas entre outros, e que nunca tinham o privilégio de chegar um local tão
maravilhoso e virgem como o Arquipélago
de Bijagós”, frisou.
Disse que apartir daí, convidou dois dos seus clientes que tinham
nos Estados Unidos para virem conhecer o Arquipélago de Bijagós, com um
programa de treinos, que seria de duas vezes por dia e onde desfrutavam das
comidas tradicionais”, explicou.
Sustenta que, por exemplo,
na Europa, as pessoas consomem comidas e certos produtos fora do seu tempo, ou
seja comem mangas que são conservadas
por muito tempo, acrescentando que na Guiné-Bissau, as frutas são consumidas
dentro do seu período normal , o que ajuda muito na saúde.
“Então os turistas que têm muito dinheiro e que querem mais longividade de vida, entendem que não existe melhor lugar, onde podem desfrutar de comidas no seu próprio tempo, para além de respirar um ar puro debaixo de árvores grandes e onde existe total tranquilidade e sentido da noite e com luzes acesas como nas grandes cidades”, frisou.
O empresário afirmou que o
foram os primeiros grupos que trouxe para a Guiné-Bissau , que começaram a
sensibilizar os seus colegas de que existe um paraíso na Guiné-Bissau, com
apenas seis horas de voo para os Estados Unidos.
Adelino da Kosta frisou que,
dentro do programa de treinos constava a parte física, ou seja levantar-se de
manhã, fazer as caminhadas descalço para sentir aquele magnésio e força da terra,
fazer exercícios dentro da água e depois seguida da parte espiritual, onde
abordam a parte mística da vida, tais como como surgiram os homens na terra.
“Ainda penetramos com os
homens grandes nas matas onde fazemos as cerimónias tradicionais e desintoxicação
do organismo através de banhos com raízes e folhas das plantas”, disse.
Da Kosta sublinhou que essa
ligação entre o mundo físico e espiritual, quando se sacrifica uma galinha nos
lugares sagrados, constitue uma riqueza enorme que a África tem, em particular
a Guiné-Bissau.
“Então foi isso o turismo
que praticamos no Arquipélago dos Bijagós, através de transmissão da
experiência que temos e foi por isso que recebemos muitos turistas que ainda
apreciam muito as nossas comidas tradicionais acompanhadas de vinho de palma
doce e fresca, que admiram muito”, explicou.
O DAKOSTA Eco Retreat conta
com 33 quartos e emprega cerca de 30 pessoas.ANG/ÂC
Sem comentários:
Enviar um comentário