Roma/Papa admite resistência cultural em África a bênção de casais homossexuais
Bissau,
29 Jan 24 (ANG)- O Papa Francisco admite que há uma resistência particular em
África à bênção de casais do mesmo sexo, por questões culturais, mas diz
confiar que, “pouco a pouco”, todos se apercebam da importância da inclusão e
não haja um cisma.
Recorrendo a uma parábola da bíblia, a de
um banquete de casamento a que ninguém comparece, o que leva o rei a enviar
servos a chamar todos os que encontrarem para as bodas, o Papa Francisco
apontou que "o Filho de Deus quer deixar claro que não quer um grupo
seleto, uma elite", e, "depois, talvez alguém seja 'introduzido
clandestinamente', mas nessa altura é Deus que se encarrega disso, que indica o
caminho".
"Quando me perguntam: 'Mas essas
pessoas que estão numa situação moral tão imprópria também podem entrar?', eu
asseguro-lhes: 'Todos, o Senhor assim o disse'. Perguntas como esta surgem-me
sobretudo nos últimos tempos, depois de algumas das minhas decisões",
declarou.
Questionado em concreto sobre a bênção de
"casais irregulares e do mesmo sexo", que sugeriu no ano passado, o
Papa Francisco confirmou que lhe perguntam "como é possível", ao que
responde que "o Evangelho é para santificar toda a gente, desde que haja,
claro, boa vontade", sublinhando que "não se abençoa a união, mas as
pessoas".
Ao ser questionado sobre como está a lidar
com a resistência de parte da Igreja à sua sugestão, depois de ter falado, numa
recente entrevista televisiva em Itália, do "preço da solidão que se tem
de pagar depois de um passo como este", o Papa Francisco apontou então o
caso particular de África.
"Os que protestam com veemência
pertencem a pequenos grupos ideológicos. Um exemplo disso são os africanos:
para eles, a homossexualidade é algo 'feio' do ponto de vista cultural, não a
toleram", declarou.
"Mas, de um modo geral, confio que, a
pouco e pouco, todos se vão apercebendo do espírito da declaração "Fiducia
supplicans" do Dicastério para a Doutrina da Fé: quer incluir, não
dividir. Convida as pessoas a acolher e depois a confiar-se a Deus",
completou.
Questionado sobre se receia um cisma, o
Papa Francisco respondeu que não, observando que "sempre houve na Igreja
pequenos grupos que manifestaram pensamentos cismáticos", mas há que
"olhar em frente".
"Os que protestam com veemência
pertencem a pequenos grupos ideológicos. Um exemplo disso são os africanos:
para eles, a homossexualidade é algo 'feio' do ponto de vista cultural, não a
toleram", declarou.
"Mas, de um modo geral, confio que, a
pouco e pouco, todos se vão apercebendo do espírito da declaração "Fiducia
supplicans" do Dicastério para a Doutrina da Fé: quer incluir, não
dividir. Convida as pessoas a acolher e depois a confiar-se a Deus", completou.
Questionado sobre se receia um cisma, o
Papa Francisco respondeu que não, observando que "sempre houve na Igreja
pequenos grupos que manifestaram pensamentos cismáticos", mas há que
"olhar em frente".
O comunicado da CEAST reagiu assim à
recente sugestão do Papa Francisco de se de dar a bênção a casais do mesmo
sexo, sem transmitir "a concepção errada do casamento", afirmando
ainda que os padres não se podem tornar juízes.
Sem comentários:
Enviar um comentário