quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

Costa do Marfim


              Candidato às presidenciais  impedido de entrar no país
Bissau, 26 dez 19 (ANG) - As autoridades da Costa do Marfim impediram de entrar no país, Guillaume Soro, candidato às presidenciais de 2020.
Guillaume Soro
 Guillaume Soro, é alvo de um mandado de captura internacional da justiça marfinense, que não o prendeu, preferindo que o seu avião retomasse um outro rumo, em África ou na Europa, segundo fontes discordantes. 
O ex-chefe da rebelião e candidato às eleições presidenciais de 2020 na Costa do Marfim, Guillaume Soro, denunciou  num tuíte a "brutalidade inaceitável" das forças da ordem contra alguns dos seus companheiros.
"A brutalidade da repressão que se abateu sobre os militantes da GPS, Gerações e Povos Solidários é inaceitável", escreveu, na sua conta Twitter, Guillaume Soro, cujo regresso ao país não ocorreu enquanto 15 dos seus apoiantes foram presos.
Soro, ex-Presidente da Assembleia nacional de 2012 a 2019, é alvo de um mandado de captura internacional da justiça marfinense por "tentativa de atentado à autoridade de Estado", anunciou quarta-feira à noite o Procurador da República de Abidjan, Richard Adou.
O ex-chefe da rebelião devia entrar no país, após 6 meses de ausência, para lançar a sua campanha eleitoral para as presidenciais de outubro de 2020, que se apresenta tensa. Mas o seu avião particular acabou por ir aterrar no Gana.
No seu tuíte, Guillaume Soro, explicou que o comandante de bordo do seu jet privado foi informado de que o avião poderia ser assaltado no aeroporto de Abidjan, pelo que decidiu ir para o aeroporto de Acra.
Mas, as autoridades ganesas impediram-no de sair do avião que teve de se descolar.
Uma fonte no aeroporto de Acra, indicou que o avião de Soro, partiu para a Europa. ANG/RFI

Economia


                        BCEAO elogia opção pela futura moeda única

Bissau,26 Dez 19(ANG) - A reforma do franco CFA, que abrange oito Estados da África Ocidental constitui uma "etapa significativa" no projecto da moeda única, estimou terça-feira o Banco Central dos Estados da África Ocidental (BCEAO).
"Esta decisão histórica marca uma etapa significativa na realização de um projeto comum: construir colectivamente o crescimento dos países da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) e fazer desta região o epicentro de uma prosperidade que beneficiará as actuais e futuras gerações", considerou num comunicado divulgado pelo governador do BCEAO, Tiémoko Meyliet Konsé.
No passado sábado em Abidjan, na presença do chefe de Estado francês, Emmanuel Macron, o Presidente da Côte d’Ivoire, Alasanne Ouattara, divulgou as grandes linhas do acordo concluído entre os oito países da União Económica e Monetária Oeste Africana (UEMOA -- Benim, Burkina Faso, Côte d’Ivoire, Guiné-Bissau, Mali, Níger, Senegal e Togo).
A reforma prevê uma alteração do nome da moeda -- o franco CFA que dará lugar ao eco, previsivelmente no próximo ano -, o fim do depósito de reservas do BCEAO no Banco de França e o abandono da nomeação por Paris de representantes nas instâncias do BCEAO e da UEMOA.
Em contrapartida, a paridade fixa do futuro eco em relação ao euro será mantida -- ainda que criticada por vários economistas africanos -- e Paris manterá o seu papel de garante financeiro.
As medidas constituem "um grande avanço no sentido da integração económica e monetária dos oito países membros da UEMOA, constituindo as bases da respectiva adesão ao eco, projecto de moeda única da CEDEAO", de acordo com o comunicado do BCEAO, cuja sede se encontra em Dakar, capital do Senegal. ANG/Angop


terça-feira, 24 de dezembro de 2019

Presidenciais 2019/2ª volta


Domingos Simões Pereira promete trabalhar em colaboração com governo para promoção do “bem comum”

Bissau, 24 dez 19 (ANG) – O candidato suportado pelo Partido Africano da Independência de Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira prometeu trabalhar, de mãos dadas com o governo, caso venha a ser eleito  Presidente República de modo  garantir o “beneficio comum”.

Simões Pereira fez a referida promessa na segunda-feira no comício popular que fez na cidade de Gabú, zona leste da Guiné-Bissau no quadro da segunda volta de campanha eleitoral para as presidenciais de 29 do corrente mês.

O candidato disse que para o sucesso de qualquer que seja nação, deve existir a colaboração entre os governantes e um espírito de diálogo construtivo, de forma a evitar constantes situações de conflitos que acabam por prejudicar o próprio povo.

“Não pretendo priorizar constantes derrubes dos governos, porque isso, com certeza, não vai ser uma solução, mas sim  apenas mais problemas. Tudo farei para melhorar a vida dos guineenses e para mostrar ao mundo de que somos capazes, tal como o povo de qualquer país Também pretendo ser um Presidente de que os guineenses vão se orgulhar”, prometeu aquele candidato.

Por outro lado, Domingos Simões Pereira manifestou a sua satisfação pela forma como foi recebida em Gabú, tendo dito que a melhor resposta que poderia ter é da manifestação da população de Gabú.

“Tinha a esperança de que pelo menos ia conseguir algo na região de Gabú, mas hoje passarei  a ter certeza de que  realmente vou ter sucesso nessa zona, porque o comportamento da população não deixou nenhuma dúvida face à isso, muito embora existem pessoas que pensam  que podem tirar proveito étnico e religioso. A resposta de Gabú é diferente”,referiu Domingos Simões Pereira.

Agradeceu a população da referida região pela forma como foi recebido e sublinhou que a reacção  dos cidadãos de Gabú demonstra a coesão do Povo guineense, e disse estar convicto que a mesma região está pronta  para estabelecer o compromisso com a sua candidatura no dia 29 do mês em curso.

“Queremos estabelecer um compromisso no dia 29, que a partir da próxima legislatura possamos ver aquele sol à arder para todo o filho da Guiné-Bissau. O que não posso fazer para minha mãe como sendo a mulher que me deu a vida pretendo o fazer para as mulheres da Guiné-Bissau. Não vou dirigir o país pensando no meu beneficio particular, mas sim no bem do Povo em geral”, garantiu Simões Pereira.

Acrescentou que a atitude dos populares da região de Gabú só mostra que não pode existir outro tipo de solução ou resultado a não ser a confirmação da sua  vitória no dia 29 de dezembro.

Questionado por um elemento de Juventude Africana de Amílcar Cabral (JAAC) sobre a sua proposta para a região de Gabú, uma vez que existem especulações de que essa zona não consta no projecto de governação “Terra Ranca”, respondeu que, infelizmente não vale a pena responder a referida questão, tendo justificado que já escreverem, mas que as pessoas lêem e não são capazes de compreender e se passam o tempo a explicar continuarão a  não perceber do mesmo jeito.

 “A nossa prioridade do projecto  “Terra Ranca” é de começar o nosso processo com três cidades ou seja escolhemos uma cidade para cada província (cidades de Cachéu, Bolama e Bafatá) de modo a criar um pólo urbano que irá dignificar cidadão guineense e de lhe dar outra qualidade de vida. Isso não significa que a cidade de Gabú ficou de fora, até porque no nosso plano para a exploração de bauxite vai começar na cidade de Gabú. Por isso, é fundamental  compreender algo antes de especular”, disse Simões Pereira. ANG/AALS/ÂC//SG

Presidenciais 2019/2ªvolta


Umaro Sissoco promete isentar cidadãos guineenses de Conacri de Autorização  de Residência caso for eleito Presidente da República

Bissau, 24 dez 19 (ANG) – O candidato apoiado pelo Movimento para Alternância Democràtica (Madem G-15), garantiu  segunda-feira que caso for eleito Chefe de Estado no próximo dia 29 de Dezembro, vai dispensar todos os cidadãos da Guiné-Conacri residentes no país do pagamento e uso de Cartão da Autorização de Residência, no território da Guiné-Bissau.

Umaro Sissoco Embaló deu essa garantia  durante um comício popular na cidade de Gabú, leste do país, onde afirmou que a Guiné-Bissau tem uma dívida para com a Guiné-Conacri ou seja, segundo ele, durante a luta de libertação nacional os guineenses ocuparam aquele país como retaguarda, mas nunca foram pedidos uma carta de autorização de residência.

Embalo reafirmou a tese de não ser tribalista por isso pediu ao Povo a fazer-lhe confiança uma vez que é um candidato capaz de unir todos os guineenses, frisando que a liderança está no seu sangue,  uma vez que pertence a família real.

“Eu não tenho problema com Domingos Simões Pereira, mas as nossas formas de ver as coisas é que são diferentes ou seja ele é  meu concorrente, gosta de menosprezar as pessoas, enquanto eu não. Conhecemos-nos há mais de 30 anos e sempre existiu uma relação de respeito e de consideração entre nós”,disse.

Sissoco Embalo criticou o comportamento de Baciro Djá, candidato do partido Frente Patriótica de Salvação Nacional(Frepasna), derrotado na primeira volta das presidenciais e que decidiu apoiar Domingos Simões Pereira nesta segunda ronda, e diz que este é “incoerente”.

 “Ele contou muitas coisas sobre Domingos Simões Pereira e agora está o apoiá-lo. Mas, com tudo isso, vou lhe perdoar e se ganhar vai-lhe chamar para trabalharem juntos porque Guiné-Bissau é um país de todos os guineenses”, prometeu.

Sissoco Embaló afirmou que Simões Pereira não consegue nem gerir o partido que lidera, a titulo de exemplo, expulsou os mandingas e beafadas do PAIGC.

“Quem não consegue gerir um partido como pode gerir uma Nação. No meu caso, eu nasci para dirigir e vamos ser um bom condutor para guiar os destinos deste Povo martirizado”,frisou .

Sobre a vinda do milionário Saudita ao país, Embalo disse que há vozes  contra essa iniciativa , tendo questionado se aquelas pessoas são mais guineenses do que ele, ao ponto de estarem contra a vinda de uma pessoa que vem para ajudar o Povo, tendo pedido o voto em massa na sua pessoa, no dia 29 de Dezembro.


Disse que a região de Gabu é o seu bastião politico ao contrário do seu opositor que não tem zona de influência e que os votos recebidos são graças ao PAIGC, explicando que não são os discursos que ganham as eleições .

“O meu programa é a Constituição da República. Não participei na entrevista na TGB e no debate organizado pelo Sindicato dos Jornalistas e Técnicos da Comunicação Social (Sinjotecs) por causa do comprimento da minha agenda no Sul do país ou seja nas zonas onde não consegui chegar na primeira volta “,disse.

O candidato apoiado pelo Madem G-15 garantiu que vai participar no debate televisivo do dia 26 de Dezembro tendo convidado ao seu opositor a levar a Bíblia porque  ele vai levar o Alcorão, para jurarem que só vão dizer a verdade para o Povo. ANG/MSC/ÂC//SG

Índia


                               Modi defende  polémica lei da cidadania
Bissau, 24 dez 19 (ANG) - Estudantes e outros manifestantes de várias religiões e etnias, nas últimas duas semanas,um pouco por todo o país acusam o Governo de violar a Constituição e de querer tirar a cidadania a indianos muçulmanos, em protestos que já fizeram 25 mortos e centenas de feridos.
Em causa está uma alteração à lei de cidadania, aprovada pelo Parlamento indiano a 11 de Dezembro, que abre uma excepção para alguns grupos de imigrantes em situação ilegal no país.
Oficialmente, este dispositivo visa facilitar a naturalização dos refugiados membros das minorias religiosas do Bangladesh, Afeganistão e Paquistão, esta lei excluindo contudo os muçulmanos oriundos desses países.
Apesar disso, para o Primeiro-Ministro nacionalista hindu Narendra Modi, "não há motivo de alarme" para os muçulmanos da Índia. "Não se deixem enganar", esta foi aliás a campanha que o governo indiano lançou hoje nos meios de comunicação social contra a alegada "desinformação" em torno da polémica lei qualificada por organizações muçulmanas e a oposição como sendo "uma lei discriminatória".
Ao defender segunda-feira este dispositivo, Narendra Modi referiu que "não coloca em causa o estatuto" dos 200 milhões de muçulmanos que representam cerca de 14% da população indiana e argumentou que não está na ordem do dia "um registo dos cidadãos a nível nacional", isto em referência a um recenseamento efectuado recentemente no Estado de Assam, no nordeste do país, em que quase 2 milhões de pessoas, boa parte de confissão muçulmana, foram incapazes de comprovar a sua cidadania indiana, o que as coloca agora na eventualidade de se tornarem apátridas.
Por outro lado, Narendra Modi acusou ainda a oposição de estar a "espalhar boatos segundo os quais, todos os muçulmanos iriam ser enviados para campos de detenção". Para o Primeiro-Ministro indiano, isto não passa de "mentiras".
Todavia, foram recenseados pelo menos 6 campos de detenção juntando mais de mil presumíveis migrantes ilegais no Estado de Assam, sendo que está prevista a construção de estruturas semelhantes em Bombaim e Bangalore. O próprio Vice-Ministro indiano do Interior chegou a reconhecer perante o parlamento que 28 pessoas morreram neste tipo de instalações neste últimos anos. ANG/RFI



Quadra festiva


           Citadinos de Bissau perspectivam pior Natal dos últimos anos

Bissau, 24 dez 19 (ANG)- Os citadinos de capital Bissau consideram de pior o Natal 2019, por falta de  recursos financeiros, motivado pelo  não pagamento atempado de salários aos funcionários públicos.

As declarações feitas hoje ao repórter da ANG, que saiu às ruas de Bissau para saber das perspectivas do Natal dos cidadãos moradores da capital.

Segundo alguns, face  essa situação,só pedem que haja saúde e paz.

António Pedro Delgado disse que, a sua expectativa quanto ao Natal deste ano é fraca, porque a situação da empresa onde trabalha não está boa pelo que não vai alimentar grandes expectativas.

"Os funcionários têm salários atrasados, e eu como responsável na minha empresa estou um pouco inibido de enfrentar este período de natal onde todos precisam ter dinheiro para fazer despesas na festa," lamentou Pedro Delgado.

Ainda disse que, não vai ter um natal tranquilo  com funcionários sem receber seus salários e acrescentou que como é festa de Cristo tem a fé que ele vai conseguir fazer com que o ano novo seja melhorar.

Para Walter Mendonça, o Natal deste ano é um pouco complicado por coincidir com período da campanha eleitoral, em que toda a gente virou a atenção para a política.

Mendonça espera que seja um Natal que vai virar a página da história da Guiné-Bissau, apesar da dificuldade financeira de momento. 

 "O importante é para cada um ter vida e saúde, para que tudo corra bem e que as eleições corram bem para se poder mudar o rumo do país e torná-la num país melhor, e sairmos, de vez, neste  ciclo de instabilidade crónica e de conflitos. Que os cidadãos  façam boa escolha no dia 29 de Dezembro", realçou Mendonça.

Cátia Correia deseja boa saúde à todos e para cada um conformar com aquilo que conseguiu, porque na Guiné-Bissau é assim, tem que se conformar com tudo.

"Não tenho nada até ao momento, estou a vender para ver depois se vou conseguir comprar algo para fazer celebrar o Natal. Pelo menos um quilo de peixe para fazer um bom caldo para comer," disse Cátia Correia.

Apela aos Guineenses para se conformarem com aquilo que têm, e pôr a mão na consciência, no sentido de reflectirem melhor para saber quem escolher no dia 29.

Para Esolina Gomes, vendedeira de peixe, a dificuldade este ano é enorme devido ao fraco poder de compra no mercado, por falta de meios financeiros dos compradores.

"Tenho as crianças na mão, e até hoje não tenho nem roupa para elas. Se o Estado pagasse aos funcionários poderia haver uma família que vai me oferecer dinheiro para comprar algo e passar bem a festa com as crianças," lamentou Esolina Gomes.

Apela o Estado no sentido de ajudar para que essa situação possa melhorar, e disse que o dinheiro só está a movimentar na campanha e que os funcionários estão sem salário.

A ANG soube através de uma fonte do Ministério da Economia e Finanças que os salários de novembro foram pagos aos servidores no decurso desta semana, devendo o mês de Dezembro ser pago na próxima semana.ANG/MI/ÂC//SG

ONU


“Combate às desigualdades é resposta para protestos globais”, diz relatório de Índice de Desenvolvimento Humano 
Bissau, 24 dez 19 (ANG) - As manifestações que acontecem em todo o mundo mostram que, apesar do progresso sem precedentes contra pobreza, fome e doenças, muitas sociedades continuam tendo problemas. A causa comum entre todas elas é a desigualdade. 
Essa é a principal conclusão do Relatório de Desenvolvimento Humano de 2019, lançado recentemente  na Colômbia.
A pesquisa destaca uma nova geração de desigualdades, em torno da educação, tecnologia e mudanças climáticas, e alerta que podem criar "uma grande divergência" como não acontece desde a Revolução Industrial.

Em entrevista à ONU News, o diretor do escritório que produz o relatório, Pedro Conceição, disse que a pesquisa "vai além da desigualdade na distribuição de rendimento e tenta projetar aquilo que pode determinar a evolução das desigualdades ao longo do século."
"O tema das desigualdades está no debate público em muitos países, mas tem sido centrado na distribuição do rendimento. Aquilo que nos pareceu foi que havia outras desigualdades que mereciam a nossa atenção, refletindo aquilo que os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável já nos dizem, que existem varias desigualdades que são importantes."
O especialista diz que o relatório não faz propostas especificas para diferentes países, devido à diversidade de contextos, mas "oferece uma metodologia para tentar perceber quais as melhores áreas de intervenção."
"A ideia essencial é que não nos podemos circunscrever a aspetos que têm a ver com a redistribuição de rendimento para lidar com as desigualdades que estão a surgir. É preciso considerar um vasto leque de políticas. Políticas ligadas à concorrência, por exemplo, para garantir que os mercados funcionam de forma mais eficiente e podem levar a que os resultados sejam menos desiguais."
Sobre a área da concorrência, Conceição explica que "é uma área de política que normalmente não é considerada nestas discussões, mas o argumento é que é preciso estender o leque de políticas para lidar com estes problemas."
Em nota, o administrador do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Pnud, disse que "diferentes motivos estão levando as pessoas às ruas, como o custo de uma passagem de trem, o preço da gasolina, a exigência de liberdades políticas e a procura de justiça." Para Achim Steiner, "esta é a nova face da desigualdade."
Em países com desenvolvimento humano muito alto, por exemplo, as assinaturas de internet de banda larga estão crescendo 15 vezes mais rápido do que em países com baixo desenvolvimento humano. Quanto à proporção de adultos com ensino superior, está crescendo seis vezes mais rápido.

De acordo com a ONU, os últimos anos foram marcados por disparidades no acesso à ciência, tecnologia e inovação. , by Foto: ONU/Eskinder Debebe
A distribuição desigual de educação, saúde e padrões de vida está impedindo o progresso dos países. A pesquisa estima que, em 2018, cerca de 20% do progresso do desenvolvimento humano foi perdido devido às desigualdades.
Políticas que considerem infância e investimento ao longo da vida, produtividade, investimento público e impostos justos são recomendadas.
O relatório diz que valores médios "podem ser úteis para contar uma história, mas informações muito mais detalhadas são necessárias para criar políticas que combatem a desigualdade de maneira eficaz."
Um dos exemplos é a igualdade de gênero. Com base nas tendências atuais, serão necessários 202 anos para eliminar a diferença entre homens em oportunidades econômicas.
Apesar de o tema estar sendo mais discutido nos últimos anos, o Índice afirma que o ritmo de progresso está diminuindo.
Pela primeira vez, o relatório inclui um Índice de Normas Sociais. Em metade dos países avaliados, o preconceito de gênero cresceu nos últimos anos. Cerca de 50% das pessoas em 77 países pensam que os homens são melhores líderes políticos do que as mulheres. Mais de 40% considera que os homens são melhores na área dos negócios.
O relatório cita esses dados para afirmar que "políticas que abordam preconceitos, normas sociais e estruturas de poder são fundamentais."
Políticas para equilibrar a distribuição de cuidados, principalmente para crianças, são um dos exemplos. Grande parte da diferença de rendimento entre homens e mulheres é criada antes dos 40 anos, quando as mulheres estão a criar os filhos pequenos.

Um fazendeiro nas Filipinas inspeciona sua colheita de arroz após uma enchente. Prevê-se um aumento das inundações devido às mudanças climáticas, Banco Mundial/Nonie Reyes.

O relatório também pergunta como a desigualdade pode mudar no futuro, destacando a crise climática e a transformação tecnológica.
Sobre a primeira, alerta que medidas como a criação de mercado de carbono podem ser mal administradas e aumentar as desigualdades. Por outro lado, se as receitas do preço do carbono forem usadas para beneficiar os contribuintes com um conjunto de políticas sociais, podem reduzir o problema.
Sobre a transformação tecnológica, a pesquisa diz que pode ser uma solução "se oportunidades forem rapidamente e compartilhadas amplamente." Avisa, no entanto, que "existe um precedente histórico para as revoluções tecnológicas criarem desigualdades profundas e persistentes."
Uma nova "grande divergência", no entanto, ainda pode ser evitada. O relatório recomenda políticas de proteção social que, por exemplo, garantam uma compensação justa por trabalho em grupo e investimento em formação ao longo da vida para permitir a adaptação dos trabalhadores.
Em conclusão, Achim Steiner afirma que "identificar o verdadeiro rosto da desigualdade é um primeiro passo." Segundo ele, "o que acontece a seguir é uma escolha de cada líder." ANG/ONU News

Presidenciais 2019/2ªvolta


                               CPLP envia missão de observação

Bissau, 24 dez 19 (ANG) – A CPLP vai enviar uma missão de observação eleitoral à segunda volta das eleições presidenciais na Guiné-Bissau, no domingo, a qual acompanhará o encerramento da campanha, o dia da votação e o apuramento parcial de resultados.
Em comunicado, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) informou que esta missão será chefiada por Oldemiro Baloi, ex-ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação da República de Moçambique.
A missão, constituída por 18 observadores designados pelos Estados-membros, pela assembleia parlamentar e funcionários do secretariado executivo da CPLP, vai estar no terreno entre quinta-feira e 02 de Janeiro de 2020.
A mesma nota refere que “os observadores da CPLP vão acompanhar o encerramento da campanha eleitoral, o dia da eleição e o apuramento parcial de resultados, prevendo-se a permanência na capital Bissau e o desdobramento em equipas enviadas para outras regiões”.ANG/Inforpress/Lusa

Burkina Faso


                  Fiéis católicos solicitados a rezar contra terrorismo
Bissau, 24 dez 19 (ANG) - O cardeal Philippe Ouédraogo, apelou,  aos fiéis católicos burkinabes para rezar contra o terrorismo que enluta o país há mais de quatro anos. Numa mensagem aos fiéis, o arcebispo de Ouagadougou lembrou que, a 25 de Dezembro de cada ano, a Igreja celebra "a festa de Natal, nascimento do salvador e fonte de salvação para toda a humanidade”.
Vista de Ouagadougou
Indicou que 2019 foi marcado para o Burkina Faso pelo "desafio trágico da insegurança e ataques terroristas que traumatizaram as populações, enlutaram as  famílias, deslocaram a coesão social e perturbaram o desenvolvimento socio-económico".
"Vários migrantes e refugiados, homens e mulheres estão em busca de paz e estão sem abrigo. O futuro de milhares de crianças está comprometido”, lamentou.
Desejou que os que pegam em as armas e explosivos os deponham e deixem de matar os seus irmãos e irmãs inocentes, e que o Estado e as forças de defesa e  segurança continuem os seus esforços "para proteger a nossa casa comum e as nossas populações desamparadas”.
O Burkina Faso vive desde 2015 um ciclo de ataques terroristas que já fizeram mais de 700 mortos e milhares de deslocados. ANG/Angop

TAP


                        Passageiros  em Bissau e as malas  em Portugal

Bissau,24 Dez 19(ANG) - Um porta-voz de passageiros que chegaram à capital da Guiné-Bissau nos últimos dias, provenientes de Lisboa, anunciou que vão bloquear, com corrente e cadeado, as portas da agência da TAP em Bissau em protesto pelo "péssimo serviço" da companhia.

Olívio Barreto indicou que a "paciência já está quase no limite" por parte de cerca de 200 passageiros da TAP que chegaram à Bissau nas últimas semanas, cujas malas ficaram retidas em Lisboa.

Cerca de duas dezenas de passageiros manifestaram segunda-feira a sua indignação na sede agência da companhia portuguesa na capital guineense e, de acordo com Olívio Barreto, receberam a promessa dos funcionários em como a situação estava a ser resolvida.

"O serviço da TAP é péssimo. O Governo da Guiné-Bissau devia ter chamado já o delegado da TAP para lhe pedir satisfação", declarou o porta-voz dos passageiros indignados.

Um passageiro, que não se quis identificar, disse à Lusa que "é ridícula, a resposta da TAP", que mandou uma mensagem electrónica aos afetados pedindo-lhes que indiquem os valores contidos nas malas retidas em Lisboa.

"Nem sequer respondi a essa mensagem, pois prefiro os meus pertences naquela mala a dez mil euros em dinheiro", observou o passageiro.

Vários passageiros, que protestavam na manhã de segunda-feira de forma ruidosa na sede da agência da TAP, ao ponto de interromperem o serviço, disseram à Lusa que estavam sem os medicamentos que ficaram nas malas retidas em Lisboa.

Segundo Olívio Barreto, se não existir uma resposta segunda-feira, a agência da TAP em Bissau será fechada a cadeado e corrente.

"Nem que seja eu sozinho voltarei cá e vou fechar esta agência. A TAP tem que sentir os prejuízos e incómodos que nos causa", avisou Barreto,

Um funcionário da agência em Bissau indicou à Lusa que a companhia lamenta a situação e que a indignação dos passageiros já foi reportada à Lisboa de onde deverá chegar uma resposta brevemente.ANG/Lusa


segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

Guiné-Conacri


                Presidente Alpha Condé quer rever Constituição
Bissau, 23 dez 19 (ANG) - A oposição guineense denuncia golpe de estado constitucional após o anúncio feito pelo Presidente Alpha Condé de um projecto de nova Constituição porta aberta para poder disputar um terceiro mandato presidencial. 
O grupo que prepara desde meados de outubro uma mobilização de massa contra um eventual terceiro mandato de Condé afirma que a resposta será à altura da provocação.
Alpha Condé, eleito em 2010 e reeleito em 2015, confirmou domingo num discurso à nação, que vai submeter aos guineenses um projecto de nova Constituição por referendo sem avançar uma data precisa.
Esta eventualidade tem posto, nos últimos dois meses, nas ruas da capital milhares de pessoas denunciando as manobras de Alpha Condé.
A contestação tem sido duramente reprimida pela polícia que prendeu centenas de pessoas.
Os defensores dos direitos humanos têm denunciado o uso excessivo da força, prisões arbitrárias e impunidade das forças da ordem. 
Para a oposição, o presidente Alpha Condé, de 81 anos, procura criar condições para ser candidato às eleições presidenciais de  2020 denunciando assim a sua atitude como um golpe de estado constitucional.
A actual Constituição de 2010, limita a dois o número de mandatos  presidenciais.  ANG/RFI

RELIGIÃO


             NaTAL MUÇULMANO NA GUINÉ-BISSAU E MOÇAMBIQUE

Bissau,23 dez 19(ANG) - A comida de tradição portuguesa na consoada católica é argumento de ‘conversão’ religiosa dos muçulmanos na Guiné-Bissau e Moçambique, país em que o sincretismo religioso supera as diferenças entre islamismo e cristianismo.

A dois dias da consoada católica, as mesas de milhares de famílias mistas de muçulmanos e cristãos nos dois países acolhem o Natal, nuns casos como o nascimento do messias, noutros como a vinda do antecessor do profeta.
"Nós fazemos tudo. Tanto as festas muçulmanas, como as festas católicas", afirmou à Lusa a guineense Amina T'Djau, 30 anos, muçulmana, casada com um católico.
No Natal, explicou Amina T'Djau, "fazemos o cozido (bacalhau, com grão e ovo) e doces", numa festa de família que não limita credos.
"Nós comungamos o casamento e entre nós não há muçulmanos e católicos. A nossa filha está em primeiro lugar", explicou Carlos Cá, o marido com 41 anos e católico, enquanto olha para a bebé com sete meses, que não gosta de dormir e prefere estar ao colo da mãe enquanto os adultos conversam.
O futuro religioso da menina já está decidido pelos pais que respondem quase em uníssono que será ela que irá escolher em que acreditar.
"Os meus pais são muçulmanos, mas também não se importaram que eu me juntasse com um católico e até disseram que se quisesse podia também casar na igreja", disse Amina T'Djau.
Do lado oposto do Equador, esta naturalidade de celebrações mistas também se verifica: Heben Sultuane é muçulmano e solteiro, mas admite que festeja o feriado católico.
“Aqui é muito fácil um muçulmano comemorar o Natal” porque Moçambique não é a “Arábia Saudita, onde todos são muçulmanos, e lá praticamente quando chega esta data nada acontece”.
“Aqui acontece o contrário, nós estamos a acompanhar todo o mundo e, por isso, não tem stress, vamos comemorar”, explicou o jovem, filho de uma cristã numa família de tradição e prática muçulmana.
Em dezembro, Heben Sultuane não se veste de “vermelho, como o Pai Natal”, mas a presença do espírito natalício na comunidade contamina: “o vizinho está a comemorar à frente, ao lado, e na minha casa também estão a comemorar. Onde é que eu vou ficar? Então acabo também alinhando”.
A viver em Vilaculos, 700 quilómetros a norte de Maputo, Teófelo Natalício Fumo tem Natal no nome, mas hoje não professa qualquer religião.
O Natal é “um dia reservado para um jantar em família, como a minha mãe me ensinou” e “comemoro mais pelo costume”, explica.
O equilíbrio religioso na Guiné-Bissau e Moçambique tem sido atingido nos últimos anos por um discurso mais radical por parte de alguns líderes.
No caso de Moçambique, o norte do país tem sido palco de ataques reivindicados por movimentos islâmicos radicais, causando centenas de mortos em dezenas de incidentes.
Dos 30 milhões, estima-se que os cristãos (protestantes evangélicos e católicos) sejam o grupo de crentes mais numeroso, seguido pelos muçulmanos.
O domínio político da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) desde a independência acentuou a separação do Estado em relação a qualquer religião.
Por isso, apesar de existir uma Concordata celebrada com o Vaticano, Moçambique mantém abolido o feriado do Natal, substituindo-o por um outro dia festivo, denominado Dia da Família, uma festa ateia que serve para as famílias cristãs celebrarem o nascimento de Jesus Cristo.
Já na Guiné-Bissau, o cenário é diferente e o país é um dos que assinada oficialmente feriados muçulmanos e católicos, num respeito pela fé da população.
Com pouco mais 1,5 milhões de habitantes, a Guiné-Bissau orgulha-se da sua diversidade cultural e religiosa.
Dados indicam que existem 45,1% de muçulmanos, 22,1% de cristãos e 14% de animistas, é por isso comum encontrar homens ou mulheres católicos casados com muçulmanos, que praticam também o animismo.
Nos últimos anos, a proximidade de grupos ‘jihadistas’ no Sahel e no Mali tem-se feito sentir com a presença de alguns elementos radicais e discursos mais exacerbados.
A poucos dias do Natal, mas também da segunda volta das eleições presidenciais no país, o discurso religioso está nas ruas das cidades guineenses.
Já mais à vontade na conversa, Aminata Djau desabafa se sente incomodada com alguns discursos étnicos e religiosos que têm sido feitos na campanha eleitoral para a segunda volta das presidenciais na Guiné-Bissau, marcadas para dia 29.
"Não estou contente, porque as pessoas são todas iguais e aqui somos todos guineenses", concluiu.ANG/Lusa


Cooperação China/CPLP


Lusófonos aumentaram exportações para a China até Setembro – importações desceram

Bissau, 23 dez 19 (ANG) – Os países lusófonos aumentaram as exportações para a China até Setembro, se comparado com o mesmo período homólogo de 2018, e as importações diminuíram, com Brasília a continuar a ser o principal parceiro de Pequim.
De acordo com os dados dos Serviços de Alfândega chineses, as trocas comerciais entre a China e os países lusófonos fixaram-se em 108,9 mil milhões de dólares (98,4 mil milhões de euros) ao longo dos primeiros nove meses do ano, verificando-se um crescimento homólogo de 0,05%.
As exportações dos países lusófonos representam a maior parte deste valor: 77,7 mil milhões de dólares (70,1 mil milhões de euros), um aumento de 0,45% face ao mesmo período em análise de 2018.
Já as importações de produtos chineses para os países lusófonos registaram um decréscimo homólogo de 0,92%, no valor de 31,2 mil milhões de dólares (28,1 mil milhões de euros).
O Brasil continua a ser o principal parceiro da China no âmbito do bloco lusófono, tendo registado trocas comerciais de 82,6 mil milhões de dólares (74,5 mil milhões de euros), mais 1,05% em relação ao mesmo período do ano passado.
Brasília exportou para Pequim, no primeiro semestre do ano, produtos no valor de 57,7 mil milhões de dólares (52,09 milhões de euros), mais 2,55% do que nos meses de Janeiro a Setembro de 2018, com o Brasil a adquirir à China bens no valor de 24,8 mil milhões de dólares (22,39 mil milhões de euros), uma diminuição de 2,27%.
Angola surge no segundo lugar do ‘ranking’ lusófono com trocas comerciais com a China no valor de 19,3 mil milhões de dólares (17,4 mil milhões de euros), com Luanda a enviar para Pequim produtos no valor de 17,8 mil milhões de dólares (16,07 mil milhões de euros), menos 5,39%, e a fazer compras de 1,48 mil milhões de dólares (1,34 mil milhões de euros), menos 9,57%.
As trocas comerciais até Setembro entre China e Moçambique foram de 1,8 mil milhões de dólares (1,6 mil milhões de euros), menos 6,07%, comparando com os nove primeiros meses de 2018.
Já Portugal exportou nos primeiros nove meses do ano para a China produtos no valor de 1,71 mil milhões de dólares (1,54 mil milhões de euros), menos 0,5%, relativamente ao período homólogo de 2018.
As importações de produtos chineses aumentaram 17,1%, em relação ao mesmo período do ano passado. Portugal importou da China bens no valor de aproximadamente 3,2 mil milhões de dólares (2,96 mil milhões de euros).
De acordo com dados oficiais publicados no portal do Fórum Macau, com base nas estatísticas dos Serviços de Alfândega chineses, as trocas comerciais entre Lisboa e Pequim ascenderam a cinco mil milhões de dólares (4,51 mil milhões de euros) até Setembro, quando no mesmo período do ano passado tinham sido de 4,53 mil milhões de dólares (4,08 mil milhões de euros).
A China estabeleceu a Região Administrativa Especial de Macau como plataforma para a cooperação económica e comercial com os países de língua portuguesa em 2003, ano em que criou o Fórum Macau.
Em 2018, Portugal exportou para a China produtos no valor de 2,24 mil milhões de dólares (1,99 mil milhões de euros), mais 5,59% relativamente ao período homólogo de 2017, e as trocas comerciais entre Lisboa e Pequim ascenderam a seis mil milhões de dólares (5,3 mil milhões de euros) no ano passado, o que corresponde a um aumento de cerca de 408 milhões de dólares (364 milhões de euros), em comparação com 2017.
No ano passado, as trocas comerciais entre a China e os países lusófonos fixaram-se em 147,35 mil milhões de dólares (131,5 mil milhões de euros) ao longo dos três primeiros meses do ano, verificando-se um crescimento de 25,31%. ANG/Inforpress/Lusa