Lançado mercado
comum no continente
Bissau, 08 jul 19 (ANG) - Os países da União Africana (UA)
lançaram no domingo (7), em Niamey (Níger), a Zona de Livre Comércio Continental
Africana (Zlec), envolvendo 54 países e
deve “colaborar para promover a paz e a prosperidade na África”, segundo a
entidade.
Presidente da República na Cimeira da UA |
“É o maior evento histórico no continente africano desde a
criação da OUA (Organização para a Unidade Africana), em 1963”, afirmou o
presidente do Níger, Mahamadou Issoufou, em referência à instituição que
originou a UA.
A zona engloba 1,2 bilhão de habitantes. Em todo o continente,
apenas Eritreia não assinou a entrada no grupo. Vinte e sete nações africanas
já ratificaram o acordo.
Cerca de 4,5 mil integrantes de delegações e habitantes dos
diversos países foram ao Níger para participar do lançamento, além de 32 chefes
de Estado e mais de 100 ministros. “Uma vida de sonhos se realiza. Os pais
fundadores devem estar orgulhosos”, declarou o presidente da comissão da União
Africana, Moussa Faki Mahamat, que destacou que a Zlec sera “um grande espaço
comercial do mundo”.
“O caminho pela frente ainda é longo”, ponderou o presidente
egípcio, Abdel Fattah al-Sissi. Difíceis negociações seguem em curso para tirar
a zona comercial do papel. Os pontos mais sensíveis dizem respeito ao
calendário das reduções de tarifas alfandegárias entre os países signatários e
a rapidez com a qual delas devem ser diminuídas. Outro ponto delicado é
estabelecer a tributação de bens importados do exterior pelos países que já
possuem acordos comerciais com economias de fora do continente.
A expectativa é de que o mercado comum esteja operacional a
partir de 1º de julho de 2020, de acordo com o comissário de Comércio e
Indústria da UA, Albert Muchanga. O negociador-chefe nigeriano, Chiedu Osakwe,
avalia que “a liberalização do comércio deve se alinhar com reformas
estruturais internas”, num processo que deve se estender por vários anos.
A UA estima que, a longo prazo, a Zlec poderá aumentar em 60% o
comércio dentro da África. Entretanto, críticos do projeto temem que ele
prejudique pequenos produtores agrícolas e industriais. ANG/RFI
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