Cabo Verde garante que
proposta de mobilidade vai ao próximo Conselho de MNE
Bissau, 08 Jul 19(ANG) – O ministro dos
Negócios Estrangeiros, Luís Filipe Tavares, garantiu sábado, que “o projecto político” de
mobilidade vai à próxima reunião dos ministros de Negócios Estrangeiros da
Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), agendada para 19 de Julho.
“Nós vamos apresentar o projeto político
[da mobilidade] e esperamos que ele seja aprovado no dia 19”, afirmou em
declarações aos jornalistas, em Lisboa, o ministro de Cabo Verde, país que tem
neste momento a Presidência rotativa da CPLP.
Questionado, à margem da cerimónia de
inauguração do Centro Cultural de Cabo Verde em Lisboa, que decorreu este
sábado à noite, sobre eventuais obstáculos levantados por alguns dos
estados-membros da CPLP relativamente à proposta de livre circulação de pessoas
no espaço daquela organização, apresentada pela presidência cabo-verdiana, Luís
Filipe Tavares apenas respondeu: “estamos a trabalhar com muita fé. (…) E com a
mesma esperança”.
“Nós fizemos um projecto que é muito
flexível, que permite aos estados analisarem cuidadosamente aquilo que querem,
e a flexibilidade é tanta que os estados podem depois vir bilateralmente a
organizar-se entre si e fazer um acordo, mas também podem fazê-lo a nove, dois,
três, quatro, seis”.
A reunião do Comité de Concertação
Permanente da CPLP, que se realiza na próxima segunda-feira, “faz a proposta da
agenda, e já dissemos que queremos esta proposta da mobilidade na agenda do
Conselho de Ministros”, reiterou.
“Vai o projecto político para ser
aprovado. Se conseguirmos fazer aprovar o texto do acordo no dia 19, óptimo. Se
não conseguirmos, vamos aprovar o projeto político, e depois vamos criar um
comité de redação para dentro de algumas semanas redigir uma proposta
consensual, que depois será aprovada. Mas eu acredito que há condições para dia
19 de Julho resolvermos este assunto”, disse o ministro.
Luís Filipe Tavares colocou, contudo,
como horizonte final para aprovação de um acordo o período da presidência
cabo-verdiana. “Durante a presidência de Cabo Verde da CPLP é possível chegar a
um acordo histórico sobre a mobilidade no seio dos nove estados-membros”.
Em relação ao relatório da comissão de
avaliação da CPLP que visitou a Guiné Equatorial em junho, o ministro não quis
comentar, referindo apenas que o que Cabo Verde queria era que “a abolição da
pena de morte acontecesse até ao final do ano”, um compromisso assumido pela
Guiné Equatorial aquando da visita do Presidente Teodoro Obiang a Cabo Verde.
“Estamos otimistas e acreditamos que a
Guiné Equatorial vai cumprir o prometido”, afirmou Luís Filipe Tavares.
Ainda neste quadro da presidência
cabo-verdiana da CPLP “vamos promover aqui [no centro cultural de Cabo Verde
inaugurado no sábado], a cultura dos países de língua portuguesa, em primeiro
lugar, mas também a cultura africana, de uma forma geral. Queremos fazer com
que este seja um espaço dedicado à cultura africana e vamos convidar artistas
dos países africanos para virem cá fazer as suas exposições e participarem em
tertúlias e eventos culturais, que vamos organizar”, referiu ainda o ministro.
ANG/Lusa/Inforpress
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