Covid-19/Unicef diz que após um ano, chegou a hora de os estudantes retornarem às aulas
Bissau, 03 Mar
21 (ANG) - Escolas para mais de 168 milhões de
crianças em todo o mundo estiveram completamente fechadas por quase um ano
devido às medidas de combate à Covid-19.
Os dados constam de um novo relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef. Cerca de 214 milhões de alunos em todo o mundo, ou um em cada sete, perderam mais de 75% da aprendizagem em aulas presenciais.
Segundo a pesquisa, 14 países em
todo o mundo permaneceram fechados, em grande parte, desde
março do ano passado. Dois terços estão na América Latina e no Caribe,
afetando quase 98 milhões de crianças e jovens.
Desses 14 países, o Panamá manteve as
escolas fechadas a maior parte dos dias, seguido por El Salvador, Bangladesh e
Bolívia.
Em comunicado, a diretora-executiva do
Unicef, Henrietta Fore, disse que “a cada dia que passa, as
crianças sem acesso à escola presencial ficam cada vez mais para
trás, com os mais marginalizados pagando o preço mais alto.”
Para ela, os alunos não podem ter o
segundo ano letivo assim. Fore afirma que “nenhum esforço deve
ser poupado para manter as escolas abertas ou
priorizar a reabertura.”
O fechamento tem
consequências arrasadoras para o aprendizado e o bem-estar das
crianças.
As mais vulneráveis e as que não têm
acesso ao ensino a distância correm um risco maior de nunca mais
voltar à sala de aula e até de serem forçadas ao casamento infantil ou ao
trabalho infantil.
De acordo com a Organização
das Nações Unidas para Educação Ciência e Cultura, Unesco, mais de 888 milhões
de crianças em todo o mundo continuam enfrentando interrupções, totais ou
parciais, em sua educação.
A maioria das crianças confia nas
escolas como um lugar onde podem interagir com seus colegas, buscar apoio, ter
acesso a serviços de saúde e imunização e uma refeição nutritiva.
Segundo o Unicef, “quanto mais as escolas
permanecem fechadas, mais as crianças ficam isoladas desses elementos
críticos da infância.”
Para chamar a atenção, o Unicef
lança esta quarta-feira a “Pandemia na Sala de
Aula”, uma campanha nos jardins da sede da ONU, em Nova Iorque.
A ideia é recriar uma sala vazia
com 168 carteiras, cada uma representando um milhão crianças,
sem aulas presenciais, onde as escolas permanecem fechadas.
Henrietta Fore diz que “a
instalação é uma mensagem aos governos, que devem priorizar a
reabertura das escolas e melhores do que antes.”
Os alunos precisarão de apoio para
se reajustar e atualizar seus conhecimentos ao retornar ao colégio. Os
planos de reabertura devem ajudar a recuperar os momentos de
educação perdidos.
O Unicef pede aos
governos para priorizarem as necessidades únicas de cada aluno, com
serviços de aprendizagem, saúde e nutrição, bem
como medidas de proteção para fomentar o desenvolvimento e o
bem-estar das crianças.
O Quadro do Unicef para a
Reabertura de Escolas, emitido em conjunto com a Unesco e outras agências
da ONU, oferece conselhos práticos para as autoridades nacionais e
locais. ANG/ONU NEWS
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