quinta-feira, 4 de março de 2021

 Greve Função Pública/UNTG considera de positiva a adesão dos trabalhadores nos quatro  primeiros dias de paralisação

Bissau 04 Mar 21 (ANG) – O porta-voz da Comissão de greve convocada pela União Nacional dos Trabalhadores da Guiné (UNTG), considerou hoje de positiva a adesão por parte dos funcionários públicos à 4ª  vaga da paralisação, e diz que  ronda os 70 por cento, ao nível nacional.

João Domingos da Silva, em  entrevista à ANG, em jeito de  balanço dos primeiros quatro  dias de greve, disse que nas regiões, as paralisações foram de 97 por cento, em Tomabli; Oio, 70 por cento; Quinará, 80 por cento ; Biombo, 90 por cento; Bolama, 80 por cento; Bafatá, 70 por cento; Gabú, 75 por cento; Cacheu, 75 por cento e Sector Autónimo,  70 por cento.

 A paralisação iniciada a 01 de Março prolonga até ao fim do mês.

“Apelamos aos trabalhadores guineenses à uma reflexão profunda destes desafios. Cada um deve assumir as suas responsabilidades. Devemos saber o que é que queremos para o futuro porque a única via que possuímos são as revindicações para fazer respeitar as leis, bem como a dignidade dos trabalhadores”, disse.

Domingos da Silva frisou que mantiveram, quarta-feira, um encontro ao nível do Conselho Permanente   da Concertação Social, que engloba o Governo , sindicatos, no qual se devia analisar a situação socioeconómica do ano em curso.

“Durante a reunião fomos confrontados de surpresa com o problema da greve na função pública, tendo o Primeiro-ministro reconhecido  que os sucessivos governos não  honraram o seu compromisso, em termos de cumprimento de leis que regem a administração pública guineense ,bem como a necessidade de institucionalizar a reunião do Conselho de Concertação Social”, disse.

O porta-voz da Comissão de greve da UNTG disse estarem determinados como jovens e quadros da Guiné-Bissau para mudar o cenário no pais.

“Nós, os sindicatos não somos inimigos do governo mas sim parceiro. Como disse o Chefe do Governo, os sindicatos são árbitros”, afirmou, acrescentando que, agendaram para sexta-feira um encontro entre a Comissão Negocial da UNTG e o Governo para a busca de soluções .

Questionado se apesar dessas diligências do Governo, a greve vai continuar, João Domingos da Silva disse que sim, “uma vez que a aprovação do Orçamento Geral do Estado agravou as taxas e os impostos aos trabalhadores”.

“Recebemos quarta-feira, uma comunicação do Secretário-geral do Tesouro em que falou da existência de 90 milhões de francos CFA para dividir para as empresas que o próprio Estado levou à falência, mas não chega para pagar todas as dividas dessas empresas, enquanto ele próprio Estado, tira bilhões para dar pessoas individuais, o que é lamentável e só acontece na Guiné-Bissau”, disse.

Aquele sindicalista sublinhou que exigem também  a  harmonização do salário na administração pública e definição de um salário mínimo nacional , para ser respeitada tanto por entidades estatais como por privadas

João Domingos lamentou a introdução  de impostos, sem antes aumentar as regalias, salientando que a medida vai continuar a benéfica os mais fortes, e que os mais fracos, que são os trabalhadores, vão continuar na miséria.

Por isso, segundo ele, vão continuar na luta para verem algo ser acrescentado no salário dos trabalhadores. E disse que caso não houver uma solução até o dia 31 de Março, outros mecanismos de luta serão adoptados até verem melhoradas  a vida e as condições dos trabalhadores. ANG/MSC/ÂC//SG

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