Níger/Prémio Mo Ibrahim 2020 atribuído ao Presidente
cessante
Bissau, 09 Mar
21 (ANG) - O Prémio Mo Ibrahim que habitualmente recompensa todos os
anos uma liderança de excelência e o reforço da democracia e do estado de
direito em África e que não era atribuído há quatro anos, distinguiu na
segunda-feira, 8 de março, o chefe de Estado cessante do Níger Mahamadou
Issoufou, pelos seus esforços para melhorar o desenvolvimento económico do seu
país, ter renunciado a brigar um terceiro mandato e contribuído simultaneamente para a estabilidade regional.
"O comité do Prémio sublinhou a liderança excepcional do Presidente
Issoufou, à frente de um dos países mais pobres do mundo, confrontado a uma
acumulação de desafios aparentemente insuperáveis".
Na sua conta twitter o Presidente cessante
agradeceu à Fundação Mo Ibrahim afirmando "considero este prémio como
um encorajamento para continuar a pensar e a agir com o objectivo de promover
os valores democráticos e a boa governação não apenas no Níger, mas também em
África e no mundo"
A vitória à segunda volta em fevereiro de
2021 de Mohamed Bazoun foi contestada pela oposição e gerou confrontos que
causaram pelo menos dois mortos em Niamey e a oposição acusa o campo
pró-Issoufou pela forma como afastou da competição eleitoral o seu principal
rival Hama Hamadou.
Fundado em 2007 por Mo Ibrahim, um rico
empresário anglo-sudanês do sector das telecomunicações, o prémio
recompensa, em princípio anualmente, um antigo chefe de Estado ou de
governo de um país da África subsahariana pelo seu trabalho e desempenho a
favor do interesse público ou em prol do desenvolvimento sustentável.
Mahamadou
Issoufou é o sexto laureado do Prémio Mo
Ibrahim, dotado da avultada soma de cinco milhões de dólares pagos durante dez anos e em
seguida 200 mil dólares
anuais de forma vitalícia, permitindo assim ao continente africano
continuar a beneficiar da experiência e da sabedoria dos seus dirigentes
excepcionais e permitindo a estes a ocasião de continuarem uma acção cidadã no
seu continente, uma vez terminados os seus mandatos.
O Prémio Mo Ibrahim não era atribuído desde 2017, devido à ausência de
candidatos reunido os requisitos e/ou qualidades necessárias para tal.
Além do Presidente cessante do Níger,
cinco outros chefes de Estado africanos foram galardoados com o Prémio Mo
Ibrahim desde 2007, quando foi atribuído pela primeira vez ao antigo Presidente
de Moçambique Joaquim Chissano,
seguido pelo do Botswana Festus Gontebanye Mogae (2008), o de Cabo
Verde Pedro De Verona Rodrigues
Pires (2011), o da Namíbia Hifikepunye Pohamba (2014) e a da
Libéria Ellen Johnson Sirleaf (2017).
Em 2017, o antigo Presidente sul-africano Nelson Mandela, ícone da luta anti-apartheid foi o primeiro laureado honorário do Prémio Mo Ibrahim. ANG/RFI
Sem comentários:
Enviar um comentário