terça-feira, 9 de março de 2021

         Níger/Prémio Mo Ibrahim 2020 atribuído ao Presidente cessante

Bissau, 09 Mar 21 (ANG) - O Prémio Mo Ibrahim que habitualmente recompensa todos os anos uma liderança de excelência e o reforço da democracia e do estado de direito em África e que não era atribuído há quatro anos, distinguiu na segunda-feira, 8 de março, o chefe de Estado cessante do Níger Mahamadou Issoufou, pelos seus esforços para melhorar o desenvolvimento económico do seu país, ter renunciado a brigar um terceiro mandato e contribuído simultaneamente para a estabilidade regional.

O Presidente Mahamadou Issoufou de 68 anos, que há dez anos dirige os destinos do Níger, no início de abril cederá o cargo ao seu delfim Mohamed Bazoun, na primeira transição democrática entre dois Presidentes eleitos no Níger.

"O comité do Prémio sublinhou a liderança excepcional do Presidente Issoufou, à frente de um dos países mais pobres do mundo, confrontado a uma acumulação de desafios aparentemente insuperáveis". 

Na sua conta twitter o Presidente cessante agradeceu à Fundação Mo Ibrahim afirmando "considero este prémio como um encorajamento para continuar a pensar e a agir com o objectivo de promover os valores democráticos e a boa governação não apenas no Níger, mas também em África e no mundo"

A vitória à segunda volta em fevereiro de 2021 de Mohamed Bazoun foi contestada pela oposição e gerou confrontos que causaram pelo menos dois mortos em Niamey e a oposição acusa o campo pró-Issoufou pela forma como afastou da competição eleitoral o seu principal rival Hama Hamadou.

Fundado em 2007 por Mo Ibrahim, um rico empresário anglo-sudanês do sector das telecomunicações, o prémio recompensa, em princípio anualmente, um antigo chefe de Estado ou de governo de um país da África subsahariana pelo seu trabalho e desempenho a favor do interesse público ou em prol do desenvolvimento sustentável.

Mahamadou Issoufou é o sexto laureado do Prémio Mo Ibrahim, dotado da avultada soma de cinco milhões de dólares pagos durante dez anos e em seguida 200 mil dólares anuais de forma vitalícia, permitindo assim ao continente africano continuar a beneficiar da experiência e da sabedoria dos seus dirigentes excepcionais e permitindo a estes a ocasião de continuarem uma acção cidadã no seu continente, uma vez terminados os seus mandatos.

O Prémio Mo Ibrahim não era atribuído desde 2017, devido à ausência de candidatos reunido os requisitos e/ou qualidades necessárias para tal. 

Além do Presidente cessante do Níger, cinco outros chefes de Estado africanos foram galardoados com o Prémio Mo Ibrahim desde 2007, quando foi atribuído pela primeira vez ao antigo Presidente de Moçambique Joaquim Chissano, seguido pelo do Botswana Festus Gontebanye Mogae (2008), o de Cabo Verde Pedro De Verona Rodrigues Pires (2011), o da Namíbia Hifikepunye Pohamba (2014) e a da Libéria Ellen Johnson Sirleaf (2017).

Em 2017, o antigo Presidente sul-africano Nelson Mandela, ícone da luta anti-apartheid foi o primeiro laureado honorário do Prémio Mo Ibrahim. ANG/RFI

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