Brasil/Jair Bolsonaro quer intervenção das forças armadas para levantar confinamentos
Bissau, 26 Abr
21 (ANG) - O Presidente brasileiro, Jair
Bolsonaro, ameaçou enviar as forças armadas para pôr fim ao confinamento
imposto em certas cidades.
Durante uma visita à cidade de Manaus, uma
das cidades com um número elevado de vítimas, o Presidente do Brasil evocou o papel das forças armadas, como nos
relatou o nosso correspondente em São Paulo, Martin Bernard.
Numa entrevista a uma televisão
local, Jair Bolsonaro afirmou que
as «nossas forças armadas», expressão escolhida pelo
Presidente, poderiam ter de
intervir em certas cidades para garantir o direito de circulação dos cidadãos e
acabar com o «recolher obrigatório», e também para
garantir o direito de trabalhar e a liberdade religiosa.
De notar que há várias semanas que medidas de restrições estão a ser levantadas
em certas cidades como São Paulo e Rio de Janeiro.
Recorde-se que o Brasil ultrapassou no sábado 24 de Abril um
recorde mensal de mortos com 67.977 devido à pandemia de
Covid-19, o que significa que é o segundo país com o maior número de mortes.
Este número ultrapassa o de Março que tinha ultrapassado os 66 mil óbitos,
segundo o Ministério da Saúde.
Brasil no 2°
lugar no que diz respeito ao número de mortos.
Apesar da pandemia de Covid-19 ter feito
quase 400 mil mortos em todo o país, o Presidente Jair Bolsonaro parece continuar a minimizar a crise
sanitária.
Aliás, há várias semanas que o chefe de Estado tem feito referência às forças
armadas numa óptica de endurecer o regime brasileiro.
O Ministério da
Defesa anunciou no fim do mês de Março, sem
explicar os motivos, a saída do
comandante do Exército, Edson Leal Pujol, e também dos chefes da Marinha
e Aeronáutica.
No entanto, numa intervenção, antes de
deixar o cargo, o comandante Edson
Leal Pujol afirmou que as forças armadas devem ser «imparciais»
e «transparentes». Ele também tinha estabelecido protocolos de saúde para
os militares. Edson Leal Pujol sempre deixou claro que o Exército brasileiro
não quer «fazer parte da política governamental» e que a «instituição,
não tem partido», sendo que o papel das forças armadas é «cuidar do
país, da nação».
Estas novas tensões no Brasil ocorrem num momento em que o Governo vai ter de responder a uma comissão parlamentar que está a investigar a gestão da crise sanitária, a partir da próxima terça-feira. Uma investigação iniciada pelo juiz do Tribunal Supremo, Luiz Roberto Barroso, que quer apurar as responsabilidades do Governo na gestão da crise, sobretudo as do antigo Ministro da Saúde, o general Eduardo Pazuello, despedido no passado mês de Março. ANG/RFI
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