Sociedade/Acobes
pede suspensão da execução de novos
impostos
Bissau 21 Abr 21 (ANG) – A
Associação Nacional dos Consumidores de Bens e Serviços (Acobes) instou hoje ao
Governo a suspender as cobranças de novos impostos aprovados na Assembleia
Nacional Popular, no âmbito do Orçamento Geral do Estado 2021 e manter as
anteriores medidas fiscais como forma de facilitar a vida das populações com
medidas compensatórias.
Falando numa conferência de
imprensa, em reação a subida de preços
dos produtos da primeira necessidade no mercado nacional, o Secretário-geral da
Acobes disse que, em consequência da subida de preços de produtos da primeira
necessidade, o pais regista perda de vidas humanas, com o agravante de fraca
produção e baixo rendimento das actividades produtivas.
Bambo Sanhá frisou que a
decisão governamental é inaceitável e
muito grave no tempo da pandemia de covid-19, uma vez que vai aumentar ainda
mais a pobreza no seio da população já fragilizada e sem poder de compra.
Aquele responsável disse que
falou-se da concessão de isenção à certas empresas sem citar o nome delas, na
importação de produtos alimentares, casos do arroz e açucar, mas que a
população não está a sentir a repercussão
dessas isenções nos preços dos produtos, tendo em conta o elevado preço a ser
praticado no mercado, sem seguimento e nem controlo por parte das autoridades
responsáveis pela política do mercado neste caso o Ministério do Comércio.
“O Estado da Guiné-Bissau não
pode perder muito dinheiro nas isenções e sem que as populações tenham
beneficiado dessas isenções na melhoria da sua dieta alimentar, qualidade do
consumo e da saúde. Por isso, o Ministério das Finanças deve esclarecer ao povo
guineense, se, de facto, existe essa isenção ou não, e em que moldes foi dada
essa facilidade na importação do arroz e açucar e qual será a contrapartida
para o Estado”, questionou.
Falando da qualidade dos
produtos alimentares importados, Bambo Sanhá alertou ao Ministério do Comércio e
Indústria, no sentido de assumir as suas responsabilidades no controlo das
importações dos produtos da primeira necessidade, uma vez que muitos entram sem
certificados de origem e nem de qualidade, o que faz circular no mercado
nacional produtos duvidosos para o consumo humano.
Segundo ele, existem
comerciantes que açambarcam os seus produtos nos armazéns para criar roturas no
mercado e depois sobrefacturar estes mesmos produtos importados há muito tempo,
com preços muito elevado.
O Secretário-geral da
Acobes, qualificou o acto de um comportamento grave e criminosa, acrescentando,
à título de exemplo, que, neste caso concreto, o óleo alimentar de 25 litros
que custava 17 mil francos CFA subiu para 21 mil e uma garrafa de um litro que
custava 800 francos Cfa passou para 1000fcfa, o açucar que custava 16.500 cada
saco de 25 quilos passou para 22 mil francos CFA .
“No que tange aos materiais
de construções, nota-se o aumento exagerado de cimento de fabrico nacional,
tábuas, ferros entre outros, sem controlo das autoridades competentes”, afirmou.
Sanhá disse que a Acobes
pede ao Ministério das Finanças para conceder uma isenção a fabrica de Cimento
denominada Cimaf que constantemente tem aumentado o preço de faturação, sem justificação
de aumento das taxas e impostos por parte da Direcção Geral das Contribuições e
Impostos.
Denunciou ainda o elevado
preço do gaz natural que diz que não ajuda na conservação da natureza, uma vez
que a lenha e o corvão continuaram a ser extraídas na floresta, tendo pedido ao Governo a
redução dos preços deste produto de cozinha.
Afirmou que no que se
refere a energia, a situação está a
agravar nas regiões de Bafatá, Gabu, Buba e outras localidades, bem como o
aumento exagerado das tarifas aos consumidores sem poder de compra.
O Secretario-geral da Acobes
responsabiliza aos deputados da nação por não estarem a fazer a fiscalização governativa
a favor da população, e diz que os deputados são os principais responsáveis pela situação de
subida dos preços de produtos alimentares e de materiais de construções, uma
vez que foram eles que aprovaram o Orçamento Geral de Estado com a introdução
de novos impostos, sem se preocuparem com os mais fracos que são os mais
penalizados. ANG/MSC/ÂC//SG
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