Dia da Terra/“Atividade de conservação ambiental é um acordo social”, diz Diretor Adjunto do Parque Natural de Tarrafe do Rio Cacheu
Bissau, 22 abr 21 (ANG) – O
Diretor Adjunto do Parque Natural de Tarrafe do Rio Cacheu defendeu esta
quinta-feira que a atividade de conservação ambiental é um acordo social, que
segundo ele, se a sociedade não a aceita é difícil alcançar resultados desejados.
O lema escolhido este ano
para a celebração do efeméride é a “Recuperação da Terra”.
Aquele responsável apelou à
todas as instituições e a comunidade em geral a se juntarem no sentido de
conservar a natureza “porque a conservação é transversal”.
“Estou a falar da natureza
no seu todo, nas suas diferentes dimensões. É transversal à todas as atividades
do homem, e nós dependemos muito da natureza, principalmente na Guiné-Bissau
que conta com muitos serviços que a natureza lhe oferece. Por isso, devemos
começar a pensar nas causas das mudanças climáticas”, frisou.
António da Silva afirmou que
a conservação não tem fronteiras, justificando que o país está a sentir os
efeitos das mudanças provocadas noutras
partes do mundo, com as poeiras, ventos e outros fenómenos que se verificaram
nos últimos anos.
Acrescentou que a
Guiné-Bissau é um país consumidor porque não emite os efeitos causadores de
alterações climáticas, e que pode se
dizer que tem um ecossistema que ainda não sofreu muita transformação.
Segundo aquele responsável, para
lutar contra as alterações climáticas a sua instituição está a implementar
algumas ações, nomeadamente o repovoamento florestal, que estão sendo
implementados nas diferentes áreas protegidas.
Sustentou que a plantação
dos mangais, bissilon, pau de sangue, entre outras espécies florestais, ajuda o
país a mitigar os efeitos das alterações climáticas, com a absorção do dióxido
de carbono, acrescentando que na zona de costa, onde são plantados os mangais,
vai minimizar o possível impacto da subida do nível do mar que pode criar
inundações.
Adiantou que existem
projetos conjuntos que o IBAP tem com a União Europeia, como a GCCA (sigla
inglesa) que trabalha na questão de mudanças climáticas, acrescentando que existe outro projeto denominado “Arroz e
Mangal” que trabalha na zona da costa.
“Existem zonas em que
devemos recuperar as bolanhas, caso for possível, e se não , vamos restaurar o mangal,
que é a essência desse projeto”, explicou da Silva.
Segundo Silva, o IBAP está a
trabalhar na educação da população, através da informação e sensibilização da
comunidade local, para tentar mudar a mentalidade das pessoas face à certas
ações negativas que se realizam e que podem causar mais impacto negativo.
Questionado se a sua
instituição pensa em elaborar um projeto para implementação de uma disciplina
da educação ambiental para o currículo escolar, António da Silva disse que existia
uma perspetiva que, até foi discutida com o IBAP, União Internacional da Conservação da
Natureza (UICN) e o governo através do Ministério da Educação, no sentido de
implementar a Educação Ambiental no Currículo Escolar.
À propósito , disse que até foram produzidos alguns manuais mas
que devido a constantes instabilidades do país, o processo está um bocado lento
mas em andamento.
Disse que o trabalho de
sensibilização sobre a conservação deve residir mais na esfera política porque
ela tem todo o poder de decidir, mas pede também a imprensa para continuar com a sensibilização sobre a conservação
ambiental e as alterações climáticas.
“Existem escolas que implementam
várias atividades da conservação e acho que as crianças são fáceis de
trabalhar. Mas, o que deve ser trabalhado mais fortemente é a esfera política,
porque tudo o que estamos a fazer termina com a sua decisão, por isso, devem
ser trabalhadas para ficar mais sensível à esta questão”, sublinhou.
António da Silva pede a população para reduzir o modelo de consumo
que se verifica atualmente no país, porque não contribui para a conservação do
ambiente, recomenda a compra do
necessário para evitar compras desnecessárias que podem levar a produção de
mais lixos, sobretudo sacos de plásticos que são muito contagiosos ao solo.
O Dia Mundial da Terra que se celebra hoje teve origem em 1970, pela
ação do senador norte americano Gaylord Nelson, que conseguiu colocar a
temática da preservação da Terra na agenda política.
De forma oficial, a celebração
deste dia foi instituída
a 22 de Abril de 2009 através da Resolução 63/278 da
Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU). ANG/DMG/ÂC//SG
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