Chade/Presidente Idriss Déby
morreu vítima de ferimentos na frente de combate
Bissau,20 Abr.21(ANG) - O
Presidente do Chade, Idriss Déby Itno, no poder há 30 anos, morreu esta terça-feira
devido a ferimentos sofridos enquanto comandava o exército na luta contra
rebeldes no norte durante o fim-de-semana, anunciou um porta-voz na televisão
estatal.
"O
presidente da República, Chefe de Estado, chefe supremo do Exército, Idriss
Déby Itno, acaba de dar o seu último suspiro, enquanto defendia a integridade
territorial no campo de batalha", anunciou o porta-voz do Exército,
general Azem Bermandoa Agouna, numa declaração lida na estação pública de
televisão chadiana, TV Tchad.
"É com profunda
amargura que anunciamos ao povo chadiano a morte esta terça-feira, 20 de Abril
de 2021, do marechal do Chade", acrescentou Bermandoa Agouna.
Déby, 68 anos, um oficial
militar de carreira que tomou o poder em 1990 num golpe e foi promovido ao
posto de marechal de campo em Agosto último, foi reeleito para um mandato de
seis anos com 79,32% dos votos, de acordo com os resultados provisórios
anunciados segunda-feira à noite pela
comissão eleitoral nacional.
Ministros e oficiais de alta
patente deram conta na segunda-feira que o chefe de Estado tinha visitado a
linha da frente para se juntar ao seu exército, que enfrentava uma coluna de
rebeldes, que lançaram uma ofensiva a partir de bases recuadas na Líbia no dia
das eleições, 11 de Abril.
Os rebeldes, que o Exército
começou por dizer na segunda-feira que tinha derrotado nos combates, afirmaram
numa declaração que Déby tinha sido ferido, mas a informação não tinha até
agora sido confirmada por fontes oficiais.
O
Exército chadiano anunciou na segunda-feira que tinha provocado mais de 300
baixas entre os rebeldes, que haviam iniciado oito dias antes uma incursão no
norte do país, e que tinha perdido cinco soldados em combate no passado sábado.
O grupo rebelde FACT ('Front
for Change and Concord in Chad') lançou uma ofensiva a partir das suas bases de
retaguarda na Líbia no passado dia 11, dia das eleições presidenciais, cuja
vitória foi atribuída a Deby esta segunda-feira.
"Mais de 300 rebeldes
foram neutralizados no campo do inimigo" no passado sábado, disse na segunda-feira
o próprio Bermandoa Agouna, acrescentando que a ofensiva rebelde nas províncias
de Tibesti e Kanem tinha "terminado".
Bermandoa disse ainda nessas
primeiras declarações que 36 soldados foram feridos nos combates de sábado e
que 150 rebeldes tinham sido feitos prisioneiros, "incluindo três
líderes".
O FACT, pelo seu lado,
informou numa declaração no domingo que tinha "libertado a região de
Kanem", onde os combates tiveram lugar no sábado.
Os confrontos entre os
rebeldes e o exército chadiano no maciço de Tibesti, que faz fronteira com a
Líbia, são frequentes.
Em fevereiro de 2019, uma
outra incursão com o objetivo de derrubar Idriss Déby Itno, foi travada pela
intervenção de caças bombardeiros da força aérea francesa, solicitada por
Ndjamena.ANG/Lusa
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